Autoridade Europeia de Segurança Alimentar diz que exposição atual ao bisfenol A 'não representa risco para a saúde'
EFSA revalidou a dose diária tolerável que passa para 4 microgramas por quilograma de peso corporal e pede paciência aos que se opõem ao BPA. Agência reforça que exposição real à substância já é de três a cinco vezes inferior ao novo nível de risco adotado
AFP - Agence France-Presse
Publicação:21/01/2015 11:14Atualização: 21/01/2015 11:41
Após uma reavaliação completa lançada em 2012 sobre esta substância, possível causadora de transtornos do sistema endócrino, a EFSA recomenda dividir por doze o limite de segurança da exposição humana: a dose diária tolerável deve ser de 4 microgramas (µg) por quilograma de peso corporal, contra 50 µg atualmente, recomenda. No entanto, de qualquer forma a exposição real a esta substância já é "de três a cinco vezes inferior" a este novo nível sem risco, disse a EFSA.
Mamadeiras
O bisfenol A, ou BPA, está proibido desde 2011 nas mamadeiras distribuídas na União Europeia (UE) e é utilizado nas embalagens de plástico para alimentos, garrafas de água e recibos de caixas eletrônicos.
A agência salienta, contudo, a "incerteza sobre os efeitos potenciais do BPA nas glândulas mamárias, assim como nos sistemas reprodutor, metabólico, neurocomportamental e imunológico", assim como seus possíveis efeitos indesejáveis com altas doses "nos rins e no fígado".
Esses efeitos, assim como a possível incidência no desenvolvimento do câncer, em particular o de mama, "são considerados pouco prováveis, mas não podem ser excluídos". O BPA "também pode ter efeitos nas glândulas mamárias dos animais".
Os especialistas da EFSA reconhecem igualmente que não têm dados suficientes da exposição cutânea, o que, segundo um deles, Trine Husoy, "aumenta a incerteza que cerca as estimativas relacionadas aos recibos de caixas eletrônicos e aos cosméticos". Mas a agência garante que considerou todas essas dúvidas ao reavaliar a dose diária tolerável.
Polêmica
A agência também pede paciência ao que se opõem ao BPA, entre eles as autoridades francesas, que proibiram seu uso em todas as embalagens alimentícias, até que todas as dúvidas sejam esclarecidas.
Para "responder a uma grande quantidade de perguntas", a EFSA espera a publicação "dentro de dois ou três anos" dos resultados de um estudo de toxicologia realizado nos Estados Unidos.
Em um relatório intermediário publicado em janeiro de 2013, a EFSA estimava que o BPA poderia ser nocivo.
A agência europeia, acusada com frequência pelos ativistas do meio ambiente e pelas associações de consumidores de tomar partido a favor da indústria, finalizou esta "reavaliação completa" por meio de uma consulta pública na internet.
Em relatório muito esperado, agência europeia reforça incerteza dos efeitos potenciais do BPA para o câncer de mama e outros problemas. O bisfenol A é encontrado, por exemplo, em mamadeiras, embalagens de plástico e garrafas de água
Saiba mais...
A exposição aos níveis atuais de bisfenol A "não representa um risco para a saúde dos consumidores", embora muitas dúvidas ainda precisem ser esclarecidas, afirmou nesta quarta-feira (21/1) a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) em um relatório muito esperado.- Xarope de milho de alta frutose e Bisfenol A: terrorismo alimentar ou uma verdade inconveniente?
- Xarope de milho de alta frutose e Bisfenol A, parte 2: o plástico pode ser assassino?
- Inmetro prepara normas para venda de mamadeiras sem bisfenol
- Inmetro proíbe bisfenol A em mamadeiras
- Sob suspeita há décadas, mamadeira ganha novos opositores, sobretudo nas redes sociais
Após uma reavaliação completa lançada em 2012 sobre esta substância, possível causadora de transtornos do sistema endócrino, a EFSA recomenda dividir por doze o limite de segurança da exposição humana: a dose diária tolerável deve ser de 4 microgramas (µg) por quilograma de peso corporal, contra 50 µg atualmente, recomenda. No entanto, de qualquer forma a exposição real a esta substância já é "de três a cinco vezes inferior" a este novo nível sem risco, disse a EFSA.
Mamadeiras
O bisfenol A, ou BPA, está proibido desde 2011 nas mamadeiras distribuídas na União Europeia (UE) e é utilizado nas embalagens de plástico para alimentos, garrafas de água e recibos de caixas eletrônicos.
A agência salienta, contudo, a "incerteza sobre os efeitos potenciais do BPA nas glândulas mamárias, assim como nos sistemas reprodutor, metabólico, neurocomportamental e imunológico", assim como seus possíveis efeitos indesejáveis com altas doses "nos rins e no fígado".
Esses efeitos, assim como a possível incidência no desenvolvimento do câncer, em particular o de mama, "são considerados pouco prováveis, mas não podem ser excluídos". O BPA "também pode ter efeitos nas glândulas mamárias dos animais".
Os especialistas da EFSA reconhecem igualmente que não têm dados suficientes da exposição cutânea, o que, segundo um deles, Trine Husoy, "aumenta a incerteza que cerca as estimativas relacionadas aos recibos de caixas eletrônicos e aos cosméticos". Mas a agência garante que considerou todas essas dúvidas ao reavaliar a dose diária tolerável.
Polêmica
A agência também pede paciência ao que se opõem ao BPA, entre eles as autoridades francesas, que proibiram seu uso em todas as embalagens alimentícias, até que todas as dúvidas sejam esclarecidas.
Para "responder a uma grande quantidade de perguntas", a EFSA espera a publicação "dentro de dois ou três anos" dos resultados de um estudo de toxicologia realizado nos Estados Unidos.
Em um relatório intermediário publicado em janeiro de 2013, a EFSA estimava que o BPA poderia ser nocivo.
A agência europeia, acusada com frequência pelos ativistas do meio ambiente e pelas associações de consumidores de tomar partido a favor da indústria, finalizou esta "reavaliação completa" por meio de uma consulta pública na internet.