Cigarro eletrônico pode ser de 5 a 15 vezes mais cancerígeno

Testes mostraram que vapor com nicotina dos cigarros eletrônicos produz taxa de formaldeído mais elevada que cigarro comum

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AFP - Agence France-Presse Publicação:22/01/2015 10:38Atualização:22/01/2015 10:44
Quem usa o cigarro eletrônico inala diariamente o equivalente a três mililitros de líquido vaporizado e absorve cerca de 14 mg de formaldeído, contra 3 mg para quem fuma um maço de cigarro comum (Ramon Lisboa/EM /D.A Press)
Quem usa o cigarro eletrônico inala diariamente o equivalente a três mililitros de líquido vaporizado e absorve cerca de 14 mg de formaldeído, contra 3 mg para quem fuma um maço de cigarro comum
Aquecido ao máximo e aspirado profundamente, o vapor com nicotina dos cigarros eletrônicos pode produzir formaldeído, uma substância que o torna de cinco a quinze vezes mais cancerígeno que o cigarro comum, revela um estudo publicado nesta quarta-feira (21/01). "Constatamos que o formaldeído pode se formar durante o processo de vaporização dos cigarros eletrônicos", destacam pesquisadores da Universidade de Portland (Oregon) no New England Journal of Medicine (NEJM).

Os pesquisadores utilizaram uma máquina para "inalar" o vapor dos cigarros eletrônicos de baixa e alta tensão para determinar como se forma o formaldeído - uma conhecida substância cancerígena - a partir do líquido que utilizam estes dispositivos. Durante a experiência, os pesquisadores constataram que quando o cigarro eletrônico aquece o líquido a alta tensão (5 volts) se produz uma taxa de formaldeído mais elevada que a do cigarro comum.

Desta maneira, o usuário de cigarro eletrônico que inala diariamente o equivalente a três mililitros deste líquido vaporizado e aquecido ao máximo absorve cerca de 14 mg de formaldeído, contra 3 mg para quem fuma um maço de cigarro comum. A longo prazo, a inalação de 14 mg desta substância nociva por dia pode aumentar de 5 a 15 vezes o risco de câncer, destaca o estudo.

Para o diretor da divisão de tabagismo da Faculdade de Medicina de Londres, Peter Hajek, o estudo não reflete a realidade, já que "quando os cigarros eletrônicos aquecem muito, o líquido produz um sabor acre desagradável" para o fumante.

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