Equipamentos de última geração ajudam no diagnótico e tratamento do câncer
Aparelhos e exames modernos auxiliam no diagnóstico e tratamento mais preciso da doença, além de proporcionar qualidade de vida e menos efeitos colaterais
Junia Oliveira - Redação EM
Publicação:08/02/2015 09:00
A oncologia ganha aliado de peso nos diagnósticos e tratamentos. A tecnologia é sinônimo hoje de sobrevida, qualidade de vida para os doentes, precisão e menos efeitos colaterais. Equipamentos e exames de última geração conseguem agir no local exato do tumor, evitando medicamentos desnecessários em regiões sadias do corpo. Equipes multidisciplinares completam o cenário ideal para o combate da doença que mais mata na atualidade. Um hospital de Belo Horizonte investiu num equipamento considerado o maior avanço da medicina nuclear nos últimos anos e o mais poderoso no diagnóstico, o PET-CT, adquirindo um modelo único na América Latina. Ele proporciona alta qualidade de imagem e baixas doses de irradiação, permite a detecção precoce de lesões e metástases e auxilia os médicos na decisão de por qual terapia optar.
O aparelho associa imagens da tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês) às informações da tomografia computadorizada (CT). O coordenador do Serviço de Medicina Nuclear da Rede Mater Dei de Saúde, Leonardo Lamego, afirma que, por meio do equipamento, é possível individualizar o caso e tratá-lo especificamente. O PET-CT mostra os efeitos da químio ou radioterapia no organismo, evitando que o paciente se submeta a mais sessões do que precisa, ou indicando cirurgia.
O médico explica que, diagnosticada a doença, o paciente faz o exame para se conhecer o tamanho do tumor e começar o tratamento. “Antes, fazíamos seis ciclos de quimioterapia para saber se o tumor reduziu para, então, verificar se funcionou ou não. Com o PET fazemos dois ou três ciclos e, se há resposta completa ou parcial, paramos ou continuamos até a sexta sessão. Se não respondeu, troca-se o quimioterápico rápido. O exame serve para escolher o melhor tratamento e fazer o controle dele.”
Um dos casos é o de um paciente de mais de 70 anos, fumante e diagnosticado com câncer de pulmão. Pela tomografia de tórax, o melhor procedimento seria a retirada de uma parte do pulmão, mas o exame no PET-CT mostrou que havia metástase, ou seja, uma disseminação do tumor. Assim, para evitar um desgaste, principalmente, emocional, já que não haveria possibilidade de remissão da doença, o tratamento indicado foi a quimioterapia.
O médico ressalta que o câncer é uma doença consumptiva, ou seja, consome mais glicose que qualquer outro tecido normal do corpo. O equipamento tem uma bomba que injeta no paciente a fluordeoxiglicose (FDG), uma glicose radioativa, cuja quantidade é dosada de acordo com o peso. O resultado permite calcular a taxa de captação de FDG no tumor. Se o paciente está tendo resposta à quimioetapia, há uma redução de pelo menos 30% na captação.
RADIOTIVA Segundo Lamego, todo tecido consome glicose, mas a célula tumoral tem mais hexoquinase (um tipo de enzima) e enzimas transportadoras, a glut 1 e a glut 3. A glicose radioativa segue o mesmo caminho que a normal, mas quando o FDG encontra a hexoquinase sofre o processo de fosforilação e vira glicose 6 fosfato. “Ela fica impermeável à membrana da célula e não sai dela. Continua captando açúcar radioativo, sem parar. Fica fácil diferenciar o que é tumoral do que é normal”, diz o médico. O software da máquina permite ver melhor a quantificação do tumor, quanto ele absorve de glicose e, a partir daí, verificar a resposta terapêutica.
Em alguns tumores ginecológicos e cerebrais é usado ainda o sistema de comunicação do PET com a ressonância magnética. O paciente fica numa maca que levita por meio de um sistema de flutuação por ar e é transportado de um aparelho a outro. A imagem dos dois equipamentos é casada, permitindo fazer a quantificação precisa e o planejamento da radioterapia. “Assim, não é preciso irradiar toda a massa, apenas onde se está captando glicose”, diz Leonardo Lamego.
Leonardo Lamego, coordenador do Serviço de Medicina Nuclear da Rede Mater Dei de Saúde, diz que com o PET-CT é possível individualizar casos, como quantidade de sessões de químio, ou mesmo indicar cirurgia
A oncologia ganha aliado de peso nos diagnósticos e tratamentos. A tecnologia é sinônimo hoje de sobrevida, qualidade de vida para os doentes, precisão e menos efeitos colaterais. Equipamentos e exames de última geração conseguem agir no local exato do tumor, evitando medicamentos desnecessários em regiões sadias do corpo. Equipes multidisciplinares completam o cenário ideal para o combate da doença que mais mata na atualidade. Um hospital de Belo Horizonte investiu num equipamento considerado o maior avanço da medicina nuclear nos últimos anos e o mais poderoso no diagnóstico, o PET-CT, adquirindo um modelo único na América Latina. Ele proporciona alta qualidade de imagem e baixas doses de irradiação, permite a detecção precoce de lesões e metástases e auxilia os médicos na decisão de por qual terapia optar.
O aparelho associa imagens da tomografia por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês) às informações da tomografia computadorizada (CT). O coordenador do Serviço de Medicina Nuclear da Rede Mater Dei de Saúde, Leonardo Lamego, afirma que, por meio do equipamento, é possível individualizar o caso e tratá-lo especificamente. O PET-CT mostra os efeitos da químio ou radioterapia no organismo, evitando que o paciente se submeta a mais sessões do que precisa, ou indicando cirurgia.
O médico explica que, diagnosticada a doença, o paciente faz o exame para se conhecer o tamanho do tumor e começar o tratamento. “Antes, fazíamos seis ciclos de quimioterapia para saber se o tumor reduziu para, então, verificar se funcionou ou não. Com o PET fazemos dois ou três ciclos e, se há resposta completa ou parcial, paramos ou continuamos até a sexta sessão. Se não respondeu, troca-se o quimioterápico rápido. O exame serve para escolher o melhor tratamento e fazer o controle dele.”
Um dos casos é o de um paciente de mais de 70 anos, fumante e diagnosticado com câncer de pulmão. Pela tomografia de tórax, o melhor procedimento seria a retirada de uma parte do pulmão, mas o exame no PET-CT mostrou que havia metástase, ou seja, uma disseminação do tumor. Assim, para evitar um desgaste, principalmente, emocional, já que não haveria possibilidade de remissão da doença, o tratamento indicado foi a quimioterapia.
O médico ressalta que o câncer é uma doença consumptiva, ou seja, consome mais glicose que qualquer outro tecido normal do corpo. O equipamento tem uma bomba que injeta no paciente a fluordeoxiglicose (FDG), uma glicose radioativa, cuja quantidade é dosada de acordo com o peso. O resultado permite calcular a taxa de captação de FDG no tumor. Se o paciente está tendo resposta à quimioetapia, há uma redução de pelo menos 30% na captação.
RADIOTIVA Segundo Lamego, todo tecido consome glicose, mas a célula tumoral tem mais hexoquinase (um tipo de enzima) e enzimas transportadoras, a glut 1 e a glut 3. A glicose radioativa segue o mesmo caminho que a normal, mas quando o FDG encontra a hexoquinase sofre o processo de fosforilação e vira glicose 6 fosfato. “Ela fica impermeável à membrana da célula e não sai dela. Continua captando açúcar radioativo, sem parar. Fica fácil diferenciar o que é tumoral do que é normal”, diz o médico. O software da máquina permite ver melhor a quantificação do tumor, quanto ele absorve de glicose e, a partir daí, verificar a resposta terapêutica.
Em alguns tumores ginecológicos e cerebrais é usado ainda o sistema de comunicação do PET com a ressonância magnética. O paciente fica numa maca que levita por meio de um sistema de flutuação por ar e é transportado de um aparelho a outro. A imagem dos dois equipamentos é casada, permitindo fazer a quantificação precisa e o planejamento da radioterapia. “Assim, não é preciso irradiar toda a massa, apenas onde se está captando glicose”, diz Leonardo Lamego.