Surdez canina: falta de audição exige adaptações para qualidade de vida do pet
Veja raças que têm mais propensão à surdez
Revista do CB - Correio Braziliense
Publicação:18/04/2015 10:00Atualização: 14/04/2015 11:49
A privação da audição pode ser congênita ou adquirida. Diversos fatores provocam o problema que pode acompanhar o cãozinho para o resto da vida. A dálmata Luna foi adotada quando tinha cerca dos 3 anos. A dona, Bárbara Ferreira, foi avisada de que a deficiência era de nascença. “Existem algumas raças que têm surdez definida geneticamente”, esclarece o médico-veterinário Juliano Veiga. O problema atinge 30% dos dálmatas. A raça apresenta um gene autossômico dominante e problemas de pigmentação incompleta ao redor dos olhos e do focinho que determinam o problema. Bárbara conta que, para compensar a dificuldade em ouvir, Luna aguçou o olfato. A cadela percebe os cheiros mais rapidamente do que o seu outro cachorro. Além disso, tem mais sensibilidade ao toque e é mais carinhosa. O veterinário Marcelo Conte explica que os cães surdos de nascença têm mais facilidade para serem treinados com a linguagem de sinais.
No caso da deficiência adquirida, a otite é uma das principais causas. Quando não é tratada corretamente pode provocar danos irreversíveis aos nervos responsáveis pela audição. Intoxicação por uso inadequado de medicamentos, infecções virais — como cinomose e cushing — e acidente vascular cerebral também resultam na deficiência. Além disso, a idade é outro fator que contribui.
O vira-latas Beethoven tinha várias complicações devido à velhice, entre elas a falta de audição. “Primeiro ele ficou cego, depois surdo. Era guiado pela nossa voz até que um dia parou de responder aos comandos. Levamos ao veterinário e foi detectada a nova privação”, narra Amanda Gama. A partir daí, os hábitos da família dela mudaram. “Beethoven começou a dormir no quarto, pois tínhamos medo de algo chegar perto dele à noite e ele não conseguir se defender. Oferecíamos água a ele de 30 em 30 minutos e a ração três vezespor dia. Tínhamos que dar tudo na boca dele. Passeávamos duas horas por dia para que os ossos não atrofiassem, pois ele não levantava mais.” Aos 17 anos, em 2010, ele morreu.
Marcelo garante: não há cura para a surdez canina relacionada à idade. O especialista dá dicas para identificar a incapacidade. “Eles passam a não responder comandos verbais, balançam a cabeça com frequência, dormem em demasia, acordam ou reagem agressivamente quando tocados, atendem aos chamados somente se estiverem de frente para o proprietário.” É importante observar o comportamento do animal e, se houver qualquer suspeita, deve-se marca consulto com um veterinário para passar por um exame clínico com otoscópio, testes com barulhos, hemograma para identificar infecção, radiografia ou tomografia para detectar tumores.
Neguinha foi uma cadela abandonada na rua, em estado grave. Diagnosticada com a doença do carrapato, ficou internada e recebeu longo tratamento. Chegou na casa de Nicolina Amorelli há 2 anos, para passar uma temporada antes de ser doada. Mas Nicolina se apaixonou por ele e resolveu adotá-la.
A cadelinha se juntou a duas cachorrinhas que já moravam com a dona, por isso, a proprietária identificou alguns comportamentos incomuns e concluiu que a nova mascote era surda. “Ela não latia e era bem quieta. Quando eu chamo para comer os biscoitos, Neguinha não vem. Tenho que ir balançar a casinha para ela sair. Apesar disso, tem uma vida normal”, relata.
O veterinário Juliano Veiga alerta que seguir orientação médica é importante. “Consulte sempre um veterinário para saber se é preciso começar um tratamento. Não é bom fazer isso por conta própria”. Ele também adverte sobre a prevenção, proteção na hora do banho, limpezas periódicas e atenção com a higiene dos ouvidos para evitar infecções.
Doença viral
Trata-se de uma doença multissistêmica, altamente contagiosa e severa nos cães e em outros carnívoros. O vírus é eliminado por todas as secreções e excreções do corpo, mas é instável no ambiente, por isso procura um novo hospedeiro.
Raças que têm maior propensão à surdez:
» Dálmatas
» Boxer
» Akita
» Beagle
» Cocker spaniel
» Maltês
» Pastor-alemão
» Poodle
» Schnauzer
» Rottweiller
» São Bernardo
Nicolina adotou Neguinha há dois anos: abandono e surdez
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Os cachorros aprendem a se virar instintivamente. Surdos ao nascer, é apenas por volta dos 21 dias que eles realmente passam a escutar. É nesse momento que começam a interagir mais com o ambiente e também deixam evidente se há alguma deficiência, como a falta de audição. Assim que um problema como esse é descoberto, os donos devem começar um trabalho de adaptação para que o pet possa superar a deficiência ou desenvolver mais os outros sentidos.A privação da audição pode ser congênita ou adquirida. Diversos fatores provocam o problema que pode acompanhar o cãozinho para o resto da vida. A dálmata Luna foi adotada quando tinha cerca dos 3 anos. A dona, Bárbara Ferreira, foi avisada de que a deficiência era de nascença. “Existem algumas raças que têm surdez definida geneticamente”, esclarece o médico-veterinário Juliano Veiga. O problema atinge 30% dos dálmatas. A raça apresenta um gene autossômico dominante e problemas de pigmentação incompleta ao redor dos olhos e do focinho que determinam o problema. Bárbara conta que, para compensar a dificuldade em ouvir, Luna aguçou o olfato. A cadela percebe os cheiros mais rapidamente do que o seu outro cachorro. Além disso, tem mais sensibilidade ao toque e é mais carinhosa. O veterinário Marcelo Conte explica que os cães surdos de nascença têm mais facilidade para serem treinados com a linguagem de sinais.
No caso da deficiência adquirida, a otite é uma das principais causas. Quando não é tratada corretamente pode provocar danos irreversíveis aos nervos responsáveis pela audição. Intoxicação por uso inadequado de medicamentos, infecções virais — como cinomose e cushing — e acidente vascular cerebral também resultam na deficiência. Além disso, a idade é outro fator que contribui.
Assim como 30% dos cães da raça dálmata, Luna nasceu cega
Marcelo garante: não há cura para a surdez canina relacionada à idade. O especialista dá dicas para identificar a incapacidade. “Eles passam a não responder comandos verbais, balançam a cabeça com frequência, dormem em demasia, acordam ou reagem agressivamente quando tocados, atendem aos chamados somente se estiverem de frente para o proprietário.” É importante observar o comportamento do animal e, se houver qualquer suspeita, deve-se marca consulto com um veterinário para passar por um exame clínico com otoscópio, testes com barulhos, hemograma para identificar infecção, radiografia ou tomografia para detectar tumores.
Neguinha foi uma cadela abandonada na rua, em estado grave. Diagnosticada com a doença do carrapato, ficou internada e recebeu longo tratamento. Chegou na casa de Nicolina Amorelli há 2 anos, para passar uma temporada antes de ser doada. Mas Nicolina se apaixonou por ele e resolveu adotá-la.
A cadelinha se juntou a duas cachorrinhas que já moravam com a dona, por isso, a proprietária identificou alguns comportamentos incomuns e concluiu que a nova mascote era surda. “Ela não latia e era bem quieta. Quando eu chamo para comer os biscoitos, Neguinha não vem. Tenho que ir balançar a casinha para ela sair. Apesar disso, tem uma vida normal”, relata.
O veterinário Juliano Veiga alerta que seguir orientação médica é importante. “Consulte sempre um veterinário para saber se é preciso começar um tratamento. Não é bom fazer isso por conta própria”. Ele também adverte sobre a prevenção, proteção na hora do banho, limpezas periódicas e atenção com a higiene dos ouvidos para evitar infecções.
Doença viral
Trata-se de uma doença multissistêmica, altamente contagiosa e severa nos cães e em outros carnívoros. O vírus é eliminado por todas as secreções e excreções do corpo, mas é instável no ambiente, por isso procura um novo hospedeiro.
Raças que têm maior propensão à surdez:
» Dálmatas
» Boxer
» Akita
» Beagle
» Cocker spaniel
» Maltês
» Pastor-alemão
» Poodle
» Schnauzer
» Rottweiller
» São Bernardo