Morfina produzida sem papoula é considerada um avanço para medicina
O objetivo é fornecer analgésicos mais baratos e, possivelmente, menos viciantes a partir de uma fonte segura, em comparação à papoula. Especialista temem que descoberta possa ser "mina de ouro" para traficantes
AFP - Agence France-Presse
Publicação:19/05/2015 09:33
Cientistasa afirmaram nesta na segunda-feira (18/05) ter aberto um caminho para a produção de opiáceos de levedura geneticamente modificada, mas temem que a descoberta possa um dia ser a mina de ouro dos traficantes de drogas. Outros especialistas concordaram, dizendo que qualquer pessoa com conhecimentos básicos pode usar tal levedura para produzir morfina, codeína e drogas usando um simples kit de cerveja caseira.
A descoberta, publicada na revista científica Nature Chemical Biology, vem na esteira de um estudo publicado no mês passado na revista PLOS ONE. Juntos, os documentos descrevem os passos-chave para chegar à levedura feita por bio-engenharia, que se alimenta de açúcar e exala opiáceos e outras drogas terapêuticas.
O objetivo é fornecer analgésicos mais baratos e, possivelmente, menos viciantes a partir de uma fonte segura, em comparação à papoula.
No estudo publicado nesta segunda-feira, os biólogos da Universidade da Califórnia em Berkeley inseriram um gene da enzima a partir de beterraba para persuadir fermento em conversão de tirosina - um aminoácido facilmente derivado do açúcar - em um composto chamado reticulina.
A Reticulina é um "eixo" molecular, o que significa que é o trampolim para fazer morfina, codeína e oxicodona, bem como medicamentos anti-espasmódicos como papaverina.
A pesquisa não tinha a intenção de fazer essas drogas, mas o processo de passar da reticulina à codeína e morfina em levedura já é conhecido. O que estava faltando na cadeia de conhecimentos era como partir da tirosina para a reticulina.
A descoberta pode ser de grande ajuda para a indústria farmacêutica, mas também "acelera dramaticamente o relógio para quando as drogas fabricadas em casa se tornarão uma realidade", alertaram os pesquisadores.
"Estamos propensos a olhar para uma linha do tempo de um par de anos, não mais do que uma década, quando a levedura alimentada por açúcar poderia confiavelmente produzir uma substância controlada", afirmou John Dueber, que co-liderou o estudo publicado nesta segunda-feira.
"A hora é agora para pensar políticas para lidar com esta área de investigação. O campo está se movendo surpreendentemente rápido, e precisamos estar à frente para que possamos minimizar o potencial de abuso".
Faça sua própria morfina?
Um grupo de importantes acadêmicos também insistiu numa mensagem semelhante.
Em um comentário sincero formulado na revista Nature, o trio disse que o caminho estava agora aberto para engenharia de uma cepa de levedura que daria conta de todo o processo de confecção da droga.
Isso, por sua vez, ofereceria oportunidades de ouro para os criminosos, caso esta estirpe caia nas mãos erradas.
"Em princípio, qualquer pessoa com acesso à cepa de levedura e habilidades básicas em fermentação seria capaz de crescer levedura produtora de morfina utilizando um kit de fermentação caseira pra fabricação de cerveja", ressaltou o comentário, escrito por Kenneth Oye, cientista político do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
"Se a estirpe de levedura modificada produziu 10 gramas de morfina, os utilizadores teriam de beber apenas 1-2 mililitros de líquido para se obter uma dose prescrita padrão".
As estirpes também podem ser projetadas para que a levedura requeira condições de alimentação ou de laboratório incomuns para prosperar, aumentando, assim, o nível tecnológico para as gangues - tornando a operação mais complexa.
A descoberta, publicada na revista científica Nature Chemical Biology, vem na esteira de um estudo publicado no mês passado na revista PLOS ONE. Juntos, os documentos descrevem os passos-chave para chegar à levedura feita por bio-engenharia, que se alimenta de açúcar e exala opiáceos e outras drogas terapêuticas.
O objetivo é fornecer analgésicos mais baratos e, possivelmente, menos viciantes a partir de uma fonte segura, em comparação à papoula.
No estudo publicado nesta segunda-feira, os biólogos da Universidade da Califórnia em Berkeley inseriram um gene da enzima a partir de beterraba para persuadir fermento em conversão de tirosina - um aminoácido facilmente derivado do açúcar - em um composto chamado reticulina.
A Reticulina é um "eixo" molecular, o que significa que é o trampolim para fazer morfina, codeína e oxicodona, bem como medicamentos anti-espasmódicos como papaverina.
A pesquisa não tinha a intenção de fazer essas drogas, mas o processo de passar da reticulina à codeína e morfina em levedura já é conhecido. O que estava faltando na cadeia de conhecimentos era como partir da tirosina para a reticulina.
A descoberta pode ser de grande ajuda para a indústria farmacêutica, mas também "acelera dramaticamente o relógio para quando as drogas fabricadas em casa se tornarão uma realidade", alertaram os pesquisadores.
"Estamos propensos a olhar para uma linha do tempo de um par de anos, não mais do que uma década, quando a levedura alimentada por açúcar poderia confiavelmente produzir uma substância controlada", afirmou John Dueber, que co-liderou o estudo publicado nesta segunda-feira.
"A hora é agora para pensar políticas para lidar com esta área de investigação. O campo está se movendo surpreendentemente rápido, e precisamos estar à frente para que possamos minimizar o potencial de abuso".
Faça sua própria morfina?
Um grupo de importantes acadêmicos também insistiu numa mensagem semelhante.
Em um comentário sincero formulado na revista Nature, o trio disse que o caminho estava agora aberto para engenharia de uma cepa de levedura que daria conta de todo o processo de confecção da droga.
Isso, por sua vez, ofereceria oportunidades de ouro para os criminosos, caso esta estirpe caia nas mãos erradas.
"Em princípio, qualquer pessoa com acesso à cepa de levedura e habilidades básicas em fermentação seria capaz de crescer levedura produtora de morfina utilizando um kit de fermentação caseira pra fabricação de cerveja", ressaltou o comentário, escrito por Kenneth Oye, cientista político do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
"Se a estirpe de levedura modificada produziu 10 gramas de morfina, os utilizadores teriam de beber apenas 1-2 mililitros de líquido para se obter uma dose prescrita padrão".
As estirpes também podem ser projetadas para que a levedura requeira condições de alimentação ou de laboratório incomuns para prosperar, aumentando, assim, o nível tecnológico para as gangues - tornando a operação mais complexa.