Relatório internacional diz que OMS está despreparada para agir em caso de emergências
Documento encomendado pela própria OMS afirma que não houve a adoção de decisões independentes e corajosas ante os governos dos países afetados e agilidade para declarar a existência de um cenário de emergência
Da redação
Publicação:08/07/2015 14:32Atualização: 08/07/2015 14:45
Falhas no contato com as comunidades afetadas também contribuíram para o agravamento da epidemia, segundo o documento. Mais de 11 mil pessoas morreram em consequência da doença nos últimos 18 meses, a maioria vivia em Serra Leoa, Libéria e Guiné. O relatório de 28 páginas, porém, rejeita a ideia de que um novo organismo passe a cuidar de questões ligadas a emergências de saúde pública mundial. Os especialistas, na verdade, sugerem que mais investimentos sejam feitos na OMS, incluindo um fundo de contingência de emergência de US$ 100 milhões e o aumento de 5% das contribuições regulares dos Estados membros.
“O painel está convencido de que a OMS deve fazer mudanças fundamentais, sobretudo em termos de liderança e no processo de tomada de decisões, mas também vai exigir os recursos e a vontade política dos Estados membros para que a OMS seja a agência que possa cumprir esse mandato no século 21”, defende o texto, apresentado, em Londres, em evento comandado por Barbara Stocking, ex-diretora da ONG Oxfam, confederação de de 13 organizações e mais de 3.000 parceiros que atua em mais de 100 países na busca de soluções para cenários de pobreza e injustiça. A OMS admitiu que respondeu ao surto de ebola de forma lenta e planeja realizar uma reforma em setembro.
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A falta de “proatividade, capacidade e tradição” levou ao fracasso da Organização Mundial de Saúde (OMS) no enfrentamento da atual epidemia do ebola, aponta um relatório divulgado nesta terça-feira (07/07) por um grupo internacional de especialistas. Em tom crítico, o documento, encomendado pela própria agência da ONU, defende que não houve a adoção de decisões independentes e corajosas ante os governos dos países afetados e agilidade para declarar a existência de um cenário de emergência — a manifestação se deu em 8 de agosto de 2014, cinco meses depois do início do problema. Dessa forma, acreditam os avaliadores, a OMS não está institucionalmente preparada para enfrentar crises de saúde global. “Ela tende a adotar um enfoque reativo, em vez de proativo, diante das emergências”, informa trecho do relatório.Falhas no contato com as comunidades afetadas também contribuíram para o agravamento da epidemia, segundo o documento. Mais de 11 mil pessoas morreram em consequência da doença nos últimos 18 meses, a maioria vivia em Serra Leoa, Libéria e Guiné. O relatório de 28 páginas, porém, rejeita a ideia de que um novo organismo passe a cuidar de questões ligadas a emergências de saúde pública mundial. Os especialistas, na verdade, sugerem que mais investimentos sejam feitos na OMS, incluindo um fundo de contingência de emergência de US$ 100 milhões e o aumento de 5% das contribuições regulares dos Estados membros.
“O painel está convencido de que a OMS deve fazer mudanças fundamentais, sobretudo em termos de liderança e no processo de tomada de decisões, mas também vai exigir os recursos e a vontade política dos Estados membros para que a OMS seja a agência que possa cumprir esse mandato no século 21”, defende o texto, apresentado, em Londres, em evento comandado por Barbara Stocking, ex-diretora da ONG Oxfam, confederação de de 13 organizações e mais de 3.000 parceiros que atua em mais de 100 países na busca de soluções para cenários de pobreza e injustiça. A OMS admitiu que respondeu ao surto de ebola de forma lenta e planeja realizar uma reforma em setembro.