Menina de 11 anos violentada pelo padrasto dá à luz no Paraguai

Com 1,39 metro de altura e 34 quilos no início da gestação, a garota passou por uma cesariana

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AFP - Agence France-Presse Publicação:14/08/2015 10:35Atualização:14/08/2015 10:45
Uma menina paraguaia de 11 anos, cuja gravidez, resultante de estupro de seu padrasto, gerou comoção em abril quando as autoridades recusaram que fizesse um aborto, deu à luz nesta quinta-feira (13/08), informou a médica que acompanhou a gravidez.

A menina, que ficou grávida quando tinha 10 anos e que completou 11 em maio, teve uma bebê de 3,5 quilos chamada Milagros em um hospital da capital do Paraguai, onde se recupera "de forma normal", afirmou a médica Dolores Castellanos.

A mãe, de 1,39 metro de altura, pesava 34 kg no início da gestação e teve 37 semanas de gravidez. Ela ficará 72 horas em observação, afirmou Castellanos, chefe da Área Infância e Adolescência do hospital da Cruz Vermelha de Asunción, onde deu à luz por meio de cesárea.

Aborto em caso de estupro é proibido no Paraguai. Campanha da Anistia Internacional adverte que não se pode forçar a criança a levar uma gravidez adiante (Divulgação)
Aborto em caso de estupro é proibido no Paraguai. Campanha da Anistia Internacional adverte que não se pode forçar a criança a levar uma gravidez adiante


Mario Villalba, diretor do hospital, explicou à imprensa que o parto "foi como qualquer outra cesárea, sem complicações, mas com a diferença de idade". "A recuperação é como em qualquer outra cirurgia. Depois veremos como ela se comporta como mãe", completou, ao ser questionado sobre se a menina poderá amamentar.

O padrasto da menina, Gilberto Martínez Zárate, 42 anos, foi detido e preso na penitenciária de Tacumbú em maio passado, submetido a processo pelo crime de estupro, que contempla apenas de 12 a 15 anos de prisão.

A mãe da menor também foi detida e acusada por "omissão do dever de cuidado", embora tenham lhe concedido liberdade ambulatória para acompanhar sua filha durante a gravidez.

O caso desta menina gerou comoção para além do Paraguai. Especialistas da ONU afirmaram em maio que o governo paraguaio não atuou com a devida diligência para "assegurar o interesse superior da menina antes de descartar tratamentos para salvar a vida dela, inclusive o aborto".

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) manifestou sua preocupação pela desproteção das meninas paraguaias que sofrem abusos sexuais.

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