Estudo descarta que Ômega-3 freia declínio cognitivo e contesta benefícios das cápsulas
Pesquisa foi feita com 4 mil idosos durante cinco anos
AFP - Agence France-Presse
Correio Braziliense
Publicação:26/08/2015 10:49Atualização: 26/08/2015 11:36
“Ao contrário da crença popular, nós não percebemos qualquer benefício do suplemento de ômega 3 para parar o declínio cognitivo”, afirma Emily Chew, diretora clínica do Instituto Nacional do Olho, que faz parte do NIH, e autora da pesquisa. Chew lidera o Age-Related Eye Disease Study, uma investigação sobre a combinação de suplementos nutricionais para retardar a degeneração macular relacionada à idade, uma das principais causas de cegueira na velhice. Esse estudo mostrou que doses diárias de antioxidantes e minerais podem conter o problema visual.
Na segunda etapa da pesquisa, os cientistas testaram a adição do ômega 3 à fórmula inicialmente testada. Não houve alteração quanto aos primeiros resultados. Os voluntários, sendo 58% mulheres, foram submetidos a testes cognitivos e de memória no começo do estudo, dois e quatro anos depois. Eles foram selecionados aleatoriamente para tomar um placebo ou pílulas de ômega 3, especialmente o ácido docosa-hexaenoico e o ácido eicosapentaenoico. As conclusões se repetiram.
“Os níveis cognitivos de cada grupo decaíram de forma similar com o tempo, indicando que nenhuma combinação de suplementos nutricionais fez alguma diferença”, destacou os autores no estudo, um dos maiores feitos na área e publicado na edição de hoje do Journal of the American Medical Association. Emily Chew, porém, constata os benefícios da ingestão do ácido graxo de forma natural. “Nós vimos dados que comer alimentos com ômega 3 pode ter um benefício para os olhos, o cérebro e a saúde do coração”, diz. Entre as fontes da substância, estão peixes, principalmente a sardinha, o salmão e o atum; sementes de chia e de linhaça; e nozes.
Também integrante do estudo, Lenore Launer, do Laboratório de Epidemiologia e Ciência da População do Instituto Nacional sobre Envelhecimento, ressalta que alguns padrões dietéticos poderiam interferir na atuação das cápsulas de ômega 3 no cérebro. “Mais pesquisas seriam necessárias para verificar se os padrões alimentares ou de tomar os suplementos no início do desenvolvimento de doenças como Alzheimer fariam a diferença”, sugere.
Os ácidos-graxos Ômega-3 são encontrados em óleos de peixe e as pessoas que consomem com regularidade pescados como salmão, atum e linguado apresentaram melhor saúde ocular, cardíaca e cerebral em comparação com quem não consume estes alimentos.
Suplementos à base de óleo de peixe ricos em ácidos graxos Ômega-3 não protegem contra declínio da atividade mental
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Um estudo com 4 mil idosos põe em xeque os benefícios ao cérebro de uma das cápsulas mais ingeridas na atualidade: as de ômega 3. Ao acompanharem participantes com, em média, 72 anos durante meia década, cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos concluíram que a suplementação à base de óleo de peixe não protege contra decréscimos na atividade mental.“Ao contrário da crença popular, nós não percebemos qualquer benefício do suplemento de ômega 3 para parar o declínio cognitivo”, afirma Emily Chew, diretora clínica do Instituto Nacional do Olho, que faz parte do NIH, e autora da pesquisa. Chew lidera o Age-Related Eye Disease Study, uma investigação sobre a combinação de suplementos nutricionais para retardar a degeneração macular relacionada à idade, uma das principais causas de cegueira na velhice. Esse estudo mostrou que doses diárias de antioxidantes e minerais podem conter o problema visual.
Na segunda etapa da pesquisa, os cientistas testaram a adição do ômega 3 à fórmula inicialmente testada. Não houve alteração quanto aos primeiros resultados. Os voluntários, sendo 58% mulheres, foram submetidos a testes cognitivos e de memória no começo do estudo, dois e quatro anos depois. Eles foram selecionados aleatoriamente para tomar um placebo ou pílulas de ômega 3, especialmente o ácido docosa-hexaenoico e o ácido eicosapentaenoico. As conclusões se repetiram.
“Os níveis cognitivos de cada grupo decaíram de forma similar com o tempo, indicando que nenhuma combinação de suplementos nutricionais fez alguma diferença”, destacou os autores no estudo, um dos maiores feitos na área e publicado na edição de hoje do Journal of the American Medical Association. Emily Chew, porém, constata os benefícios da ingestão do ácido graxo de forma natural. “Nós vimos dados que comer alimentos com ômega 3 pode ter um benefício para os olhos, o cérebro e a saúde do coração”, diz. Entre as fontes da substância, estão peixes, principalmente a sardinha, o salmão e o atum; sementes de chia e de linhaça; e nozes.
Também integrante do estudo, Lenore Launer, do Laboratório de Epidemiologia e Ciência da População do Instituto Nacional sobre Envelhecimento, ressalta que alguns padrões dietéticos poderiam interferir na atuação das cápsulas de ômega 3 no cérebro. “Mais pesquisas seriam necessárias para verificar se os padrões alimentares ou de tomar os suplementos no início do desenvolvimento de doenças como Alzheimer fariam a diferença”, sugere.
Os ácidos-graxos Ômega-3 são encontrados em óleos de peixe e as pessoas que consomem com regularidade pescados como salmão, atum e linguado apresentaram melhor saúde ocular, cardíaca e cerebral em comparação com quem não consume estes alimentos.