Inflamação do intestino por bactérias pode comprometer visão de forma irreversível
Correio Braziliense
Publicação:27/08/2015 11:00Atualização: 27/08/2015 15:31
Bactérias presentes no intestino podem comprometer de forma irreversível a capacidade de um indivíduo enxergar. A constatação inusitada foi feita por pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde, dos Estados Unidos, e divulgada na última edição da revista científica Immunity. Segundo os cientistas liderados por Rachel Caspi, os micróbios produzem uma molécula que imita a ação de um antígeno da retina. A impostora acaba desencadeando a produção de células de defesa do corpo e, como consequência, a uveíte, responsável por até 15% da deficiência visual grave no mundo ocidental.
A uveíte é caracterizada pela inflamação de qualquer parte da úvea, formada pela íris, pelo corpo ciliar e pela coroide. Médicos e cientistas sabem que se trata de uma condição autoimune — provocada por estruturas do próprio paciente —, mas o mecanismo que desencadeia essa autodestruição ainda é um mistério. Em teste com camundongos, Caspi e a equipe identificaram que a resposta pode estar no intestino.
Os animais desenvolveram a uveíte espontaneamente. Um pouco antes do aparecimento da inflamação, o intestino deles apresentava um número elevado de células T ativadas. O aumento dessas estruturas de defesa teria ocorrido pela ação da molécula semelhante ao antígeno da retina. Quando as cobaias foram tratadas com antibiótico para reduzir a quantidade das células T e a ação da molécula no intestino, o surgimento da uveíte foi retardado ou a inflamação nos olhos, atenuada. A equipe trabalha agora na identificação das bactérias que produzem a molécula que imita o antígeno.
Segundo eles, a descoberta também tem potencial para ajudar no entendimento e no tratamento de outras doenças autoimunes. “Dada a enorme variedade de bactérias comensais, se elas podem imitar uma proteína da retina, é concebível que também possam imitar outras autoproteínas que são alvos de respostas imunitárias inapropriadas em outras partes do corpo”, cogita Caspi. “Acreditamos que a ativação de células do sistema imunológico por bactérias comensais pode ser um gatilho mais comum das doenças autoimunes do que é atualmente sabido.”
A inflamação nos olhos causa até 15% das deficiências visuais graves
Bactérias presentes no intestino podem comprometer de forma irreversível a capacidade de um indivíduo enxergar. A constatação inusitada foi feita por pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde, dos Estados Unidos, e divulgada na última edição da revista científica Immunity. Segundo os cientistas liderados por Rachel Caspi, os micróbios produzem uma molécula que imita a ação de um antígeno da retina. A impostora acaba desencadeando a produção de células de defesa do corpo e, como consequência, a uveíte, responsável por até 15% da deficiência visual grave no mundo ocidental.
A uveíte é caracterizada pela inflamação de qualquer parte da úvea, formada pela íris, pelo corpo ciliar e pela coroide. Médicos e cientistas sabem que se trata de uma condição autoimune — provocada por estruturas do próprio paciente —, mas o mecanismo que desencadeia essa autodestruição ainda é um mistério. Em teste com camundongos, Caspi e a equipe identificaram que a resposta pode estar no intestino.
Os animais desenvolveram a uveíte espontaneamente. Um pouco antes do aparecimento da inflamação, o intestino deles apresentava um número elevado de células T ativadas. O aumento dessas estruturas de defesa teria ocorrido pela ação da molécula semelhante ao antígeno da retina. Quando as cobaias foram tratadas com antibiótico para reduzir a quantidade das células T e a ação da molécula no intestino, o surgimento da uveíte foi retardado ou a inflamação nos olhos, atenuada. A equipe trabalha agora na identificação das bactérias que produzem a molécula que imita o antígeno.
Segundo eles, a descoberta também tem potencial para ajudar no entendimento e no tratamento de outras doenças autoimunes. “Dada a enorme variedade de bactérias comensais, se elas podem imitar uma proteína da retina, é concebível que também possam imitar outras autoproteínas que são alvos de respostas imunitárias inapropriadas em outras partes do corpo”, cogita Caspi. “Acreditamos que a ativação de células do sistema imunológico por bactérias comensais pode ser um gatilho mais comum das doenças autoimunes do que é atualmente sabido.”