Pacientes fazem fila na USP em busca de remédio experimental contra o câncer

A fosfoetanolamina sintética ainda não foi testada em humanos, mas quem toma a fórmula garante que faz efeito

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Agência Estado Publicação:14/10/2015 14:02Atualização:14/10/2015 14:17
Fosfoetanolamin também não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Reprodução Internet / Stefhanie Piovezan / G1 )
Fosfoetanolamin também não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Pacientes e parentes formaram fila na terça-feira (13/10) na USP de São Carlos, no interior paulista, em busca de fosfoetanolamina sintética, substância que seria capaz de combater o câncer. Estudos com a droga começaram no início dos anos 90, coordenados pelo professor Gilberto Orivaldo Chierice, atualmente aposentado. A procura foi registrada após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reconsiderar a decisão que proibia a distribuição. Diante disso, mais de 700 liminares já concedidas em primeira instância voltaram a ter validade.

A grande procura - que levou à distribuição de senhas e o temor de que aumente ainda mais o número de interessados - fez com que a Universidade de São Paulo (USP) divulgasse um comunicado. A instituição alega que não é indústria química ou farmacêutica e não tem condições de atender demanda em larga escala.

A droga não foi testada ainda em humanos, mas quem está tomando a fórmula garante que faz efeito. A substância também não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas na quinta-feira passada (8/10), o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a entrega para uma paciente do Rio de Janeiro. No dia seguinte, o TJ-SP voltou atrás em sua proibição.

Oportunismo
Cada paciente recebe 60 cápsulas por liminar, quantidade que é suficiente para até 20 dias. Mas a universidade informou que esta substância "não é remédio" e que “exploradores oportunistas” fazem propaganda da droga.

A USP diz ainda investigar a denúncia de que funcionários estariam divulgando esse tipo de informação incorreta e afirma também que estuda a possibilidade de "denunciar ao Ministério Público os profissionais que estão se beneficiando do desespero e da fragilidade das famílias e dos pacientes".

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