Estudo mostra que trabalhadores nucleares têm risco aumentado de ter câncer
Nível de doses recebida pelos trabalhadores do setor nuclear é comparável ao recebido pelos pacientes. Pesquisadores alertam para necessidade de se encontrar um equilíbrio entre os riscos e as vantagens dos procedimentos de imagem
AFP - Agence France-Presse
Publicação:22/10/2015 11:02Atualização: 22/10/2015 11:17
Os resultados "oferecem provas diretas sobre os riscos dos cânceres ligados às exposições prolongadas a fracas doses de radiações ionizantes", comentou a agência do câncer da Organização Mundial de Saúde (CIRC/IARC), em comunicado publicado nesta quarta-feira (21/10) no British Medical Journal (BMJ).
"Este estudo demonstra uma associação significativa entre uma dose crescente de radiação e o risco de todos os cânceres sólidos", ou seja, os cânceres que afetam os órgãos, excluindo os cânceres do sangue, explicou Ausrele Kesminiene, pesquisadora do CIRC e co-autora do estudo.
No grupo de trabalhadores do setor nuclear estudado, de cada 100 mortes observadas por câncer (além da leucemia), uma morte pode ser atribuída à exposição a radiações no ambiente de trabalho, segundo o CIRC.
O estudo avaliou as exposição de mais de 300.000 trabalhadores do setor nuclear (com média de idade de 58 anos) na França, Reino Unido e nos Estados Unidos entre 1943 e 2005.
"Os resultados são importantes não apenas pela proteção dos trabalhadores da indústria nuclear, mas também para os profissionais de saúde e o público em geral", afirma Isabelle Thierry-Chef, do CIRC, também co-autora do estudo, citada no comunicado.
"O nível de doses recebida pelos trabalhadores do setor nuclear é comparável ao recebido pelos pacientes" que teriam passado diversas vezes por alguns exames médicos de imagem ou intervenções guiadas pela radiologia, informou Thierry-Chef. "Isso mostra a importância de encontrar um equilíbrio entre os riscos e as vantagens destes procedimentos de imagem".
Para o médico Christopher Wild, diretor do CIRC, "muitas questões estão envolvidas no que diz respeito ao impacto das radiações sobre a saúde". Continuar o monitoramento deste grupo de 300.000 pessoas terá um papel chave para compreender melhor a relação entre o câncer e as radiações, ressaltou.
Mesmo que, excluídos os cânceres do pulmão e da pleura, com resultados similares, os pesquisadores não puderam descartar totalmente que o tabagismo e o amianto tenham tido uma influência sobre os resultados, apontou Kesminiene.
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A exposição prolongada a fracas doses de radiação ionizante aumenta o risco de cânceres, segundo estudo internacional realizado com mais de 300.000 trabalhadores do setor nuclear na França, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Os resultados "oferecem provas diretas sobre os riscos dos cânceres ligados às exposições prolongadas a fracas doses de radiações ionizantes", comentou a agência do câncer da Organização Mundial de Saúde (CIRC/IARC), em comunicado publicado nesta quarta-feira (21/10) no British Medical Journal (BMJ).
"Este estudo demonstra uma associação significativa entre uma dose crescente de radiação e o risco de todos os cânceres sólidos", ou seja, os cânceres que afetam os órgãos, excluindo os cânceres do sangue, explicou Ausrele Kesminiene, pesquisadora do CIRC e co-autora do estudo.
No grupo de trabalhadores do setor nuclear estudado, de cada 100 mortes observadas por câncer (além da leucemia), uma morte pode ser atribuída à exposição a radiações no ambiente de trabalho, segundo o CIRC.
O estudo avaliou as exposição de mais de 300.000 trabalhadores do setor nuclear (com média de idade de 58 anos) na França, Reino Unido e nos Estados Unidos entre 1943 e 2005.
"Os resultados são importantes não apenas pela proteção dos trabalhadores da indústria nuclear, mas também para os profissionais de saúde e o público em geral", afirma Isabelle Thierry-Chef, do CIRC, também co-autora do estudo, citada no comunicado.
"O nível de doses recebida pelos trabalhadores do setor nuclear é comparável ao recebido pelos pacientes" que teriam passado diversas vezes por alguns exames médicos de imagem ou intervenções guiadas pela radiologia, informou Thierry-Chef. "Isso mostra a importância de encontrar um equilíbrio entre os riscos e as vantagens destes procedimentos de imagem".
Para o médico Christopher Wild, diretor do CIRC, "muitas questões estão envolvidas no que diz respeito ao impacto das radiações sobre a saúde". Continuar o monitoramento deste grupo de 300.000 pessoas terá um papel chave para compreender melhor a relação entre o câncer e as radiações, ressaltou.
Mesmo que, excluídos os cânceres do pulmão e da pleura, com resultados similares, os pesquisadores não puderam descartar totalmente que o tabagismo e o amianto tenham tido uma influência sobre os resultados, apontou Kesminiene.