Mineiras preferem contracepção a longo prazo
Academia Americana de Pediatria recomenda dispositivo intrauterino como primeira opção para adolescentes sexualmente ativas
Tirando as possibilidades de um anticoncepcional masculino, não há nada absolutamente novo entre os métodos contraceptivos, pelo menos não no Brasil. No exterior, já está disponível uma versão de menor duração (três anos) do Sistema Intrauterino (SIU), também conhecido como DIU medicado.
Confira nível de eficácia para métodos contraceptivos atualmente disponíveis
Há também a pílula sazonal, que, segundo José Bento, ginecologista e obstreta dos hospitais Albert Einstein e São Luís, de São Paulo, vão ao encontro da demanda das mulheres por não menstruarem. “A pílula sazonal é uma cartela com 90 comprimidos. Após tomá-los por três meses, a mulher para uma semana, menstrua e volta a tomar uma nova cartela, passando a menstruar apenas uma vez a cada estação”, explica.
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A Academia Americana de Pediatria já a recomenda como primeira opção para adolescentes sexualmente ativas. Segundo a entidade, esses métodos têm menores chances de falhar em comparação com abordagens mais comuns entre as mais jovens, como a pílula, adesivos contraceptivos e injeções.
Mas, para isso, uma grande barreira precisa ser quebrada. “Quando chega uma paciente de 18 anos ao consultório, geralmente, a primeira escolha ainda é a pílula. Os médicos precisam entender que o DIU é uma opção para essa faixa etária, mas ainda há muito mito em relação ao dispositivo intrauterino, como as ideias erradas de que ele pode levar à infertilidade, de que aumentaria os riscos de infecção. Isso acaba restringindo sua indicação. O próprio médico se sente inseguro em indicar. Mas é um método seguro e que vale a pena”, ressalta.
SEM EFEITO COLATERAL Por outro lado, pesquisa realizada pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Bayer, que entrevistou 2 mil mulheres acima dos 14 anos, de quatro capitais, entre elas, BH, aponta que os métodos contraceptivos mais utilizados pelas mineiras são os de longa duração como DIU e implante (37%), adesivo (27%), pílula anticoncepcional (22%) e camisinha (9%).