Lente especial trata ceratocone
Optometrista cria produto bicurvo, que dá mais conforto ao paciente que tem a distrofia mais comum da córnea
Ludymilla Sá
Publicação:05/11/2015 12:16Atualização: 05/11/2015 12:22
Pensando no conforto do paciente acometido pela enfermidade, o optometrista Paul Rose criou, no fim da década de 1990, a primeira lente de contato especial – a Rose K – para auxiliar na solução da acuidade visual. Desde então, o profissional desenvolveu vários tipos de lentes para cobrir diferentes tipos de córneas, uma vez que o desenho das deformações corneanas são diferentes. Recentemente, ele esteve em Belo Horizonte, onde lançou uma nova versão da lente, que é semiescleral e adaptável a qualquer desenho na parte interna do olho: a Rose K XL.
“As novas lentes são mais confortáveis e uma alternativa à cirurgia, porque prorrogam, na maioria dos casos, a necessidade da intervenção. Em 90% dos casos, o transplante de córnea pode ser evitado com o uso das lentes”, defende Paul Rose. O especialista afirma que uma córnea normal tem pontos focais que atingem a retina diretamente, provocando nitidez da imagem. Já a parte do órgão acometida pelo ceratocone perde a regularidade. “Os pontos não convergem no mesmo ponto focal. Há vários pontos e não é possível ser corrigido com óculos”, explica.
Paul Rose diz que parte da lente, que é bicurva, copia a luz da córnea para dar mais conforto ao paciente. A outra parte exerce a função da córnea normal no processo de refração da luz. É justamente a sua geometria complexa, que a diferencia das lentes de contato tradicionais. Esse formato é obtido com a utilização de tornos controlados por computadores, permitindo cortes precisos e suavizados na superfície posterior da lente. E isso resulta em um melhor relacionamento lente/córnea e, consequentemente, mais conforto e melhor acuidade visual com diminuição das aberrações.
Todas essas características tornam o processo de adaptação do paciente e o trabalho do oftalmologista mais fácil. “Há uma série de testes e provas antes de se chegar na lente ideal, normalmente. Com a nova lente, 83% dos casos acertam na primeira”, garante.
No Brasil e em toda a América do Sul, a Rose K é produzida e comercializada pelo laboratório mineiro Mediphacos. A empresa foi fundada há 42 anos pelo oftalmologista Emyr Soares para produzir, exclusivamente, lentes de contato para uso dos pacientes do próprio médico. Com o passar do tempo, o uso de lentes de contato se popularizou e o laboratório passou a produzir para outros profissionais. Atualmente, atua em três linhas: na produção de lentes intraoculares para catarata, desenvolvimento e produção de implantes corneanos para ceratocone e produção de lentes de contato para diferentes tipos de enfermidades. Exporta para 62 países dos cinco continentes.
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Embora não seja tão conhecido quanto outros problemas de visão como astigmatismo e miopia, o ceratocone, distrofia mais comum da córnea, que assume o formato de cone a partir do afinamento e encurvamento do tecido ocular, é uma doença muito mais comum do que se possa imaginar. Ela atinge jovens e adolescentes com muita frequência. E como a córnea é responsável pela focalização das imagens junto com o cristalino, o formato modificado dificulta a visão e o uso de lentes de contato.Pensando no conforto do paciente acometido pela enfermidade, o optometrista Paul Rose criou, no fim da década de 1990, a primeira lente de contato especial – a Rose K – para auxiliar na solução da acuidade visual. Desde então, o profissional desenvolveu vários tipos de lentes para cobrir diferentes tipos de córneas, uma vez que o desenho das deformações corneanas são diferentes. Recentemente, ele esteve em Belo Horizonte, onde lançou uma nova versão da lente, que é semiescleral e adaptável a qualquer desenho na parte interna do olho: a Rose K XL.
“As novas lentes são mais confortáveis e uma alternativa à cirurgia, porque prorrogam, na maioria dos casos, a necessidade da intervenção. Em 90% dos casos, o transplante de córnea pode ser evitado com o uso das lentes”, defende Paul Rose. O especialista afirma que uma córnea normal tem pontos focais que atingem a retina diretamente, provocando nitidez da imagem. Já a parte do órgão acometida pelo ceratocone perde a regularidade. “Os pontos não convergem no mesmo ponto focal. Há vários pontos e não é possível ser corrigido com óculos”, explica.
Paul Rose diz que parte da lente, que é bicurva, copia a luz da córnea para dar mais conforto ao paciente. A outra parte exerce a função da córnea normal no processo de refração da luz. É justamente a sua geometria complexa, que a diferencia das lentes de contato tradicionais. Esse formato é obtido com a utilização de tornos controlados por computadores, permitindo cortes precisos e suavizados na superfície posterior da lente. E isso resulta em um melhor relacionamento lente/córnea e, consequentemente, mais conforto e melhor acuidade visual com diminuição das aberrações.
Todas essas características tornam o processo de adaptação do paciente e o trabalho do oftalmologista mais fácil. “Há uma série de testes e provas antes de se chegar na lente ideal, normalmente. Com a nova lente, 83% dos casos acertam na primeira”, garante.
No Brasil e em toda a América do Sul, a Rose K é produzida e comercializada pelo laboratório mineiro Mediphacos. A empresa foi fundada há 42 anos pelo oftalmologista Emyr Soares para produzir, exclusivamente, lentes de contato para uso dos pacientes do próprio médico. Com o passar do tempo, o uso de lentes de contato se popularizou e o laboratório passou a produzir para outros profissionais. Atualmente, atua em três linhas: na produção de lentes intraoculares para catarata, desenvolvimento e produção de implantes corneanos para ceratocone e produção de lentes de contato para diferentes tipos de enfermidades. Exporta para 62 países dos cinco continentes.