Missão cumprida: veja histórias de quem conquistou as metas propostas para 2015 e inspire-se para o novo ano

Para realizar sonhos e atingir objetivos a cada 12 meses, muitas pessoas criam verdadeiras listas de metas e vibram quando encerram o ano com o check list completo

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Ludymilla Sá Publicação:27/12/2015 08:45Atualização:28/12/2015 09:05
Quais são as suas metas para 2016? (Son Salvador / EM / D.A Press)
Quais são as suas metas para 2016?
Sobre o criado-mudo do quarto, está um caderninho. Nele, estão anotadas todas as metas que a jornalista Daisy Silva pretendia cumprir em 2015. Apesar de ter sido um ano difícil, marcado por crise política, institucional e econômica no país, ela conseguiu efetivar a maioria de seus objetivos profissionais e pessoais. E, satisfeita com suas conquistas, já planeja um 2016 bem melhor.

Traçar metas e objetivos, como fez a jornalista, é a forma mais eficiente de transformar sonhos em realidade, segundo especialistas. Mas não basta apenas pôr os desejos no papel. É necessário persistência, perseverança e, especialmente, resiliência. Sempre que um novo ano se aproxima, muita gente aproveita o clima de renovação para se propor a realizar mudanças na própria vida.

Poucas dessas pessoas, no entanto, conseguem executar o que propuseram para si mesmas. Pesquisa da International Stress Management Association (ISMA-BR) mostrou que um terço das resoluções de ano-novo dura quase tanto quanto as sobras da ceia de réveillon. Segundo o estudo, apenas 21% conseguem cumprir suas metas. Do restante, 33% desistem na primeira semana e 46%, no primeiro mês. As razões do fracasso, na maior parte das vezes, estão nas próprias resoluções, muito vagas e pouco realistas. A quantidade de metas propostas também dificulta a sua realização.

Para conseguir cumprir as metas de 2015, Daisy classificou-as por temas. “Quando chega o final de dezembro, faço uma anotação de várias coisas que pretendo realizar no ano seguinte e as separo por área. Defino sempre as metas profissionais, educacionais, religiosas e de sáude, por exemplo”, explica a jornalista, que não se considera uma pessoa muito organizada.

“Não. Não sou de deixar tudo muito certinho, mas tenho a necessidade do planejamento. Quando anoto, as coisas acontecem. Sempre volto no caderninho e confiro o que foi feito. Não gosto de deixar a vida me levar. E quando começo a me movimentar, as coisas começam a acontecer, até as que não estavam no meu planejamento.”

CONCRETIZAÇÃO

Este ano, Daisy se propôs a voltar para a universidade e entrou para a faculdade de letras. No campo profissional, fez alguns cursos de qualificação, estudou mais sobre mídias sociais e também se dedicou a fazer o bem. “Sempre tive cabelo muito grande e senti a necessidade de fazer alguma coisa para ajudar alguém. Para este ano, havia me proposto a ir à igreja uma vez por semana, pelo menos, e fazer uma caridade. Então, cortei o cabelo e doei para o Instituto Mário Pena, que trata crianças com câncer.”

Daisy comprou também cota de um clube, como havia se proposto, e fez todos os exames anuais de rotina. “Todo ano é assim. Meus exames são prioridade. Também me propus a fazer uma atividade física, e cumpri, além de ir ao dentista e fazer uma limpeza de pele para cuidar das olheiras”, conta a jornalista, aos risos.

A prioridade dela para 2016 inclui o noivo, Christopher. “É um planejamento conjunto. Este ano, começamos a olhar apartamento, para entender melhor todo o processo de compra de um imóvel e, em 2016, nossa meta é efetivar a compra da nossa casa.”

Pessoalmente, ela quer continuar estudando e se programando para um mestrado.

Para conseguir concretizar o planejado durante o ano, o ideal é traçar o mínimo de metas possível e dentro do estilo de vida, sem muitas extravagâncias, para não haver frustrações

A designer de sapatos e estilista Virgínia Barros realizou as duas metas propostas: ter mais um filho e abrir a terceira loja (Leandro Couri/EM/D.A Press - 29/7/15)
A designer de sapatos e estilista Virgínia Barros realizou as duas metas propostas: ter mais um filho e abrir a terceira loja
Propor um número reduzido de metas é a forma mais viável para que elas sejam realizadas. Foi exatamente o que fez a designer de sapatos e estilista Virgínia Barros. Ela conseguiu cumprir as duas metas que havia traçado no início de 2015. Pessoalmente, tornou-se mãe pela segunda vez. Profissionalmente, abriu uma filial de sua loja de sapatos que leva o seu nome, em Brasília, e o empreendimento é um sucesso, mesmo com a retração da economia.

“Havia falado com o Marcelo (marido), ainda em fevereiro, que tinha de engravidar este ano, porque já estava chegando nos 40 anos. Ele disse que era para me acalmar, que conseguiríamos, mas o que eu não sabia era que já estava grávida!”, contou.

Mãe de Luíza, de 2 anos, Virgínia deu à luz, Júlia, há um mês. Descobriu a segunda gravidez logo depois do Minas Trend, feira de moda mineira que ocorre anualmente na capital mineira. “Sempre fico enjoada na época do Minas Trend por causa do nervosismo. Não foi diferente este ano, por isso, achava normal o que estava ocorrendo. Mas daí, a feira acabou e os enjoos continuaram. Foi quando resolvi fazer os exames e descobri a gravidez. A gente acaba tendo a ideia de ter um casal e eu disse que seria um menino. Marcelo dizia que era menina. Quando fiquei sabendo que era menina, descobri que queria mesmo mais uma menininha.”

Profissionalmente, 2015 seria um ano de sobrevivência, de acordo com Virgínia. “Meu objetivo era chegar no fim em pé. Sabia que seria difícil, como foi, mas, nos primeiros meses, apareceu a chance de abrir uma loja em Brasília. Fiquei com medo, por causa da crise, mas achei a ideia boa. Então, abrimos a loja e o empreendimento é um sucesso. Sem papo furado, ela teve aceitação muito boa. A gente queria o mínimo disso e superou as nossas expectativas.”

ROUPAS
Virgínia também investiu na fabricação de roupas. “Não foi planejado. Tive projeto paralelo para uma cliente. Passei anos produzindo para grandes marcas, antes de mexer com sapato. Por causa da crise, entrei nesse projeto e fui fabricar para ela. Resolvi colocar as peças na loja masculina, e teve aceitação. A roupa bombou.”

A designer faz um produto mais autoral. Talvez esse seja o segredo de seu sucesso. “Meu produto não segue moda, é mais do que estilo, não tenho público-alvo. Ofereço a minha arte e quem gostar vai comprar. Eu quero agradar, mas não estou fazendo para o mercado. Quero ganhar o mínimo, para continuar fazendo. Essa pegada autoral é que está fazendo o meu nome, colocando meu nome nos livros, na história da moda. E, em tempo de crise, é isso, você faz a sua vida do jeito que acredita, com muito trabalho, é assim que vai crescer”, avaliou a profissional, que se prepara para inaugurar uma loja da Virgínia Barros no Rio de Janeiro, em 2016.

Para a designer de interiores Cláudia Magalhães, é gratificante olhar para trás e ver o que conquistou (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Para a designer de interiores Cláudia Magalhães, é gratificante olhar para trás e ver o que conquistou
Corrida para o sucesso
Em 2015, a designer de interior Cláudia de Magalhães Lucas, de 42, só desejava uma coisa: correr. Mas correr como nunca havia corrido antes. Por isso, tão logo abriram as inscrições para a Volta Internacional da Pampulha, ela se inscreveu. Depois de um ano de preparações intensas, Claudinha, como é carinhosamente chamada pelos amigos, cumpriu, no início deste mês, os 18 quilômetros mais desejados de sua vida, em 1h53min.

A vontade de disputar a prova surgiu há dois anos. Antes disso, ela vivia ociosa. Suas atividades se resumiam na caminhada entre a TV e o computador. “Há seis anos, havia feito uma cirurgia séria e fiquei afastada do trabalho por três meses. Decidi, então, que queria ter qualidade de vida, mas só ficava no computador e em frente à TV. Meu primeiro passo foi procurar uma academia e, quando passei pela porta dela, nunca mais sai.”

Há dois anos, ela resolveu procurar a assessoria esportiva especializada em corrida de rua, da qual fazia parte seu professor da academia. “Ele me levou para essa assessoria. Até então, não conseguia me dedicar tanto, até que despertou a vontade de correr a Volta da Pampulha, no ano retrasado. Via todo mundo se preparando e batia a vontade, mas pensava que correr duas horas não era pra mim.”

A meta para este ano era se dedicar mais à corrida. Por isso, fez logo a inscrição para a corrida do fim do ano, procurou a ajuda de um nutricionista para se alimentar melhor e passou a se dedicar mais aos treinamentos. “Aos poucos, fui sentindo a minha evolução. Fui ficando extremamente feliz. Se todo mundo consegue, por que eu não conseguiria? E fiz a prova com sucesso. Aos 42 anos, precisei de menos de duas horas para completar a prova e não caminhei em nenhum minuto. Senti dor no joelho, mas foi gratificante. Hoje, tenho certeza de que quero mais.”

Para este ano, Cláudia quer metas financeiras mais arrojadas. “Quero dar uma guinada profissional, me dedicar 100% à minha profissão, além de disputar a Meia-Maratona de Belo Horizonte, em junho. Quando a gente vê que os objetivos estão sendo cumpridos, sentimos uma satisfação inexplicável. Passamos a ser movidos a desafios.”

COACH
Wilcler Diniz Almeida é empresário da área de prestação de serviços de plano de saúde e assessoria de finanças pessoais. Já prevendo um ano difícil para os negócios, propôs metas menos ousadas para 2015 e conseguiu cumpri-las antes mesmo de o ano acabar. “Tracei como meta inicial que não faria saques nas minhas reservas para cobrir despesas correntes. A perda de receita que tive, consegui recuperá-las de outra forma, com outras receitas, e consegui fechar o ano no azul.”

Para 2016, o empresário não quer repetir as metas. Ele deseja crescimento patrimonial para o novo ano. Para definir seus objetivos, ele procurou ajuda de um coach. “O quadro do novo ano não é o melhor e minha meta é sempre ter excedente de caixa, sobras financeiras. Mas como eu estava com as ideias dispersas, procurei ajuda para conseguir identificar competências, habilidades e pontos fracos do meu negócio.”

Diniz conta que, com a orientação de sua coach, conseguiu eliminar objetivos que o fariam perder tempo. “Consegui traçar linhas de ações em planos de negócios que têm sinergia com as minhas competências. Identifiquei melhor os obstáculos no trabalho, tracei planos de ação mais objetivos, mais 'pé no chão'.”

A ajuda especializada, segundo Diniz, é um dos caminhos que devem seguir todo profissional que não consegue se organizar para alcançar suas metas. “Em 2016, estou mais focado na área profissional. Do nível que estava, não conseguiria atingir essas metas profissionais e financeiras. Procurei ajuda para otimizar isso. Acho que é uma alternativa para todo mundo.”

Para a psicóloga e coach Verônica Bistene, resiliência será a palavra de ordem em 2016 (Jair Amaral/EM/D.A Press - 1/9/15)
Para a psicóloga e coach Verônica Bistene, resiliência será a palavra de ordem em 2016


Em busca de um plano B
Para aprender a lidar com situações extremas e estar pronto para mudar estratégias, contar com a ajuda de pessoas especializadas pode trazer uma tranquilidade a mais

Resiliência. Essa é a competência de ordem para 2016, segundo a psicóloga e coach Verônica Bistene Salas Loscha. Depois de um 2015 cheio de inseguranças, em razão, especialmente, da crise econômica e política pela qual o Brasil passa, as pessoas terão de saber lidar com as perdas. “Essa é uma competência-chave para o novo ano, as pessoas precisam saber cair e se levantar, e aprender com os erros.”

Segundo Verônica, por causa do 2015 sem grandes perspectivas para a maioria das pessoas, elas pretendem buscar um novo direcionamento profissional no novo ano. “Percebo que as pessoas estão tentando dar um novo direcionamento em suas carreiras, principalmente porque 2015 foi um ano de crise e muita gente perdeu emprego. Elas estão buscando um plano B, qual seria a profissão que lhes daria satisfação. Estão fazendo autorreflexão.”

Para a especialista, o ano que finda foi um momento de aprendizado. Agora, as pessoas precisam transformar a crise em oportunidade. “Foi um momento de aprender com os erros e com os acertos. Apesar de todos os acontecimentos, considero que 2015 foi um ano bom, porque as pessoas estão agora preocupadas mais com o lado pessoal. Não com o material. Elas querem mais e estão em busca, por exemplo, de um trabalho que mexa não só com a carreira, mas com a vida.”

DESCOBERTA
Para quem ainda não tem suas metas bem definidas para 2016, procurar uma orientação especializada pode ser uma solução. “A gente faz um trabalho de descoberta das competências que precisamos trabalhar para que atinja as metas. A partir daí, faz-se um plano de ação, apontando os obstáculos que vão surgir. E as pessoas têm de saber passar por cima para lidar com esses obstáculos. Por isso, a resiliência é a palavra de ordem no novo ano.

Hora de reflexão
Terapeuta holístico há mais de 20 anos e especialista em filosofia, Dárcio Cavallini aponta o medo como o principal obstáculo para as pessoas conseguirem cumprir suas metas. “O medo é o principal fator limitante, que faz com que tudo que planejamos não vá para a frente. Diferente de quando temos fé, força de vontade e garra, pois aí alcançamos o que queremos.”

Cavallini também defende a autorreflexão. “As pessoas precisam parar e pensar, quando elas querem muito uma coisa, mas muito mesmo, a ponto de não ouvir mais as opiniões negativas de terceiros que falavam para elas que não ia dar certo; quando quiseram tanto uma coisa a ponto de enfrentar a todos e a tudo, dedicaram tempo e o que fosse necessário, elas não conseguiram chegar lá? Todos nós fazemos algo desse tipo, ou seja, um movimento interno forte a ponto de superar tudo em algum momento da vida.”

Segundo o especialista, todo medo é um bloqueio da nossa energia de realização. “Por isso, tratá-lo e superá-lo é parte fundamental para que alcancemos nossas famosas metas de ano-novo, que são perfeitamente possíveis de serem obtidas com determinação, superação e garra.”

ENERGIA
O medo se origina da insegurança, falta de confiança em si próprio e a crença de que não é possível fazer, de acordo com o terapeuta. “Ou então é uma sensação inexplicável de limitação, impedimento e bloqueio. O processo para sair dessa energia é buscar o autoconhecimento, entender como funciona o sistema interno e aprender a lidar consigo mesmo. As pessoas não se conhecem direito, planejam, sonham, porém, muitas vezes, quando as coisas não acontecem, ficam frustradas, em vez de contentes”, acrescenta o especialista, apontando problemas de saúde que podem resultar da insegurança das pessoas.

“Temos todo um sistema energético que compõe nossos planos mais sutis de manifestação e quando o nível de energia em desequilíbrio nesses corpos chega no limite, eles extravasam essa energia para ser removida, jogando-a para nosso corpo físico, que então somatiza uma doença. Por isso, quando há insegurança para definir metas, é preciso contar com ajuda externa.”

Cinco passos para alcançar as promessas do próximo ano
O fim de um ciclo e o início de um novo ano são sempre acompanhados por novas promessas e mudanças. Há pessoas que almejam um salário melhor, uma mudança profissional, mais equilíbrio na vida pessoal, adquirir novos bens. Outros projetam um novo amor, menos quilos ou mais tempo para aproveitar a família. Como já sabemos, no entanto, o maior problema de traçar objetivo é realizá-los. Por isso, Flora Victoria, vice-presidente da SBCoaching, listou cinco dicas para realizar as metas e promessas feitas para o novo ano.

Detalhe suas metas
Ao pensar em metas, é necessário responder algumas questões: O quê? Quanto? Como? Por quê? Quando? Ou seja, para que seja possível realizar, é necessário que seus objetivos estejam claramente detalhados.

Trace um plano de mudança de atitudes
Pense que, para sair do ponto onde está e alcançar o novo objetivo, é preciso estar disposto a mudar. Afinal, quando se faz tudo igual, a tendência é obter os mesmos resultados. Anote suas observações e siga à risca o que foi estabelecido.

Alinhe valores pessoais às metas
Ganhar mais ou viajar mais não podem ser propósitos por si só e precisam estar acompanhados de motivos fortes. Por exemplo, com mais dinheiro no banco é possível conquistar mais bens materiais que vão agregar em qualidade de vida, como um carro ou um aluguel de um apartamento próximo ao trabalho. Já viajar para aprimorar um idioma e adquirir contato com novas culturas vai ampliar horizontes pessoais e auxiliar a carreira.

Envolva alguém que possa direcioná-lo sobre o melhor caminho a ser percorrido
Contratando um profissional, você terá alguém que o acompanhará em sua busca para alcançar as metas.

Estimule os sonhos e os planos ousados
Crie um ritual de passagem que estimule você a querer buscar seus objetivos e o ajude a lembrar-se sempre das metas que foram estabelecidas e devem ser cumpridas. Uma lista na carteira e escrita logo depois da meia-noite de 31 de dezembro carrega uma forte carga de simbolismo, que dá esperança e forças para realizar o que foi desejado, por exemplo.

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