Água previne dor
Enxaqueca atinge cerca de 30 milhões de brasileiros, segundo especialistas da área. Uma das formas de prevenção pode ser a terapia aquática, que tem vários benefícios comprovados
Lilian Monteiro - Estado de Minas
Publicação:18/01/2016 10:15Atualização: 18/01/2016 15:32
Em 19 de maio, é celebrado o Dia Nacional de Combate à Cefaleia. Esse mal, que acomete cerca de 90% da população mundial, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), está entre as 10 doenças mais incapacitantes e atinge 30 milhões de brasileiros (três mulheres para cada homem). A médica neurologista Célia Roesler, diretora da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE) e vice-coordenadora do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, diz que há mais de 200 tipos de dor de cabeça e a mais conhecida, não a mais comum, é a enxaqueca.
Célia Roesler enfatiza que há medicamentos específicos. “Para os momentos de dor aguda, a associação de duas substâncias aborta a crise mais rápido e tem menos efeito rebote. É o triptano, que reverte a dilatação dos vasos e diminui a transmissão da dor, e o naproxeno, que diminui a inflamação.” A neurologista avisa que, além dos medicamentos, é importante praticar atividade física. “A atividade física complementa o tratamento. A água acalma e relaxa. Então, a hidroterapia é uma boa indicação. Trinta minutos de atividade aeróbica (no mínimo) aumentam a endorfina, nosso analgésico natural. Agora, são práticas preventivas, não curativas. E lembre-se de que, com a dor instalada, o esforço físico piora, portanto, repouso é a melhor saída.”
Por ser crônica, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento são fundamentais para o controle da enxaqueca. De acordo com a SBCE, os fatores desencadeadores da crise mais comuns são odores fortes, barulhos, mudança no horário do sono, excesso ou falta de sono, alguns tipos de alimentos (vinho, queijo amarelo, chocolate), além dos fatores psicológicos, como estresse, cobrança no trabalho, nas mulheres, durante o período menstrual, por conta das oscilações hormonais, entre outros.
RELAXAR
O fisioterapeuta Rogério Celso Ferreira, diretor clínico da Fisior Hidroterapia, revela que a utilização da hidroterapia, especialidade da fisioterapia que usa a água para beneficiar as pessoas, tem levado a ótimos resultados no combate aos sintomas e às crises de enxaqueca. “A hidroterapia concilia exercícios de fisioterapia com a prática de atividades dentro da água. Isso permite ao paciente se exercitar sem exigir esforços musculares tão elevados quanto aqueles de uma atividade de musculação. A terapia contribui para o estado de relaxamento muscular e mental do praticante, de modo a promover sensação de bem-estar, o que auxilia no alívio das dores localizadas na cabeça.”
Rogério enfatiza que o ambiente aquático é diferente e tem diversas propriedades, “como a flutuação (empuxo). A pressão hidrostática é a pressão que a água exerce no corpo. Assim, podemos utilizá-la para oferecer sustentação para quem tem dificuldade de manter o equilíbrio. Essa pressão se manifesta em todas as direções e sentidos, inclusive, verticalmente, de baixo para cima. Importante para o tratamento de quem tem artrose no joelho, problema no quadril ou coluna. Ao fazer os exercícios dentro da água, forçam-se menos as articulações e experimenta-se um ambiente que favorece movimentos que não se conseguia fazer”.
De acordo com o fisioterapeuta, não há uma causa para a enxaqueca, mas diversos gatilhos. “Mas não se sabe o que a desencadeia, pois varia muito de pessoa para pessoa. Não se sabe a origem. Estabelecida, há alterações vasculares na cabeça e existe uma vasoconstrição (redução do calibre dos vasos cerebrais), seguida por dilatação (que é o oposto) e a liberação de algumas substâncias (como a serotonina), hormônios e substâncias inflamatórias, que causam a dor típica da enxaqueca. O tratamento, muitas vezes, é sintomático, com analgésico. E, ao iniciar, não há saída, somente com medicação até o processo acabar.”
Portanto, a hidroterapia entra como tratamento preventivo. “Por meio da terapia constante e de treinamento com o organismo, vamos induzir o corpo a um novo estado, que se afasta do processo desencadeante. A frequência e a intensidade passam a ser menores, porque trabalhamos em cima desses fatores. O resultado é mais nítido e característico nesses casos.” Rogério revela que muitos pacientes procuram a clínica não para tratar de enxaqueca, mas, ao fazer outras terapias aquáticas, percebiam ora que a dor de cabeça passava ora que diminuia de intensidade ora que aparecia com menos frequência. “A hidroterapia como especialidade da fisioterapia é recente, mas ela tem origem na Grécia Antiga, e Hipócrates (considerado o pai da medicina) estudou o efeito da água para o tratamento.”
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A SBCE alerta que a enxaqueca é uma doença incapacitante e que pode impactar na vida pessoal e profissional dos pacientes. Segundo a neurologista, as crises duram de quatro a 72 horas e quem tem dores de cabeça constantes (mais de dois episódios numa única semana) deve procurar um especialista. “A enxaqueca é como um incêndio, tem de apagar no início, porque depois ela se alastra. Mas o tratamento não é só tomar remédio, aliás, o uso abusivo pode torná-la crônica, o que chamamos de dor de cabeça crônica diária, já que o cérebro vai se acomodar. Com tanta automedicação, a enxaqueca é um terreno sem dono, todos tratam-na. O que é grave.”Célia Roesler enfatiza que há medicamentos específicos. “Para os momentos de dor aguda, a associação de duas substâncias aborta a crise mais rápido e tem menos efeito rebote. É o triptano, que reverte a dilatação dos vasos e diminui a transmissão da dor, e o naproxeno, que diminui a inflamação.” A neurologista avisa que, além dos medicamentos, é importante praticar atividade física. “A atividade física complementa o tratamento. A água acalma e relaxa. Então, a hidroterapia é uma boa indicação. Trinta minutos de atividade aeróbica (no mínimo) aumentam a endorfina, nosso analgésico natural. Agora, são práticas preventivas, não curativas. E lembre-se de que, com a dor instalada, o esforço físico piora, portanto, repouso é a melhor saída.”
Por ser crônica, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento são fundamentais para o controle da enxaqueca. De acordo com a SBCE, os fatores desencadeadores da crise mais comuns são odores fortes, barulhos, mudança no horário do sono, excesso ou falta de sono, alguns tipos de alimentos (vinho, queijo amarelo, chocolate), além dos fatores psicológicos, como estresse, cobrança no trabalho, nas mulheres, durante o período menstrual, por conta das oscilações hormonais, entre outros.
A terapia contribui para o estado de relaxamento muscular e mental do praticante, de modo a promover sensação de bem-estar, o que auxilia no alívio das dores localizadas na cabeça - Rogério Celso Ferreira,
fisioterapeuta
O fisioterapeuta Rogério Celso Ferreira, diretor clínico da Fisior Hidroterapia, revela que a utilização da hidroterapia, especialidade da fisioterapia que usa a água para beneficiar as pessoas, tem levado a ótimos resultados no combate aos sintomas e às crises de enxaqueca. “A hidroterapia concilia exercícios de fisioterapia com a prática de atividades dentro da água. Isso permite ao paciente se exercitar sem exigir esforços musculares tão elevados quanto aqueles de uma atividade de musculação. A terapia contribui para o estado de relaxamento muscular e mental do praticante, de modo a promover sensação de bem-estar, o que auxilia no alívio das dores localizadas na cabeça.”
Rogério enfatiza que o ambiente aquático é diferente e tem diversas propriedades, “como a flutuação (empuxo). A pressão hidrostática é a pressão que a água exerce no corpo. Assim, podemos utilizá-la para oferecer sustentação para quem tem dificuldade de manter o equilíbrio. Essa pressão se manifesta em todas as direções e sentidos, inclusive, verticalmente, de baixo para cima. Importante para o tratamento de quem tem artrose no joelho, problema no quadril ou coluna. Ao fazer os exercícios dentro da água, forçam-se menos as articulações e experimenta-se um ambiente que favorece movimentos que não se conseguia fazer”.
De acordo com o fisioterapeuta, não há uma causa para a enxaqueca, mas diversos gatilhos. “Mas não se sabe o que a desencadeia, pois varia muito de pessoa para pessoa. Não se sabe a origem. Estabelecida, há alterações vasculares na cabeça e existe uma vasoconstrição (redução do calibre dos vasos cerebrais), seguida por dilatação (que é o oposto) e a liberação de algumas substâncias (como a serotonina), hormônios e substâncias inflamatórias, que causam a dor típica da enxaqueca. O tratamento, muitas vezes, é sintomático, com analgésico. E, ao iniciar, não há saída, somente com medicação até o processo acabar.”
Portanto, a hidroterapia entra como tratamento preventivo. “Por meio da terapia constante e de treinamento com o organismo, vamos induzir o corpo a um novo estado, que se afasta do processo desencadeante. A frequência e a intensidade passam a ser menores, porque trabalhamos em cima desses fatores. O resultado é mais nítido e característico nesses casos.” Rogério revela que muitos pacientes procuram a clínica não para tratar de enxaqueca, mas, ao fazer outras terapias aquáticas, percebiam ora que a dor de cabeça passava ora que diminuia de intensidade ora que aparecia com menos frequência. “A hidroterapia como especialidade da fisioterapia é recente, mas ela tem origem na Grécia Antiga, e Hipócrates (considerado o pai da medicina) estudou o efeito da água para o tratamento.”
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- 12/12/2014
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