Pessoas com dificuldade para ganhar peso são chamadas de ectomorfas

A magreza excessiva frequentemente é motivo de complexo e os ectomorfos acabam recorrendo a dietas para engordar e precisam malhar de forma diferenciada para fortalecer pernas, braços e glúteos

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Renata Rusky - Revista do CB Publicação:27/01/2016 09:30Atualização:27/01/2016 10:11
Mayara Elis, 26 anos, contabilista, se acha magra demais (Zuleika de Souza/CB/D.A Press)
Mayara Elis, 26 anos, contabilista, se acha magra demais
Emagrecer é um dos desejos mais comuns, mas a insatisfação com o corpo não é exclusiva de quem tem alguns quilos a mais. Quem os tem “de menos” também se incomoda — principalmente os homens, a quem é imposto um corpo mais forte como estereótipo de beleza.

Naturalmente magras, com ossos finos e estruturas musculares pouco densas, essas pessoas que dificilmente ganham peso são tecnicamente chamadas de ectomorfas. Em geral, elas apresentam o metabolismo acelerado, ou seja, consomem calorias velozmente e sem necessidade de esforço físico.

Para quem vive com restrições calóricas, esse parece o melhor dos mundos. Saiba que não é: a magreza excessiva frequentemente é motivo de complexo. Os ectomorfos acabam recorrendo a dietas para engordar e precisam malhar de forma diferenciada para fortalecer pernas, braços e glúteos.

Outro aspecto importante é que magreza nem sempre significa saúde. “Pode-se ter um peso em balança magro, sobretudo com relação à estatura. Contudo, uma composição corporal com alto índice de percentual de gordura, com depósitos proeminentes de tecido adiposo, é o que denominamos magro metabolicamente obeso”, ressalta o nutricionista Clayton Camargo. Mais um motivo para não aborrecer aquele seu amigo magro que malha com afinco e conta as calorias.

Mayara Elis, 26 anos, contabilista, se acha magra demais. Em sete anos, o peso dela variou apenas 5kg. “Outro dia, comprei um vestido de festa que estava lindo em uma mulher, mas, em mim, ficou retão, porque ela tinha bundão e cinturinha”, reclama. Há 3 anos, ela faz musculação 4 vezes por semana e exercícios aeróbicos uma vez, por meia hora. O objetivo original era fazer com o que os músculos crescessem, mas acabou se conformando: “Já percebi que é difícil demais e minha genética não ajuda. Então, me contento em ficar definida.” Além disso, ela também fica atenta à composição corporal, ou seja, sua porcentagem de massa magra e de massa gorda. O propósito, no caso, é substituir uma pela outra.

Foi na tentativa frustrada de ganhar peso que Mayara, finalmente, percebeu que a alimentação é tão ou mais importante que o exercício físico. Associada à malhação, ela impede que Mayara se sinta magra demais ou que a porcentagem de gordura aumente. Durante a semana, come de três em três horas: arroz, só integral; muitos legumes; e frango, quase sempre. No fim de semana, relaxa e abre exceções.

O nutricionista Clayton Camargo indica o tipo de alimento que deve ser consumido por quem quer ganhar peso: aqueles com elevada densidade energética, mas, com qualidade nutricional superior, ou seja, com baixo índice glicêmico, sódio e gorduras saturadas. Além disso, não se deve abrir mão de atividades físicas que objetivem força e hipertrofia muscular — tudo isso, sob supervisão de profissionais das áreas de nutrição e educação física.

O estudante Yghor Neves, 23, nunca chegou ao extremo de sentir vergonha do próprio corpo, mas se achava magro demais. Há cerca de 7 meses, investiu em uma dieta para ganhar massa. Ele come 1kg de frango por dia: metade no almoço; metade no jantar. “Quando tenho que almoçar ou jantar fora, fico até com vergonha, porque é muita comida”, brinca. Desde que transformou os hábitos, apenas substituiu massa gorda por massa magra. Agora, a meta é fazer com que os músculos cresçam.

O metabolismo de Yghor é muito acelerado, então, a tarefa de ganhar peso é realmente difícil. Ele faz exercícios de resistência diariamente e evita todos os aeróbicos. Independentemente da meta, a mudança de rotina foi positiva. Hoje, ele se sente mais saudável, dorme melhor e acorda bem disposto. O maior ganho foi mesmo de qualidade de vida.

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