Pesquisa norte-americana mostra que divórcio é mais provável quando as mulheres adoecem
Explicação estaria na cultura. Acadêmicos da Iowa State University relacionam os dados ao fato de as mulheres terem sido tradicionalmente condicionadas a serem cuidadoras em suas famílias, o que pode significar que os homens são menos capazes de lidar com a doença de suas esposas
Agência Estado
Redação - Saúde Plena
Publicação:11/02/2016 16:16Atualização: 11/02/2016 16:41
Em análise com 2.700 casais, o levantamento mostra que relacionamento em que a mulher teve uma doença grave teve 6% mais divórcio do que aqueles em que a mulher permaneceu saudável. A conclusão é que o divórcio é mais provável quando as mulheres adoecem. Por outro lado, quando os homens ficaram doentes, o risco de o casamento terminar em divórcio não aumentou.
Em janeiro deste ano, o caso de uma atriz argentina ganhou repercussão no Brasil depois que Lorena Meritano, de 45 anos, disse ter sido abandonada pelo marido, Ernesto Calzadilla, 41, após revelar a ele que precisava retirar um seio para combater o câncer, descoberto do ano passado. Em vídeo emocionante publicado do Youtube ela fala sobre a atitude do marido. "Hoje, Ernesto Calzadilla, que foi meu marido até hoje e deveria estar ao meu lado, está me deixando, ele está se divorciando de mim, está deixando o barco."
O estudo, liderado por acadêmicos da Iowa State University nos EUA, sugere que isso se deve ao fato de as mulheres terem sido tradicionalmente condicionadas a serem cuidadoras em suas famílias, o que pode significar que os homens são menos capazes de lidar, se suas esposas adoecerem, com consequências imprevisíveis.
Os acadêmicos usaram dados de uma amostra de casais americanos, todos com idade acima dos 50 no início dos anos 1990, que foram questionados sobre a sua saúde e outros aspectos de suas vidas a cada dois anos, durante um período de quase 20 anos. No geral, 32% dos casamentos terminaram em divórcio e outros 24% terminaram como resultado da morte de um dos cônjuges.
A equipe liderada por Amelia Karraker, professorora assistente nos estudos de desenvolvimento humano e familiar da Iowa State University, comparou incidências de quatro condições - câncer, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e doença pulmonar - em homens e mulheres que terminaram o casamento.
O estudo publicado no Jornal da Saúde e Comportamento Social e apoiada pela Associação Americana de Sociologia, mostra que, embora houvesse variações entre as diferentes doenças gerais, o "risco de divórcio cresceu" em casos em que a mulher, mas não o marido, adoeceu.
Relacionamento em que a mulher teve uma doença grave, teve 6% mais divórcio do que aqueles em que a mulher permaneceu saudável
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Em análise com 2.700 casais, o levantamento mostra que relacionamento em que a mulher teve uma doença grave teve 6% mais divórcio do que aqueles em que a mulher permaneceu saudável. A conclusão é que o divórcio é mais provável quando as mulheres adoecem. Por outro lado, quando os homens ficaram doentes, o risco de o casamento terminar em divórcio não aumentou.
Em janeiro deste ano, o caso de uma atriz argentina ganhou repercussão no Brasil depois que Lorena Meritano, de 45 anos, disse ter sido abandonada pelo marido, Ernesto Calzadilla, 41, após revelar a ele que precisava retirar um seio para combater o câncer, descoberto do ano passado. Em vídeo emocionante publicado do Youtube ela fala sobre a atitude do marido. "Hoje, Ernesto Calzadilla, que foi meu marido até hoje e deveria estar ao meu lado, está me deixando, ele está se divorciando de mim, está deixando o barco."
O estudo, liderado por acadêmicos da Iowa State University nos EUA, sugere que isso se deve ao fato de as mulheres terem sido tradicionalmente condicionadas a serem cuidadoras em suas famílias, o que pode significar que os homens são menos capazes de lidar, se suas esposas adoecerem, com consequências imprevisíveis.
Os acadêmicos usaram dados de uma amostra de casais americanos, todos com idade acima dos 50 no início dos anos 1990, que foram questionados sobre a sua saúde e outros aspectos de suas vidas a cada dois anos, durante um período de quase 20 anos. No geral, 32% dos casamentos terminaram em divórcio e outros 24% terminaram como resultado da morte de um dos cônjuges.
A equipe liderada por Amelia Karraker, professorora assistente nos estudos de desenvolvimento humano e familiar da Iowa State University, comparou incidências de quatro condições - câncer, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e doença pulmonar - em homens e mulheres que terminaram o casamento.
O estudo publicado no Jornal da Saúde e Comportamento Social e apoiada pela Associação Americana de Sociologia, mostra que, embora houvesse variações entre as diferentes doenças gerais, o "risco de divórcio cresceu" em casos em que a mulher, mas não o marido, adoeceu.