Nascimento de gêmeos dobra em países desenvolvidos e preocupa especialistas
Estudo aponta como causas o adiamento da gravidez e as técnicas de reprodução assistida. Dado é preocupante já que a gestação de múltiplos é mais arriscada e os bebês são mais frágeis
AFP - Agence France-Presse
Publicação:12/02/2016 10:38Atualização: 12/02/2016 10:54
app/noticia_133890394703/2016/02/12/156115/20160212105437323637e.jpg "Aumento da taxa de natalidade de gêmeos é percebida como uma questão de saúde pública: as gravidezes de gêmeos tendem a ser de maior risco - com quadro de diabetes gestacional e depressão pós-parto para a mãe. Além disso, partos são muitas vezes adiantados e os gêmeos nascem frequentemente prematuros com taxas de mortalidade infantil mais elevadas (REUTERS/Amit Dave)")
Após 35 anos, as poliovulações são frequentes nas mulheres. Paralelamente, cada vez mais casais recorrem à assistência médica à procriação (AMP).
Pison e seus colegas holandeses Christiaan Monden (Universidade de Oxford) e Jeroen Smits (Nimègue, Holanda) constataram que o efeito da AMP é em média três vezes maior do que o do adiamento da maternidade neste "boom de gêmeos" na base de dados de 32 países, a maioria europeus mas também a Austrália, o Canadá, os Estados Unidos, a Nova Zelândia, etc. "No entanto, esta média abrange uma grande diversidade de situações", ressaltou Pison.
No Japão, o efeito da AMP é assim dez vezes mais importante do que a maternidade tardia. Na Polônia, onde a AMP é ainda pouco desenvolvida, a assistência interfere em apenas um terço dos nascimentos gemelares. Na Hungria e na Nova Zelândia, o efeito das maternidades tardias e da AMP são equivalentes.
Os pesquisadores também questionaram se este boom de gêmeos iria continuar. "Em um de cada quatro países, as taxas de gêmeos pararam de crescer. Constatamos que há um platô, seguido de uma queda", detalhou Pison. No entanto, em três dos quatro países, esse número continua a aumentar, como na França, nos Estados Unidos e no Reino Unido.
"Não sabemos se esse aumento vai continuar, mas ele é cada vez mais percebido como uma questão de saúde pública", ressaltou o pesquisador. Isso porque as gravidezes de gêmeos tendem a ser de maior risco: como diabetes gestacional e depressão pós-parto para a mãe. Os partos são muitas vezes adiantados e os gêmeos nascem frequentemente prematuros com taxas de mortalidade infantil mais elevadas. Diante destes riscos, a prática recomenda a implantação de apenas um embrião.
Este estudo foi publicado na revista População e Desenvolvimento.
Aumento da taxa de natalidade de gêmeos é percebida como uma questão de saúde pública: as gravidezes de gêmeos tendem a ser de maior risco - com quadro de diabetes gestacional e depressão pós-parto para a mãe. Além disso, partos são muitas vezes adiantados e os gêmeos nascem frequentemente prematuros com taxas de mortalidade infantil mais elevadas
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A taxa de natalidade de gêmeos quase dobrou nos países desenvolvidos em quarenta anos por causa do adiamento da gravidez e da assistência médica à procriação. O aumento é preocupante, já que esses bebês são mais frágeis. Estudo foi divulgado na última segunda-feira (08/02). "Revisamos todas as estatísticas vitais de países com quadros detalhados para os nascimentos distinguindo os nascimentos múltiplos: gêmeos, trigêmeos, etc., de 1970 a 2013, 2013 e 2014", explicou Gilles Pison, professor do Museu de História Nacional e pesquisador do Instituto Nacional de Estudos Demográficos (Ined) da França.Após 35 anos, as poliovulações são frequentes nas mulheres. Paralelamente, cada vez mais casais recorrem à assistência médica à procriação (AMP).
Pison e seus colegas holandeses Christiaan Monden (Universidade de Oxford) e Jeroen Smits (Nimègue, Holanda) constataram que o efeito da AMP é em média três vezes maior do que o do adiamento da maternidade neste "boom de gêmeos" na base de dados de 32 países, a maioria europeus mas também a Austrália, o Canadá, os Estados Unidos, a Nova Zelândia, etc. "No entanto, esta média abrange uma grande diversidade de situações", ressaltou Pison.
No Japão, o efeito da AMP é assim dez vezes mais importante do que a maternidade tardia. Na Polônia, onde a AMP é ainda pouco desenvolvida, a assistência interfere em apenas um terço dos nascimentos gemelares. Na Hungria e na Nova Zelândia, o efeito das maternidades tardias e da AMP são equivalentes.
Os pesquisadores também questionaram se este boom de gêmeos iria continuar. "Em um de cada quatro países, as taxas de gêmeos pararam de crescer. Constatamos que há um platô, seguido de uma queda", detalhou Pison. No entanto, em três dos quatro países, esse número continua a aumentar, como na França, nos Estados Unidos e no Reino Unido.
"Não sabemos se esse aumento vai continuar, mas ele é cada vez mais percebido como uma questão de saúde pública", ressaltou o pesquisador. Isso porque as gravidezes de gêmeos tendem a ser de maior risco: como diabetes gestacional e depressão pós-parto para a mãe. Os partos são muitas vezes adiantados e os gêmeos nascem frequentemente prematuros com taxas de mortalidade infantil mais elevadas. Diante destes riscos, a prática recomenda a implantação de apenas um embrião.
Este estudo foi publicado na revista População e Desenvolvimento.