Indicado para quem sofre com artrose, estudo mostra que paracetamol não é eficaz
A artrose é uma doença inflamatória que gera dores, inchaços, atrofias e uma perda do funcionamento das articulações. Ela atinge quase 10% dos homens e 18% das mulheres com mais de 60 anos
AFP - Agence France-Presse
Publicação:18/03/2016 12:36Atualização: 18/03/2016 12:45
O estudo foi conduzido em cima de 22 tratamentos em que os pacientes receberam diferentes doses de paracetamol e foram testados sete medicamentos anti-inflamatórios. Resultado mostrou que paracetamol não apresentava "eficácia clinicamente significativa" mesmo que seja "um pouco melhor" do que um placebo.
A artrose é uma doença inflamatória que gera dores, inchaços, atrofias e uma perda do funcionamento das articulações. Ela atinge quase 10% dos homens e 18% das mulheres com mais de 60 anos.
O medicamento que se mostrou mais eficaz contra as dores ligadas à artrose foi o anti-inflamatório diclofenaco a uma dose de 150mg/dia, à frente de outros anti-inflamatórios como o ibuprofeno, o naproxeno e o celecoxibe. Esses anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) não podem ser prescritos por longos períodos de tempo, já que possuem efeitos colaterais importantes - problemas digestivos, cutâneos ou cardíacos. "É por isso que o paracetamol normalmente é prescrito mais do que os anti-inflamatórios não-esteróides. Nossos resultados sugiram que ele não é eficaz, não importando a dosagem, para aliviar a dor provocada pela artrose", aponta Sven Trelle, médico da universidade de Berna que dirigiu o estudo.
O estudo consistiu em recuperar dados obtidos com 60.000 pacientes que participaram de testes clínicos cujos resultados foram publicados entre 1980 e 2015.
Hoje, na maior parte dos países, as recomendações são prescrever inicialmente paracetamol aos pacientes que sofrem de artrose e, caso seja necessário, um anti-inflamatório não-esteróide.
Num comentário anexado ao estudo, Nicholas Moore, do departamento de farmacologia da Universidade de Bordeaux, aponta que o "resultado não é completamente inesperado (...) a eficácia do paracetamol jamais foi estabelecida ou quantificada para as doenças crônicas e é provavelmente inferior ao que muitos imaginavam". "A única preocupação é uma sobredose", ressaltou.
O paracetamol é muito tóxico para o fígado em caso de sobredose, mas pode também excepcionalmente ter efeitos cutâneos ou hematológicos em doses mais fracas.
Saiba mais...
Amplamente prescrito às pessoas que sofrem de artrose, o paracetamol não permite aliviar de maneira eficaz as dores ou melhorar as capacidades físicas - é o que diz um estudo publicado nesta sexta-feira (18/03) pela revista médica The Lancet. O estudo foi conduzido em cima de 22 tratamentos em que os pacientes receberam diferentes doses de paracetamol e foram testados sete medicamentos anti-inflamatórios. Resultado mostrou que paracetamol não apresentava "eficácia clinicamente significativa" mesmo que seja "um pouco melhor" do que um placebo.
A artrose é uma doença inflamatória que gera dores, inchaços, atrofias e uma perda do funcionamento das articulações. Ela atinge quase 10% dos homens e 18% das mulheres com mais de 60 anos.
O medicamento que se mostrou mais eficaz contra as dores ligadas à artrose foi o anti-inflamatório diclofenaco a uma dose de 150mg/dia, à frente de outros anti-inflamatórios como o ibuprofeno, o naproxeno e o celecoxibe. Esses anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) não podem ser prescritos por longos períodos de tempo, já que possuem efeitos colaterais importantes - problemas digestivos, cutâneos ou cardíacos. "É por isso que o paracetamol normalmente é prescrito mais do que os anti-inflamatórios não-esteróides. Nossos resultados sugiram que ele não é eficaz, não importando a dosagem, para aliviar a dor provocada pela artrose", aponta Sven Trelle, médico da universidade de Berna que dirigiu o estudo.
O estudo consistiu em recuperar dados obtidos com 60.000 pacientes que participaram de testes clínicos cujos resultados foram publicados entre 1980 e 2015.
Hoje, na maior parte dos países, as recomendações são prescrever inicialmente paracetamol aos pacientes que sofrem de artrose e, caso seja necessário, um anti-inflamatório não-esteróide.
Num comentário anexado ao estudo, Nicholas Moore, do departamento de farmacologia da Universidade de Bordeaux, aponta que o "resultado não é completamente inesperado (...) a eficácia do paracetamol jamais foi estabelecida ou quantificada para as doenças crônicas e é provavelmente inferior ao que muitos imaginavam". "A única preocupação é uma sobredose", ressaltou.
O paracetamol é muito tóxico para o fígado em caso de sobredose, mas pode também excepcionalmente ter efeitos cutâneos ou hematológicos em doses mais fracas.