OMS apresenta diretrizes para tratar sequelas da mutilação genital feminina

Violência atinge cerca de 200 milhões de mulheres no mundo

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Agência Brasil Publicação:16/05/2016 12:20Atualização:16/05/2016 12:29
Em algumas comunidades do Quênia, mutilação genital feminina ainda é considerada como uma tradição fundamental  independentemente da sua saúde física e psicológica negativa repercussões (AFP PHOTO/TONY KARUMBA)
Em algumas comunidades do Quênia, mutilação genital feminina ainda é considerada como uma tradição fundamental independentemente da sua saúde física e psicológica negativa repercussões
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou nesta segunda-feira (16/05) diretrizes para o tratamento das sequelas da mutilação genital feminina ou ablação, que atinge cerca de 200 milhões de mulheres no mundo.

Pela primeira vez, foram elaboradas indicações dirigidas às mulheres afetadas por essa mutilação, à qual são expostas anualmente cerca de 3 milhões de mulheres e crianças.

A mutilação genital feminina ou ablação implica a eliminação parcial ou total dos órgãos genitais externos das mulheres, o que provoca dor, perda de sangue e pode levar à morte.

No caso da mutilação conhecida por infibulação, são seccionadas diversas partes dos órgãos genitais e também se costuram os lábios vaginais, deixando apenas uma abertura para a urina e o sangue menstrual, o que pode provocar a morte durante o parto, inclusive para os bebês, cuja saída pode ficar bloqueada.

Em longo prazo, as mulheres podem sofrer disfunção sexual, infeções urinárias ou problemas psicológicos como depressão, ansiedade ou síndrome pós-traumática.

A OMS considera a mutilação um problema de saúde global, com especial incidência em 30 países de África e alguns da Ásia, mas com casos cada vez mais frequentes em países da Europa e América do Norte devido à imigração.

Doris Chou, perita do Departamento de Saúde Reprodutiva e Investigação da OMS reiterou, em declarações à agência de notícias Efe, a importância dos profissionais médicos para a erradicação dessa prática, sobretudo após os casos cada vez mais comuns de envolvimento médico na ablação.

“As próprias famílias percebem as complicações que podem ocorrer durante a mutilação e recorrem ao médico mais próximo, pedindo que ele faça”, observou.

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