Ataques cardíacos podem ser silenciosos
45% dos infartos não têm sintomas. Cientistas chegaram à conclusão após analisar dados de 9.498 pacientes.
Estado de Minas
Publicação:29/05/2016 10:35Atualização: 29/05/2016 10:48
Quase metade de todos os ataques cardíacos pode ser silenciosa, sem mandar sinais prévios, como dor no peito, alerta um estudo publicado no jornal Circulation, da Associação Americana do Coração. O cenário tem como uma das principais consequências o risco de maior comprometimento no atendimento emergencial do paciente. O resultado de um ataque cardíaco silencioso é tão ruim quanto o daquele reconhecido enquanto está acontecendo”, diz Elsayed Z. Soliman, principal autor do estudo e diretor de cardiologia epidemiológica do Centro Médico Wake Forest Baptist, na Carolina do Norte. “E, como o paciente não sabe o que está sofrendo, pode não receber o tratamento necessário”, complementa.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 9.498 adultos de meia-idade que participaram da pesquisa “Riscos de aterosclerose em comunidades”, que analisou as causas e as consequências da condição, caracterizada pelo entupimento das artérias. Os pesquisadores examinaram diferenças nos episódios de infartos entre negros e brancos, assim como em homens e mulheres. Ao longo de nove anos depois do início do estudo, 317 participantes sofreram ataques silenciosos, enquanto 386 tiveram o problema, mas exibiram os sintomas clássicos. Os cientistas continuaram a acompanhar os pacientes por mais duas décadas para rastrear as mortes por males cardiovasculares e outras doenças.
No fim, descobriram que os infartos silenciosos foram responsáveis por 45% de todos os casos de ataque cardíaco registrados, aumentando em três vezes o risco de morrer por doenças cardiovasculares. Também houve aumento de 34% de óbitos por qualquer outra causa. Os ataques cardíacos silenciosos são mais comuns em homens, porém causam mais mortes em mulheres. “Nosso estudo também sugere que os negros têm prognóstico pior que os brancos”, observa Soliman.
Os sintomas de um ataque cardíaco silencioso são tão suaves que o paciente mal os percebe, se é que consegue sentir alguma coisa. Todos são detectados mais tarde, geralmente quando a pessoa faz um eletrocardiograma, exame que mede a atividade elétrica do coração. De acordo com Soliman, uma vez descoberta, a complicação deve ser tratada de forma tão agressiva quanto quando apresenta os sintomas clássicos, como falta de ar, dor no peito e dor que irradia para o pescoço, as costas e os braços.
Soliman lembra também que os fatores de risco para todos os casos são iguais. “Os médicos precisam ajudar os pacientes que tiveram infartos silenciosos a parar de fumar, reduzir o peso, controlar o colesterol e a pressão sanguínea, e fazer mais exercícios”, lembra. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo acredita que, no Brasil, ocorram cerca de 720 paradas cardíacas por dia e 300 mil por ano. No mundo, são 17,5 milhões anuais, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Proteção divina
Ir à igreja com regularidade também é uma forma de proteger o coração, segundo estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard Chan (EUA). Ao analisar dados de 74.534 mulheres, os cientistas concluíram que aquelas que frequentavam templos religiosos mais de uma vez por semana apresentavam risco 27% menor de mortalidade por doenças cardiovasculares. “Parte dos benefícios, aparentemente, é explicada pelo fato de que ir à igreja frequentemente aumenta o suporte social, desencoraja o hábito de fumar, diminui a depressão e ajuda as pessoas a desenvolverem um estilo de vida mais otimista e esperançoso”, explicou Tyler VanderWeele, principal autor. A pesquisa mostrou ainda que, nessas mulheres, as chances de morrer devido a complicações pelo câncer são 21% menores.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 9.498 adultos de meia-idade que participaram da pesquisa “Riscos de aterosclerose em comunidades”, que analisou as causas e as consequências da condição, caracterizada pelo entupimento das artérias. Os pesquisadores examinaram diferenças nos episódios de infartos entre negros e brancos, assim como em homens e mulheres. Ao longo de nove anos depois do início do estudo, 317 participantes sofreram ataques silenciosos, enquanto 386 tiveram o problema, mas exibiram os sintomas clássicos. Os cientistas continuaram a acompanhar os pacientes por mais duas décadas para rastrear as mortes por males cardiovasculares e outras doenças.
No fim, descobriram que os infartos silenciosos foram responsáveis por 45% de todos os casos de ataque cardíaco registrados, aumentando em três vezes o risco de morrer por doenças cardiovasculares. Também houve aumento de 34% de óbitos por qualquer outra causa. Os ataques cardíacos silenciosos são mais comuns em homens, porém causam mais mortes em mulheres. “Nosso estudo também sugere que os negros têm prognóstico pior que os brancos”, observa Soliman.
Os sintomas de um ataque cardíaco silencioso são tão suaves que o paciente mal os percebe, se é que consegue sentir alguma coisa. Todos são detectados mais tarde, geralmente quando a pessoa faz um eletrocardiograma, exame que mede a atividade elétrica do coração. De acordo com Soliman, uma vez descoberta, a complicação deve ser tratada de forma tão agressiva quanto quando apresenta os sintomas clássicos, como falta de ar, dor no peito e dor que irradia para o pescoço, as costas e os braços.
Soliman lembra também que os fatores de risco para todos os casos são iguais. “Os médicos precisam ajudar os pacientes que tiveram infartos silenciosos a parar de fumar, reduzir o peso, controlar o colesterol e a pressão sanguínea, e fazer mais exercícios”, lembra. A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo acredita que, no Brasil, ocorram cerca de 720 paradas cardíacas por dia e 300 mil por ano. No mundo, são 17,5 milhões anuais, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Proteção divina
Ir à igreja com regularidade também é uma forma de proteger o coração, segundo estudo da Faculdade de Saúde Pública de Harvard Chan (EUA). Ao analisar dados de 74.534 mulheres, os cientistas concluíram que aquelas que frequentavam templos religiosos mais de uma vez por semana apresentavam risco 27% menor de mortalidade por doenças cardiovasculares. “Parte dos benefícios, aparentemente, é explicada pelo fato de que ir à igreja frequentemente aumenta o suporte social, desencoraja o hábito de fumar, diminui a depressão e ajuda as pessoas a desenvolverem um estilo de vida mais otimista e esperançoso”, explicou Tyler VanderWeele, principal autor. A pesquisa mostrou ainda que, nessas mulheres, as chances de morrer devido a complicações pelo câncer são 21% menores.