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Você sabia que as gatas não são férteis somente no cio?

A reprodução dos gatos tem aspectos únicos

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Revista do CB - Correio Braziliense Publicação:11/06/2016 10:00Atualização:06/06/2016 14:46
Hermione quando chegou em casa era muito pequenininha, mas pouco tempo depois já começou a apresentar os sintomas do cio  (Elizabeth Oliveira / Divulgação)
Hermione quando chegou em casa era muito pequenininha, mas pouco tempo depois já começou a apresentar os sintomas do cio
O mundo animal é repleto de curiosidades interessantes, mas pouco se fala sobre a vida sexual dos gatos. E ela tem suas peculiaridades. Os felinos apresentam um comportamento diferente. Eles podem ter várias ninhadas no mesmo ano, por exemplo. Durante o cio, as gatas não ovulam, mas estão sempre férteis e com o organismo pronto para fecundar.

A maioria das fêmeas têm seu primeiro cio entre o 5º e 9º mês de vida, mas o ideal é esperar até a gata atingir a maturidade sexual, por volta de 1 ano, para ter o primeiro acasalamento e gestação. Elas são animais poliéstricos estacionais, o que significa que o cio depende da época do ano. Ele, normalmente, acontece com um intervalo entre seis e sete semanas, e o clima quente aumenta a probabilidade de ele ocorrer com mais frequência. Além disso, dura de uma a duas semanas.

Quando se aproxima o período fértil, há uma mudança notável de comportamento. As gatinhas tornam-se mais dóceis e carinhosas. Quando estão prontas para o acasalamento, ficam inquietas e começam a miar incessantemente, o que é parecido com o choro de um bebê. Esse é o chamado que atrai os machos para a cópula.

Segundo a veterinária Leila Sena, especialista em medicina veterinária felina, as fêmeas têm várias cruzas e podem copular até 15 vezes em 24 horas. Diferentemente dos cães e dos humanos, nos quais o ovário determina a fase do ciclo reprodutivo e libera um ou mais óvulos, nas gatas, o óvulo só é liberado depois da cruza. Se, após a gata cruzar, o cio persistir, não houve fecundação e a gata não está prenha. Em algumas fêmeas, basta uma cruza para se ter ovulação; em outras, são necessárias várias montas.

Tudo depende do macho. Às vezes, as gatas ficam mais agressivas e os machos não conseguem montar e copular. “Eles têm que ser persistentes se quiserem acasalar, pois o ato só acontece se a gata permitir. Alguns gatos apanham delas e passam a ser medrosos, temendo a fêmea e nem sempre insistindo na cruza”, conta a veterinária.

Na reprodução não controlada, a gata pode cruzar com qualquer macho. Na criação de gatos de raças, as cruzas devem ser feitas utilizando animais da mesma raça, já que as misturas acabam descaracterizando os padrões da raça. O tamanho do macho deve ser avaliado em relação ao tamanho da fêmea, pois gatas pequenas podem ter dificuldades no parto de filhotes de pais muito grandes.

Para escolher o parceiro, a felina tende a estimular uma competição entre os machos para saber qual é o mais viril para copular. Os machos costumam atingir a maturidade sexual entre o 9º e 12º mês de vida, quando pesam mais de 3kg. Eles são férteis o ano todo e podem copular durante toda a sua vida. Leila comenta também sobre o comportamento dos felinos após o acasalamento. “Os gatos tendem a fugir logo após a cópula, pois a fêmea fica brava e agressiva. Isso acontece, pois a cruza é algo muito doloroso para ela.”

Elizabeth Oliveira é aposentada e adotou duas gatinhas, Miau e Hermione. Miau tem 3 anos e, antes de ser adotada, já tinha sido castrada para chegar ao seu novo lar, mas Hermione tem uma história interessante, pois Elizabeth pegou a gatinha da rua muito pequena e magrinha, o que a fez pensar que a felina tinha por volta de 1 mês. No entanto, pouco tempo depois, a gatinha começou a apresentar um comportamento diferente, que na realidade eram sintomas do cio. “Eu achei muito estranho porque ela não estava dormindo de noite, vivia agitada e ficava se arrastando e se esfregando no chão o tempo todo. Além disso, ela miava o tempo todo, e era um miado diferente, nada normal”, conta a aposentada. Com essa mudança de humor, Elizabeth levou a gata ao veterinário e foi confirmado que Hermione já estava no cio e, por isso, devia ter chegado em casa com um pouco mais de 1 mês. O estado de desnutrição da gatinha levou à falsa impressão de que ela era mais nova. Hermione foi castrada logo em seguida com um procedimento simples e teve ótima recuperação.

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