Estudos identificam proteína nas células cancerígenas que engana o sistema imunológico
A ação da PD-L1 é impedir o ataque do organismo ao câncer. Desativá-la pode ser mais um passo rumo à cura
Julia Chaib - Correiro Braziliense
Publicação:21/06/2016 14:00Atualização: 19/06/2016 13:35
A identificação dessa proteína é muito importante, uma vez que ajuda a entender melhor como o tumor funciona e como se protege. Agora, a indústria farmacêutica se mobiliza para transformar esse conhecimento em medicamentos que atuem na batalha contra o câncer. No Congresso da Associação Americana de Oncologia Clínica (ASCO), que ocorreu entre 3 e 7 de junho, em Chicago, 25% dos quase 5,3 mil estudos apresentados são sobre imunoterapia — tipo de tratamento que estimula o corpo a atacar o câncer e que tem menos efeitos colaterais do que a tradicional quimioterapia. Desses, vários são sobre respostas de pacientes a medicamentos que bloqueiam a ligação da PD-L1. Os resultados são animadores.
“É uma outra estratégia de tratamento, outro mecanismo. E chega em uma hora em que as instituições de pesquisa e a estrutura de enfrentamento do câncer estão robustas a ponto de poder aproveitar isso. Do dia para a noite, surgiram muitos estudos. As drogas vão sendo testadas em vários tipos de câncer com bons resultados. São inclusive menos tóxicas”, explica o oncologista Murilo Buso, do Cettro (Centro de Câncer de Brasília).
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Por muito tempo, não se soube por que o corpo não atacava as células tumorais. Em alguns casos, o sistema imunológico não reconhece o câncer como um inimigo a ser combatido. Algo desativa os linfócitos e, sem resistência, as células doentes continuam a crescer desordenadamente. Assim, o câncer se espalha por outros órgãos, levando à tão temida metástase. A última descoberta na luta contra a doença foi a proteína PD-L1 (Programmed death - ligand, ou Ligante — morte programada), um biomarcador que fica na superfície do tumor e é um dos responsáveis por esconder do corpo que a célula está doente.- 'Pílula do câncer' falha em sétimo teste para avaliar sua eficácia
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A identificação dessa proteína é muito importante, uma vez que ajuda a entender melhor como o tumor funciona e como se protege. Agora, a indústria farmacêutica se mobiliza para transformar esse conhecimento em medicamentos que atuem na batalha contra o câncer. No Congresso da Associação Americana de Oncologia Clínica (ASCO), que ocorreu entre 3 e 7 de junho, em Chicago, 25% dos quase 5,3 mil estudos apresentados são sobre imunoterapia — tipo de tratamento que estimula o corpo a atacar o câncer e que tem menos efeitos colaterais do que a tradicional quimioterapia. Desses, vários são sobre respostas de pacientes a medicamentos que bloqueiam a ligação da PD-L1. Os resultados são animadores.
“É uma outra estratégia de tratamento, outro mecanismo. E chega em uma hora em que as instituições de pesquisa e a estrutura de enfrentamento do câncer estão robustas a ponto de poder aproveitar isso. Do dia para a noite, surgiram muitos estudos. As drogas vão sendo testadas em vários tipos de câncer com bons resultados. São inclusive menos tóxicas”, explica o oncologista Murilo Buso, do Cettro (Centro de Câncer de Brasília).