Pesquisadores dos EUA e Brasil lançam estudo sobre zika e gravidez

As participantes do estudo, que estarão no seu primeiro trimestre da gravidez, serão submetidas a um acompanhamento até o parto. Os pesquisadores também estudarão os bebês durante ao menos um ano após o nascimento

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AFP - Agence France-Presse Publicação:21/06/2016 17:20
Pesquisadores americanos anunciaram nesta terça-feira (21/06) o lançamento de um estudo amplo sobre o zika e seus efeitos para as mulheres grávidas nas zonas afetadas pelo vírus, principalmente na América Latina.

Este estudo sobre os efeito do zika nos bebês e nas mulheres grávidas será realizado pelo Instituto Nacional da Saúde americano (NIH) e por seu correspondente brasileiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A pesquisa será iniciada em Porto Rico e posteriormente expandida para Brasil, Colômbia e outros países onde a transmissão do vírus é ativa. No total, cerca de 10.000 mulheres grávidas com mais de 15 anos foram selecionadas para participar do estudo. O objetivo da pesquisa é determinar o alcance dos riscos para a saúde que o zika representa para as gestantes, os fetos e os bebês.

As participantes do estudo, que estarão no seu primeiro trimestre da gravidez, serão submetidas a um acompanhamento até o parto. Os pesquisadores também estudarão os bebês durante ao menos um ano após o nascimento. "Ainda não determinamos todo o alcance dos efeitos do vírus da zika sobre a gravidez", afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos. "Este estudo estendido deve fornecer novos dados importantes que ajudarão a guiar as respostas médicas e de saúde pública à epidemia de zika", ressaltou Fauci.

O zika vírus se propaga principalmente através da picada de mosquitos infectados, mas também pode ser transmitido sexualmente e de mãe para filho durante a gestação. Infecções pelo zika já foram constatadas em 60 países e territórios.

O vírus está ligado a um aumento de casos de microcefalia, uma malformação rara e grave que se caracteriza por um tamanho abaixo da média da cabeça de recém-nascidos e que causa problemas de desenvolvimento.

No Brasil, o país mais afetado, foram detectados 1.581 casos de microcefalia desde o início da epidemia de zika, em outubro passado, segundo dados do Ministério da Saúde.

Além da microcefalia, foram detectados outros problemas nas grávidas, nos fetos e nos bebês infectados pelo zika antes do nascimento, como abortos, bebês natimortos ou com estruturas cerebrais pouco desenvolvidas, defeitos oculares e problemas de audição.

O estudo vai comparar grupos de mães e filhos infectados pelo zika com outros não infectados, para determinar a frequência de abortos, nascimentos prematuros, microcefalia, malformação do sistema nervoso e outras complicações.

Os pesquisadores pretendem, ainda, comparar o risco de complicação durante a gravidez entre as mulheres que tiveram sintomas de infecção pelo vírus e as que não tiveram.

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