Experimento contra Alzheimer anima cientistas
Remédio usado em pequeno ensaio clínico reduziu o acúmulo de proteínas que degeneram os neurônios
Redação - Saúde Plena
Publicação:02/08/2016 09:00Atualização: 01/08/2016 16:15
Ottawa – Cientistas que buscam um tratamento para atrasar o avanço do mal de Alzheimer receberam com esperança os resultados promissores de um pequeno ensaio clínico realizado por empresa sediada em Cingapura. Ela desenvolveu o fármaco experimental LMTM com o objetivo de reduzir o acúmulo de proteínas tau no cérebro, que deixa de funcionar corretamente quando essa proteína se acumula de forma anormal, provocando degenerações nos neurônios que acarretam a maioria das demências.
De modo geral, o ensaio clínico envolvendo 891 pessoas com suspeita de Alzheimer não mostrou nenhum benefício para os que tomaram até duas doses da droga ou um placebo. A maioria dos pacientes do estudo estava tomando, além da droga experimental, outros medicamentos já aprovados para a doença, disseram os pesquisadores.
A novidade ficou por conta de um subgrupo menor, de cerca de 100 pacientes, que tomou exclusivamente o LMTM, produzido pela TauRx Therapeutics Ltd., e não recebia nenhum outro tratamento para a doença de Alzheimer. Eles mostraram ritmo de atrofia cerebral muito lento, de acordo com os resultados apresentados na quarta-feira na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC), em Toronto, no Canadá.
As análises preliminares, segundo o autor do trabalho, Serge Gauthier, professor de neurologia na Universidade McGill, não mostraram tantos benefícios para os grupos, independentemente das doses do fármaco. “No entanto, análises adicionais deram resultados muito alentadores e mostraram que os pacientes que tomaram o LMTM como monoterapia tiveram um declínio significativamente menor do que os pacientes de controle ou do que aqueles que tomaram o LMTM associado a outros tratamentos existentes para Alzheimer”, informou.
Os pesquisadores relataram “um benefício estatisticamente significativo nos resultados cognitivos e funcionais, e uma desaceleração da atrofia cerebral neste pequeno subgrupo”. Os resultados são parte do primeiro ensaio completo de fase III com a droga anti-tau para a doença de Alzheimer. “Em um campo minado pelos fracassos consistentes de novos candidatos a fármacos testados nas fases finais de ensaios clínicos e onde não houve nenhum avanço terapêutico prático na última década, estou animado com a promessa do LMTM como potencial nova opção de tratamento para esses pacientes”, acrescentou Gauthier.
PESQUISAS ADICIONAIS Especialistas não envolvidos no estudo, porém, pediram cautela na interpretação dos resultados. “As conclusões são interessantes, mas também complexas, e vai levar tempo para a área determinar o que elas significam”, advertiu Maria Carrillo, diretora científica da AAIC. “O pequeno número de participantes que receberam a medicação do estudo como monoterapia levanta questões muito importantes. São necessárias pesquisas adicionais para nos ajudar a entender esses resultados, para que mais e melhores terapias para o Alzheimer possam ser criadas e efetivamente testadas", acrescentou.
O estudo mostrou também que 80% dos participantes relataram pelo menos um evento adverso, incluindo distúrbios do sistema gastrointestinal ou nervoso, infecções e problemas renais. Quase 47 milhões de pessoas no mundo sofrem algum tipo de demência, número que deverá subir para 131,5 milhões até 2050, segundo a federação Alzheimer's Disease International. Não há cura para a doença, mas a agência sanitária americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou cinco medicamentos nos últimos 20 anos para tratar seus sintomas.
De modo geral, o ensaio clínico envolvendo 891 pessoas com suspeita de Alzheimer não mostrou nenhum benefício para os que tomaram até duas doses da droga ou um placebo. A maioria dos pacientes do estudo estava tomando, além da droga experimental, outros medicamentos já aprovados para a doença, disseram os pesquisadores.
A novidade ficou por conta de um subgrupo menor, de cerca de 100 pacientes, que tomou exclusivamente o LMTM, produzido pela TauRx Therapeutics Ltd., e não recebia nenhum outro tratamento para a doença de Alzheimer. Eles mostraram ritmo de atrofia cerebral muito lento, de acordo com os resultados apresentados na quarta-feira na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC), em Toronto, no Canadá.
As análises preliminares, segundo o autor do trabalho, Serge Gauthier, professor de neurologia na Universidade McGill, não mostraram tantos benefícios para os grupos, independentemente das doses do fármaco. “No entanto, análises adicionais deram resultados muito alentadores e mostraram que os pacientes que tomaram o LMTM como monoterapia tiveram um declínio significativamente menor do que os pacientes de controle ou do que aqueles que tomaram o LMTM associado a outros tratamentos existentes para Alzheimer”, informou.
Os pesquisadores relataram “um benefício estatisticamente significativo nos resultados cognitivos e funcionais, e uma desaceleração da atrofia cerebral neste pequeno subgrupo”. Os resultados são parte do primeiro ensaio completo de fase III com a droga anti-tau para a doença de Alzheimer. “Em um campo minado pelos fracassos consistentes de novos candidatos a fármacos testados nas fases finais de ensaios clínicos e onde não houve nenhum avanço terapêutico prático na última década, estou animado com a promessa do LMTM como potencial nova opção de tratamento para esses pacientes”, acrescentou Gauthier.
PESQUISAS ADICIONAIS Especialistas não envolvidos no estudo, porém, pediram cautela na interpretação dos resultados. “As conclusões são interessantes, mas também complexas, e vai levar tempo para a área determinar o que elas significam”, advertiu Maria Carrillo, diretora científica da AAIC. “O pequeno número de participantes que receberam a medicação do estudo como monoterapia levanta questões muito importantes. São necessárias pesquisas adicionais para nos ajudar a entender esses resultados, para que mais e melhores terapias para o Alzheimer possam ser criadas e efetivamente testadas", acrescentou.
O estudo mostrou também que 80% dos participantes relataram pelo menos um evento adverso, incluindo distúrbios do sistema gastrointestinal ou nervoso, infecções e problemas renais. Quase 47 milhões de pessoas no mundo sofrem algum tipo de demência, número que deverá subir para 131,5 milhões até 2050, segundo a federação Alzheimer's Disease International. Não há cura para a doença, mas a agência sanitária americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou cinco medicamentos nos últimos 20 anos para tratar seus sintomas.