A boa cirurgia plástica é a que passa despercebida; veja dicas de especialistas
Sempre há o risco de se exagerar nas cirurgias plásticas ou em outros tratamentos estéticos. Por isso, é importante que o paciente estabeleça um diálogo franco com o profissional que o atende
Renata Rusky - Revista do CB
Publicação:17/08/2016 17:00Atualização: 17/08/2016 17:27
É quase consenso entre os profissionais da área: a boa cirurgia plástica é aquela que passa despercebida. “O ideal é que uma pessoa que o conhece há muito tempo perceba que você está mais bonita, mais alegre, mas não consiga identificar bem o porquê”, explica o cirurgião plástico Sérgio Morum. Muitas vezes, no entanto, o que vemos são rostos que ficaram desarmônicos, com retoques exagerados.
Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, sofre críticas por causa do olhar assustado, frequentemente associado à consequência de uma cirurgia malfeita. Outro caso sempre comentado é de Kylie Jenner. Recentemente, a socialite admitiu ter ido longe demais em seus preenchimentos labiais. Ela chegou a dizer que, se continuasse naquele ritmo, viraria atração do programa Botched, da tevê americana, famoso por mostrar plásticas que deram errado.
Em se tratando da toxina botulínica (botox) e dos preenchimentos, o problema pode tanto vir do exagero quanto da má aplicação. Usado para disfarçar rugas, o botox tem o poder de imobilizar músculos. É natural, portanto, que seu uso limite as expressões faciais — por isso mesmo, deve ser usado com parcimônia. O resultado depende ainda da qualidade do produto aplicado. Segundo Sérgio Morum, há pelo menos seis marcas de toxina botulínica consideradas ruins, e três, classificadas como padrão-ouro, ou seja, excelentes.
O botox tem prazo de validade e vai perdendo o efeito com o tempo. Portanto, é comum algumas pessoas ficarem neuróticas a respeito, achando que as rugas já estão de volta, quando o produto ainda está efetivo. Botox em cima de botox tende a deixar o paciente sem expressão.
Já para os lábios, nunca se usa botox. “Sempre que há algo de errado no rosto, as pessoas acham a culpa é do botox”, critica Sérgio Morum. Não é bem assim. Os lábios perdem volume com o tempo, portanto, precisam ser preenchidos ocasionalmente. Ficar com os lábios exagerados é, claramente, um erro de dosagem de preenchimento. É preciso que o profissional avise a hora de parar. Foi o que faltou a Kylie Jenner.
Os tipos de produto fazem diferença. O ideal é sempre usar aqueles que podem ser absorvidos pelo organismo — isso garante que, em caso de arrependimento, os lábios voltem ao normal. Também é interessante preencher aos poucos, em várias sessões. Dessa forma, o paciente vai se acostumando com o novo visual e pode dispensar futuras sessões se sentir que alcançou o ponto ideal. Segundo Ivanoska Silveira, os não absorvíveis podem acarretar inflamação. Um exemplo é o polimetilmetacrilato (PMMA).
Sorriso em dia
Os olhos arregalados de Cláudia Cruz, mulher do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e os lábios carnudos de Kylie Jenner que surgiram da noite para o dia
Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, sofre críticas por causa do olhar assustado, frequentemente associado à consequência de uma cirurgia malfeita. Outro caso sempre comentado é de Kylie Jenner. Recentemente, a socialite admitiu ter ido longe demais em seus preenchimentos labiais. Ela chegou a dizer que, se continuasse naquele ritmo, viraria atração do programa Botched, da tevê americana, famoso por mostrar plásticas que deram errado.
Saiba mais...
Uma vez que os tratamentos estéticos estão mais acessíveis, é inevitável que alguns pacientes se sintam tentados a retocar mais do que o necessário. Além disso, certos procedimentos já não precisam de supervisão médica para serem realizados. “Hoje em dia, há dentistas e fisioterapeutas aplicando botox. Nós aconselhamos que se consulte com cirurgiões ou dermatologistas”, aponta a cirurgiã Ivanoska Silveira.Em se tratando da toxina botulínica (botox) e dos preenchimentos, o problema pode tanto vir do exagero quanto da má aplicação. Usado para disfarçar rugas, o botox tem o poder de imobilizar músculos. É natural, portanto, que seu uso limite as expressões faciais — por isso mesmo, deve ser usado com parcimônia. O resultado depende ainda da qualidade do produto aplicado. Segundo Sérgio Morum, há pelo menos seis marcas de toxina botulínica consideradas ruins, e três, classificadas como padrão-ouro, ou seja, excelentes.
O botox tem prazo de validade e vai perdendo o efeito com o tempo. Portanto, é comum algumas pessoas ficarem neuróticas a respeito, achando que as rugas já estão de volta, quando o produto ainda está efetivo. Botox em cima de botox tende a deixar o paciente sem expressão.
Já para os lábios, nunca se usa botox. “Sempre que há algo de errado no rosto, as pessoas acham a culpa é do botox”, critica Sérgio Morum. Não é bem assim. Os lábios perdem volume com o tempo, portanto, precisam ser preenchidos ocasionalmente. Ficar com os lábios exagerados é, claramente, um erro de dosagem de preenchimento. É preciso que o profissional avise a hora de parar. Foi o que faltou a Kylie Jenner.
Os tipos de produto fazem diferença. O ideal é sempre usar aqueles que podem ser absorvidos pelo organismo — isso garante que, em caso de arrependimento, os lábios voltem ao normal. Também é interessante preencher aos poucos, em várias sessões. Dessa forma, o paciente vai se acostumando com o novo visual e pode dispensar futuras sessões se sentir que alcançou o ponto ideal. Segundo Ivanoska Silveira, os não absorvíveis podem acarretar inflamação. Um exemplo é o polimetilmetacrilato (PMMA).
Sorriso em dia
Esses profissionais estão autorizados a aplicar a toxina botulínica. O que muda é a finalidade. Do ponto de vista odontológico, o botox é muito útil, por exemplo, para o tratamento de bruxismo. "Nós usamos como terapia alternativa e a parte estética é consequência", explica a dentista Alessandra Hartmann, especialista em dentística. A toxina também é usada para o tratamento de sorriso gengival.
Cara de susto
- À medida que envelhecemos, é na parte superior do rosto (testa e sobrancelhas) que aparecem as primeiras mudanças. Há várias técnicas para solucionar isso, entre elas, o botox e o lifting. Seja qual for a abordagem escohida, a cirurgiã Ivanoska Silveira explica que, se o paciente gosta da sobrancelha mais levantada, não se deve subir todo o supercílio, mas só a cauda da sobrancelha. Isso dá um aspecto jovial. “Subir toda a sobrancelha pode resultar em um visual assustado”, pondera.
Dismorfia corporal
- Algumas pessoas sofrem de distorção da autoimagem, doença conhecida como dismorfia corporal. O indivíduo não se enxerga como é — pode se vê como obeso quando, na verdade, é magro. Por isso, recorre à cirurgia plástica, quando deveria procurar auxílio psicológico. O cirugião Sérgio Morum conta que já aconteceu de uma mulher negra ir à consulta levando uma Barbie consigo. “Ela queria o corpo e o nariz da boneca. As mudanças seriam muito radicais”, relata. O cirurgião conversou com a paciente, explicou que o resultado não ficaria natural e recusou o trabalho, pois acredita que é função dos médicos estabelecer limites quando a intervenção desejada é drástica.