Sexo frequente é arriscado para homens idosos, mas não para mulheres
Relações sexuais frequentes aumentam risco de ataque cardíaco no caso deles. Para elas, podem inclusive reduzir o risco de hipertensão
AFP - Agence France-Presse
Publicação:06/09/2016 14:27Atualização: 06/09/2016 14:38
"Estes resultados questionam a muito disseminada ideia de que as relações sexuais melhoram a saúde de todos sem distinção de sexo", afirma Hui Liu, professor-adjunto de sociologia da Universidade de Michigan, principal autor da pesquisa, a mais ampla já realizada até agora sobre o tema.
Os pesquisadores analisaram os dados de um estudo nacional realizado entre 2.204 pessoas de ambos os sexos de mais de 57 anos. Os trabalhos, financiados pelo governo federal, estão publicados na edição do Journal of Health and Social Behavior (Revista de Saúde e Comportamento Social).
Entre as mulheres idosas, as relações sexuais satisfatórias podem inclusive reduzir o risco de hipertensão, afirmam os pesquisadores.
Os participantes do estudo tinham entre 57 e 85 anos no momento dos primeiros resultados do estudo, em 2005-2006. Os dados suplementares foram obtidos cinco anos mais tarde.
O risco cardiovascular foi medido em termos de hipertensão, ritmo cardíaco acelerado e da taxa de uma proteína no sangue, a chamada C-reativa, que mede o nível de inflamação no organismo.
Os autores também levaram em conta o número de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e insuficiências cardíacas nos diferentes grupos.
Os homens idosos que tinham relações sexuais uma ou mais vezes por semana, conclui o estudo, tiveram nos cinco anos o dobro de acidentes cardiovasculares em relação aos que estavam sexualmente inativos. Esta diferença de risco não foi constatada entre as mulheres.
Segundo Hui Liu, estes resultados sugerem que o estresse e os esforços de uma relação sexual são mais exigentes com a idade para os homens, já que eles têm cada vez menos energia e mais dificuldade para ter uma ereção e atingir o orgasmo.
A diminuição das taxas de testosterona e o uso de medicamentos para paliar as disfunções sexuais também podem contribuir para os problemas cardiovasculares masculinos, afirmam os pesquisadores.
Eles consideram "provável que tais medicamentos para aumentar a libido tenham efeitos adversos sobre a saúde cardiovascular dos homens mais velhos".
Pelo contrário, as mulheres da mesma faixa etária que têm orgasmos intensos - ou simplesmente satisfatórios - reduziram claramente seu risco de hipertensão cinco anos depois do estudo em relação às que não experimentavam prazer.
Os pesquisadores explicam que o hormônio sexual liberado quando uma mulher tem um orgasmo poderia ter efeitos benéficos para a saúde.
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Relações sexuais frequentes e satisfatórias aumentam o risco de ataque cardíaco entre os homens idosos, mas, inversamente, o orgasmo é benéfico para as mulheres de idade avançada, revela um estudo publicado nesta terça-feira (06/09).- Como fica a vida sexual após a retirada da próstata? Entenda o que acontece e veja depoimento
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"Estes resultados questionam a muito disseminada ideia de que as relações sexuais melhoram a saúde de todos sem distinção de sexo", afirma Hui Liu, professor-adjunto de sociologia da Universidade de Michigan, principal autor da pesquisa, a mais ampla já realizada até agora sobre o tema.
Os pesquisadores analisaram os dados de um estudo nacional realizado entre 2.204 pessoas de ambos os sexos de mais de 57 anos. Os trabalhos, financiados pelo governo federal, estão publicados na edição do Journal of Health and Social Behavior (Revista de Saúde e Comportamento Social).
Entre as mulheres idosas, as relações sexuais satisfatórias podem inclusive reduzir o risco de hipertensão, afirmam os pesquisadores.
Os participantes do estudo tinham entre 57 e 85 anos no momento dos primeiros resultados do estudo, em 2005-2006. Os dados suplementares foram obtidos cinco anos mais tarde.
O risco cardiovascular foi medido em termos de hipertensão, ritmo cardíaco acelerado e da taxa de uma proteína no sangue, a chamada C-reativa, que mede o nível de inflamação no organismo.
Os autores também levaram em conta o número de ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e insuficiências cardíacas nos diferentes grupos.
Os homens idosos que tinham relações sexuais uma ou mais vezes por semana, conclui o estudo, tiveram nos cinco anos o dobro de acidentes cardiovasculares em relação aos que estavam sexualmente inativos. Esta diferença de risco não foi constatada entre as mulheres.
Segundo Hui Liu, estes resultados sugerem que o estresse e os esforços de uma relação sexual são mais exigentes com a idade para os homens, já que eles têm cada vez menos energia e mais dificuldade para ter uma ereção e atingir o orgasmo.
A diminuição das taxas de testosterona e o uso de medicamentos para paliar as disfunções sexuais também podem contribuir para os problemas cardiovasculares masculinos, afirmam os pesquisadores.
Eles consideram "provável que tais medicamentos para aumentar a libido tenham efeitos adversos sobre a saúde cardiovascular dos homens mais velhos".
Pelo contrário, as mulheres da mesma faixa etária que têm orgasmos intensos - ou simplesmente satisfatórios - reduziram claramente seu risco de hipertensão cinco anos depois do estudo em relação às que não experimentavam prazer.
Os pesquisadores explicam que o hormônio sexual liberado quando uma mulher tem um orgasmo poderia ter efeitos benéficos para a saúde.