O amor e a sobrevivência ao holocausto
A psicóloga Esther Perel revela as origens de suas ideias sobre sexo, casamento, amor e desejo
Letícia Orlandi - Saúde Plena
Publicação:28/06/2013 09:00Atualização: 21/11/2013 14:58
Recentemente, sua palestra no TEDxTalks (TED significa Tecnologia, Entretenimento, Design e é uma fundação privada sem fins lucrativos que se dedica a conferências montadas para a disseminação de ideias. Cada palestrante tem 18 minutos cravados para expor seu pensamento) alcançou milhões de visualizações.
Nesta palestra, ela conta um pouco mais da sua origem e da origem de suas ideias, veja a transcrição abaixo e, se preferir, acesse o vídeo em inglês.
“Para que eu entendesse quem são os casais que possuem uma faísca erótica, que sustentam o desejo, tive que voltar à definição original de erotismo, a definição mística. A partir do outro lado disso – o trauma – voltei o olhar para a comunidade onde nasci, na Bélgica.
Quase todos eram sobreviventes do Holocausto. Nesta comunidade havia dois grupos: aqueles que não morreram e aqueles que retornaram à vida. Aqueles que não morreram, viveram muito amarrados ao chão, não conseguiam experimentar prazer, confiança, porque quando você é vigilante, preocupado, angustiado e inseguro, você não consegue erguer a cabeça e se soltar, ser brincalhão, seguro e criativo.
Aqueles que retornaram à vida veem o erótico como um antídoto para a morte. Eles sabem se manter vivos.
Quando comecei a escutar sobre a falta de sexo em casais com quem trabalhei, eu os ouvia dizer, "quero mais sexo". Mas geralmente as pessoas querem um sexo melhor. Melhor quer dizer se reconectar com a qualidade de estar vivo, vibrar, renovar: Eros."
Saiba mais...
A psicóloga Esther Perel é belga, fluente em nove línguas e teve o livro 'Sexo no Cativeiro' traduzido para mais de 24 idiomas. Recentemente, sua palestra no TEDxTalks (TED significa Tecnologia, Entretenimento, Design e é uma fundação privada sem fins lucrativos que se dedica a conferências montadas para a disseminação de ideias. Cada palestrante tem 18 minutos cravados para expor seu pensamento) alcançou milhões de visualizações.
O livro de Esther Perel foi traduzido para mais de 24 idiomas
“Para que eu entendesse quem são os casais que possuem uma faísca erótica, que sustentam o desejo, tive que voltar à definição original de erotismo, a definição mística. A partir do outro lado disso – o trauma – voltei o olhar para a comunidade onde nasci, na Bélgica.
Quase todos eram sobreviventes do Holocausto. Nesta comunidade havia dois grupos: aqueles que não morreram e aqueles que retornaram à vida. Aqueles que não morreram, viveram muito amarrados ao chão, não conseguiam experimentar prazer, confiança, porque quando você é vigilante, preocupado, angustiado e inseguro, você não consegue erguer a cabeça e se soltar, ser brincalhão, seguro e criativo.
Aqueles que retornaram à vida veem o erótico como um antídoto para a morte. Eles sabem se manter vivos.
Quando comecei a escutar sobre a falta de sexo em casais com quem trabalhei, eu os ouvia dizer, "quero mais sexo". Mas geralmente as pessoas querem um sexo melhor. Melhor quer dizer se reconectar com a qualidade de estar vivo, vibrar, renovar: Eros."