Pesquisa mostra que o carboidrato consumido à noite pode emagrecer em decorrência de sua ação de saciedade
O resultado mostrou que a saciedade aumentou e a fome diminuiu durante o dia seguinte. No entanto, é preciso cautela. Ficar com fome durante o dia e exagerar à noite atrapalha a dieta
Luciane Evans
Publicação:09/07/2013 13:00Atualização: 09/07/2013 13:45
Vistos como vilões por quem quer emagrecer ou até mesmo ter uma alimentação saudável, os carboidratos sempre receberam olhares de desconfiança. Ingeri-los à noite, então, é veneno para quem luta contra a balança, certo? Errado. Mas especialistas dizem que uma dieta balanceada e considerada saudável é composta de 50% a 60% de carboidratos, e alertam que as pessoas que fazem regime e cortam massas chegam até a emagrecer em pouco tempo, mas, a longo prazo, podem estar prejudicando a própria saúde. E, ao contrário do que se pensa, ingerir esses alimentos antes de dormir pode ser uma arma contra a saciedade,mas,claro, tudo tem que ter moderação.
Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, decidiram investigar o que ocorre com a saciedade e a saúde de quem espera o jantar para comer carboidratos, considerados fonte de energia para o organismo. Na pesquisa, foi observado o comportamento dos hormônios responsáveis pelo apetite, como a leptina grelina e a adiponectina. Participaram do estudo 78 policiais acima do peso. Eles seguiram uma dieta de aproximadamente 1.500 calorias, composta de 20% de proteínas, de 30% a 35% de gorduras e de 45% a 50% de carboidratos. A diferença crucial é que, enquanto uma parte dos voluntários podia distribuir o consumo dos carboidratos no decorrer do dia, a outra foi orientada a concentrar a ingestão desse macronutriente no período noturno.
CÉREBRO
Heloísa alerta que todo excesso vai gerar gordura. Ela destaca que o carboidrato na alimentação é para a energia do corpo. “Nosso cérebro precisa dessa fonte energética e uma dieta sem ela pode até ajudar a emagrecer mais rápido, mas não é saudável”, diz.
Heloísa garante que não tem problema se a pessoa comer duas fatias de pão de fôrma, por exemplo, depois das 18h. “É claro que ninguém vai comer todas as noites uma pizza, porque terá muita gordura, como salaminho, presunto etc. O grande foco é o equilíbrio na alimentação”, explica a nutricionista, repetindo que carboidrato não é e nunca será o vilão de uma boa alimentação.
Jejum prolongado
Essa é também a bandeira defendida pelo professor de endocrinologia do UNI-BH e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Minas Gerais, Paulo Miranda. De acordo com ele, quando se pensa em dietas não adianta modismos. “Desde sempre, a alimentação tem que ser balanceada como um todo. Vários estudos tentaram avaliar se a dieta rica em proteína ou pobre em carboidrato seria boa. Nesta última, depois de três meses o peso estabiliza,mas depois deu mano passa a não fazer diferença.”
Paulo explica que o corpo humano usa energia de duas fontes: glicose e carboidrato por excelência. “Ao dormir, estamos em um jejum prolongado, com um maior tempo sem ingestão de alimentos. Se não temos reserva de carboidrato para esse período, o organismo vai usar outra substância para obter energia. A primeira coisa que ele faz é mobilizar a proteína para transformá-la em glicose”, explica, dizendo que esse processo não é bom. O especialista indica fazermos um jantar com saladas e carne magra ou umlanche leve antes de dormir. “Isso vai permitir a saciedade”, avalia.
Para quem pensa que antes de dormir pode, hoje, bater aquela macarronada, é preciso cautela. De acordo com Paulo, um macarrão instantâneo é um carboidrato de rápida absorção e, como tal, a saciedade também passa rápido. Ele diz que para comer à noite vai depender do que se escolhe. “E depender também do tipo de paciente. Um pão de sal, por exemplo, tem 130 calorias. A pessoa pode comê-lo com queijo, presunto e aí vai depender de quantas calorias diárias ela precisa. De qualquer forma, ela terá uma reserva
de carboidrato para dormir.”
Atleta profissional de triathlon, Lucy Fernandes, de 23 anos, diz que sem carboidrato não iria sobreviver. Quando está em época de competição, Lucy se submete a uma alimentação restritiva, sem muitos alimentos ricos em carboidratos. “Isso porque tenho o objetivo de emagrecer rápido. E depois de um mês, volto à minha dieta normal.”
Lucy, que é estudante de nutrição, aconselha quem tem treinos intensos a ingerir carboidratos à noite, para que não se perca massa magra. “Se você elimina essa fonte de energia, vai dar ansiedade, depressão e o organismo vai buscar esse nutriente em outros alimentos”, alerta. À noite, Lucy come legumes, carne magra, arroz, feijão e um copo de suco de frutas, sem açúcar.
Especialistas dizem que uma dieta balanceada e considerada saudável é composta de 50% a 60% de carboidratos
Vistos como vilões por quem quer emagrecer ou até mesmo ter uma alimentação saudável, os carboidratos sempre receberam olhares de desconfiança. Ingeri-los à noite, então, é veneno para quem luta contra a balança, certo? Errado. Mas especialistas dizem que uma dieta balanceada e considerada saudável é composta de 50% a 60% de carboidratos, e alertam que as pessoas que fazem regime e cortam massas chegam até a emagrecer em pouco tempo, mas, a longo prazo, podem estar prejudicando a própria saúde. E, ao contrário do que se pensa, ingerir esses alimentos antes de dormir pode ser uma arma contra a saciedade,mas,claro, tudo tem que ter moderação.
Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, decidiram investigar o que ocorre com a saciedade e a saúde de quem espera o jantar para comer carboidratos, considerados fonte de energia para o organismo. Na pesquisa, foi observado o comportamento dos hormônios responsáveis pelo apetite, como a leptina grelina e a adiponectina. Participaram do estudo 78 policiais acima do peso. Eles seguiram uma dieta de aproximadamente 1.500 calorias, composta de 20% de proteínas, de 30% a 35% de gorduras e de 45% a 50% de carboidratos. A diferença crucial é que, enquanto uma parte dos voluntários podia distribuir o consumo dos carboidratos no decorrer do dia, a outra foi orientada a concentrar a ingestão desse macronutriente no período noturno.
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Depois de seis meses, todos eliminaram, em média, 10 quilos. A grande mudança que surpreendeu os pesquisadores foi a mudança no padrão de secreção hormonal daqueles que esperaram o sol se despedir para levar o carboidrato à mesa: a saciedade aumentou e a fome diminuiu durante o dia seguinte. O resultado põe em xeque o mito de que comer carboidrato à noite engorda. Mas é preciso cautela. De acordo com a presidente do Conselho Regional de Nutricionistas de Minas Gerais, Heloísa Magalhães, muitas vezes, as pessoas ficam um bom tempo sem comer devido à correria diária e, quando chegam à noite em casa, atacam a geladeira. “Para perder peso, deve-se comer adequadamente de três em três horas”, avisa.-
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CÉREBRO
Heloísa alerta que todo excesso vai gerar gordura. Ela destaca que o carboidrato na alimentação é para a energia do corpo. “Nosso cérebro precisa dessa fonte energética e uma dieta sem ela pode até ajudar a emagrecer mais rápido, mas não é saudável”, diz.
Heloísa garante que não tem problema se a pessoa comer duas fatias de pão de fôrma, por exemplo, depois das 18h. “É claro que ninguém vai comer todas as noites uma pizza, porque terá muita gordura, como salaminho, presunto etc. O grande foco é o equilíbrio na alimentação”, explica a nutricionista, repetindo que carboidrato não é e nunca será o vilão de uma boa alimentação.
Jejum prolongado
Para quem pensa que antes de dormir pode, hoje, bater aquela macarronada, é preciso cautela
Paulo explica que o corpo humano usa energia de duas fontes: glicose e carboidrato por excelência. “Ao dormir, estamos em um jejum prolongado, com um maior tempo sem ingestão de alimentos. Se não temos reserva de carboidrato para esse período, o organismo vai usar outra substância para obter energia. A primeira coisa que ele faz é mobilizar a proteína para transformá-la em glicose”, explica, dizendo que esse processo não é bom. O especialista indica fazermos um jantar com saladas e carne magra ou umlanche leve antes de dormir. “Isso vai permitir a saciedade”, avalia.
Para quem pensa que antes de dormir pode, hoje, bater aquela macarronada, é preciso cautela. De acordo com Paulo, um macarrão instantâneo é um carboidrato de rápida absorção e, como tal, a saciedade também passa rápido. Ele diz que para comer à noite vai depender do que se escolhe. “E depender também do tipo de paciente. Um pão de sal, por exemplo, tem 130 calorias. A pessoa pode comê-lo com queijo, presunto e aí vai depender de quantas calorias diárias ela precisa. De qualquer forma, ela terá uma reserva
de carboidrato para dormir.”
Atleta profissional de triathlon, Lucy Fernandes, de 23 anos, diz que sem carboidrato não iria sobreviver. Quando está em época de competição, Lucy se submete a uma alimentação restritiva, sem muitos alimentos ricos em carboidratos. “Isso porque tenho o objetivo de emagrecer rápido. E depois de um mês, volto à minha dieta normal.”
Lucy, que é estudante de nutrição, aconselha quem tem treinos intensos a ingerir carboidratos à noite, para que não se perca massa magra. “Se você elimina essa fonte de energia, vai dar ansiedade, depressão e o organismo vai buscar esse nutriente em outros alimentos”, alerta. À noite, Lucy come legumes, carne magra, arroz, feijão e um copo de suco de frutas, sem açúcar.