Acne não é problema só de gente
Entre cães e gatos, não é um problema típico de adolescência, mas um distúrbio de tratamento simples, que pode ocorrer em qualquer fase da vida
Revista do CB - Correio Braziliense
Publicação:15/08/2013 09:30Atualização: 15/08/2013 10:45
Surpreendentemente, os humanos não são os únicos a sofrer com espinhas. Cães e gatos também são acometidos pelo problema. O veterinário Gustavo Seixas, especialista em dermatologia, explica que a acne em animais é um distúrbio de queratinização bastante comum, mas que tende a ser confundido com outras irritações cutâneas. Pode-se levar meses até que seja diagnosticado e tratado corretamente.
A fisioterapeuta Karin Umbria, 43 anos, consultou diversos profissionais. Por fim, descobriu que seus gatos sofriam apenas de acne felina. Nina e Betão, hoje com 11 anos, foram filhotes “espinhosos”. Karin explica que não deu muita bola para os pontinhos pretos no queixo e na boca, que desapareceram naturalmente. Contudo, há cerca de um ano e meio, houve uma recaída. A fisioterapeuta se limitou a fazer limpezas mais profundas na região, no que foi apoiada pela veterinária responsável pelos bichanos.
Porém, poucos dias depois, a situação se agravou e as irritações viraram feridas. “Ficou bem severo, eles sentiam dor quando a gente passava a mão”, explica Karin. Quando levou os gatos novamente ao consultório, a acne foi confirmada. O tratamento receitado foi à base de antibióticos, para conter as inflamações. A veterinária encaminhou Nina e Betão para um especialista e os gatos puderam, enfim, ter alívio. Karin explica que, além do medicamento, usou xampus e sabonetes especiais para ajudar na recuperação. Encontrar os produtos ideais, contudo, foi tarefa complicada, pois cada animal reage de uma forma. Nas primeiras tentativas, houve queda de pelos. No fim, deu tudo certo.
Diferentemente dos humanos, nos quais as espinhas são mais comuns na adolescência, cães e gatos tendem a apresentá-la ainda filhotes, no primeiro ano de vida. No entanto, pode ocorrer ao longo da vida, caracterizando um problema crônico que precisa de acompanhamento médico constante.
O tratamento padrão inclui xampus e géis que atuam no controle da desqueratinização, e xampus antissépticos, que ajudam a prevenir infecções. A dermatologista veterinária Jenyck Abreu explica que os procedimentos dependem muito do seu estágio da acne. “Trata-se de uma agressão folicular traumática, que pode se apresentar com ou sem infecção — quando já é uma foliculite, precisa de antibiótico”, esclarece. O remédio pode ser ministrado na forma tópica, como pomada, ou oral, em comprimidos.
O trabalho de prevenção é complicado, mas não impossível. A causa da acne em pets é desconhecida, no entanto, existem alguns fatores agravantes, que podem ser evitados. Cães de pelo curto estão mais expostos ao problema, principalmente os brincalhões. Gustavo Seixas explica que isso ocorre porque alguns cães batem muito o queixo no chão ao brincar, causando um desgaste na pele da região. É importante evitar produtos de higiene não indicados para pets. A pele das mascotes conta com a proteção dos pelos, mas é sensível, de forma que deve ser exposta o mínimo possível a substâncias estranhas.
Apesar de não ser uma doença grave, a acne merece atenção. Às vezes, as irritações ficam escondidas sob a pelagem. No pior cenário, se o dono for descuidado, há chance de ocorrer uma furunculose bacteriana, que causa dor intensa, deixa cicatrizes e pode se alastrar pelo corpo. Mas esse seria um caso extremo, improvável em animais domésticos. “De forma geral, é um problema localizado, sem risco à saúde geral de cães e gatos”, tranquiliza Gustavo.
"De forma geral, é um problema localizado, sem risco à saúde geral de cães e gatos” - Gustavo Seixas, veterinário
A fisioterapeuta Karin, com os bichanos Betão e Nina: a dupla teve dois surtos de espinhas, felizmente, superados
A fisioterapeuta Karin Umbria, 43 anos, consultou diversos profissionais. Por fim, descobriu que seus gatos sofriam apenas de acne felina. Nina e Betão, hoje com 11 anos, foram filhotes “espinhosos”. Karin explica que não deu muita bola para os pontinhos pretos no queixo e na boca, que desapareceram naturalmente. Contudo, há cerca de um ano e meio, houve uma recaída. A fisioterapeuta se limitou a fazer limpezas mais profundas na região, no que foi apoiada pela veterinária responsável pelos bichanos.
Porém, poucos dias depois, a situação se agravou e as irritações viraram feridas. “Ficou bem severo, eles sentiam dor quando a gente passava a mão”, explica Karin. Quando levou os gatos novamente ao consultório, a acne foi confirmada. O tratamento receitado foi à base de antibióticos, para conter as inflamações. A veterinária encaminhou Nina e Betão para um especialista e os gatos puderam, enfim, ter alívio. Karin explica que, além do medicamento, usou xampus e sabonetes especiais para ajudar na recuperação. Encontrar os produtos ideais, contudo, foi tarefa complicada, pois cada animal reage de uma forma. Nas primeiras tentativas, houve queda de pelos. No fim, deu tudo certo.
Saiba mais...
Gustavo Seixas explica que a acne ocorre de forma diferenciada em cães e gatos. Em felinos, costuma aparecer em volta dos lábios. “Caracteriza-se por acúmulo de material seborreico escuro e, com o tempo, pode evoluir para perda de pelos e vermelhidão”, explica o especialista. Quadros mais complicados incluem a formação de pústulas. Já em cães, a acne se concentra na região mentoniana (queixo) e nos locais onde os folículos são mais grossos, como no focinho e na área dos olhos. Pode atingir todo o corpo em casos mais sérios. Traz a perda de pelos, vermelhidão e pequenos caroços avermelhados, com pus e/ou sangue.- Baixa umidade e noites frias aumentam risco de doenças em animais
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Diferentemente dos humanos, nos quais as espinhas são mais comuns na adolescência, cães e gatos tendem a apresentá-la ainda filhotes, no primeiro ano de vida. No entanto, pode ocorrer ao longo da vida, caracterizando um problema crônico que precisa de acompanhamento médico constante.
O tratamento padrão inclui xampus e géis que atuam no controle da desqueratinização, e xampus antissépticos, que ajudam a prevenir infecções. A dermatologista veterinária Jenyck Abreu explica que os procedimentos dependem muito do seu estágio da acne. “Trata-se de uma agressão folicular traumática, que pode se apresentar com ou sem infecção — quando já é uma foliculite, precisa de antibiótico”, esclarece. O remédio pode ser ministrado na forma tópica, como pomada, ou oral, em comprimidos.
O trabalho de prevenção é complicado, mas não impossível. A causa da acne em pets é desconhecida, no entanto, existem alguns fatores agravantes, que podem ser evitados. Cães de pelo curto estão mais expostos ao problema, principalmente os brincalhões. Gustavo Seixas explica que isso ocorre porque alguns cães batem muito o queixo no chão ao brincar, causando um desgaste na pele da região. É importante evitar produtos de higiene não indicados para pets. A pele das mascotes conta com a proteção dos pelos, mas é sensível, de forma que deve ser exposta o mínimo possível a substâncias estranhas.
Apesar de não ser uma doença grave, a acne merece atenção. Às vezes, as irritações ficam escondidas sob a pelagem. No pior cenário, se o dono for descuidado, há chance de ocorrer uma furunculose bacteriana, que causa dor intensa, deixa cicatrizes e pode se alastrar pelo corpo. Mas esse seria um caso extremo, improvável em animais domésticos. “De forma geral, é um problema localizado, sem risco à saúde geral de cães e gatos”, tranquiliza Gustavo.
"De forma geral, é um problema localizado, sem risco à saúde geral de cães e gatos” - Gustavo Seixas, veterinário