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Cidade da Indonésia quer que alunas façam teste de virgindade

Os testes devem afetar estudantes, entre 16 e 19 anos, que queiram ingressar no ensino médio

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AFP / Relaxnews Publicação:22/08/2013 10:50Atualização:22/08/2013 11:22
'É degradante e discriminatório contra a mulher', afirmou o ministro da Educação, Mohammad Nuh, para o chefe de educação da cidade de Prabumulih, Muhammad Rasyid  (SXC.hu/Banco de Imagens)
"É degradante e discriminatório contra a mulher", afirmou o ministro da Educação, Mohammad Nuh, para o chefe de educação da cidade de Prabumulih, Muhammad Rasyid
O titular da educação de uma cidade indonésia provocou indignação nesta quarta-feira depois de propor que adolescentes deveriam passar por um teste de comprovação de virgindade para ingressar no ensino médio. Ativistas acusaram Muhammad Rasyid de promover "violência sexual contra mulheres" ao sugerir o plano, após a prisão de seis estudantes do ensino médio por suposta prostituição. "Se for possível, os testes de virgindade serão realizados no próximo ano", disse Rasyid, chefe de educação da cidade de Prabumulih, na ilha de Sumatra.

Os testes devem afetar estudantes que queiram ingressar no ensino médio. Na Indonésia, país majoritariamente muçulmano, as alunas do ensino médio têm entre 16 e 19 anos. "Vamos tentar incluir o plano em nosso orçamento de 2014", afirmou sobre a proposta, acrescentando que ainda precisa de aprovação do prefeito da cidade e do parlamento local. "Vamos realizar isso todos os anos", declarou ainda.

No entanto, Rasyid afirmou que "há algumas questões de direitos humanos" em sujeitar alunas a testes de virgindade intrusivos.

Sua proposta provocou indignação imediatamente, e o ministro da Educação, Mohammad Nuh, liderou as críticas: "Se você quer proteger suas crianças de influência negativa, há outros caminhos. Isto não é sábio". "Um teste de virgindade é uma forma de violência sexual contra mulheres", acrescentou Masruchah, vice-chefe da comissão nacional de violência contra a mulher, que, como muitos indonésios, tem apenas um nome. "É degradante e discriminatório contra a mulher", afirmou.

No entanto, é improvável que a proposta seja adotada, já que o vice-prefeito da cidade, Ardiansyah Fikri, afirmou que as autoridades locais não a apoiariam, mas ele ressaltou que programas de educação religiosa e moral estavam sendo planejados para desencorajar as pessoas a realizar demonstrações públicas de afeto na cidade.

"Jovens meninos e meninas não são tímidos acerca de demonstrações íntimas em público", disse. "Sua moralidade já está fora de controle", completou.

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