Após publicar foto na internet, fisiculturista provoca polêmica: grávidas podem levantar peso?
Lea-An Ellison, 35 anos, foi taxada de irresponsável e respondeu: "As pessoas sempre vão falar negativamente sobre algo que elas não entendem". Educador físico recomenda suspender as atividades nos três primeiros meses da gestação, mas afirma que grávidas podem e devem malhar
Valéria Mendes - Saúde Plena
Publicação:24/09/2013 09:00Atualização: 24/09/2013 10:30
Na última terça-feira, a norte-americana Lea-An Ellison, 35 anos, publicou uma foto em seu perfil no Facebook que mostrava o instante em que ela se preparava para levantar uma barra de peso durante um treino de CrossFit. Em preto e branco, a mulher encara a câmera com expressão de naturalidade. Uma semana depois, mais de cem compartilhamentos na imagem e quase 1.200 comentários entre ofensas, incentivos e repreensões, a atleta que já participou de competições de fisiculturismo, criou uma Fan Page na rede social e publicou um álbum intitulado ‘As polêmicas fotos’ em que liberou várias imagens que mostram que - mesmo aos 8 meses de gravidez - ela não parou de treinar “pesado”.
Sim, todo o burburinho na internet – com repercussões em sites de vários países – é por que Lea-An carrega uma criança em sua barriga. Ela já é mãe de dois meninos, de 12 e 8 anos, e se apresenta como “Mãe de dois e um terceiro a caminho. Eu quero empoderar as mulheres a serem as melhores versões de si mesmas”. Em uma entrevista ao site Parentdish, ela se defendeu das críticas: “As pessoas sempre vão falar negativamente sobre algo que elas não entendem”. A atleta ainda lembrou que os Estados Unidos vivem uma epidemia de obesidade e que as pessoas precisam adotar um estilo de vida saudável que, para ela, já começa no útero.
Educador Físico e coordenador da Academia Malhação Belvedere, em Belo Horizonte, Henrique Castro afirma que as grávidas podem e devem malhar. No entanto, faz uma distinção entre as mulheres que já são treinadas e aquelas que, ao descobrir a gestação, resolvem correr atrás do prejuízo. “O ideal é se preparar antes”, afirma. Independentemente disso, a recomendação padrão é que, nos três primeiros meses, as atividades sejam interrompidas ou não sejam iniciadas. “Para as mulheres que já são treinadas, as restrições são bem menores. Quem nunca treinou terá, sim, várias limitações como a questão da carga, postural e exercícios para o abdômen. Até a pessoa criar a consciência corporal, o abdominal é um exercício para se evitar”, pondera.
Sílvia Cristina tinha 23 anos em 2005 e disputava a final dos Jogos Abertos do Interior pelo São Caetano. Dois dias depois, procurou os médicos do clube porque não estava se sentindo bem. Após exame, teve um 'caroço' encontrado na barriga. Assustada, recorreu a um médico conhecido e, para seu espanto, o 'caroço' era um bebê. A jogadora fazia uso regular de anticoncepcional ininterruptamente e não menstruava. Três dias após a descoberta, nasceu, com sete meses, o filho da atleta.
Para Henrique Castro, o recomendado, mesmo para aquelas que são atletas, é fazer o acompanhamento médico e seguir as orientações do profissional. “Não se pode criticar essa mulher. Às vezes, a gente vê uma pessoa malhando e acha que ela está pegando um peso absurdo. Mas pelo tipo de treinamento dela, não é”, explica.
Henrique Castro diz que uma situação comum de academia - e que ele considera perigoso -, é a aluna que nunca malhou, tentar reproduzir treinamento de artistas ou celebridades grávidas. E alerta: “o que serve para um não serve para outro”.
Apesar da polêmica, Lea-Ann diz que não está preocupado com as críticas: “Minha vida não é sua vida, graças a Deus”.
Mãe de dois filhos e esperando o terceiro, Lea-An Elisson ponderou que Estados Unidos vivem uma epidemia de obesidade e que as pessoas precisam adotar um estilo de vida saudável que para ela, já começa no útero. Clique na imagem para ampliá-la
Lea-An Elisson, 35 anos, já participou de competições de fisiculturismo e é praticante de CrossFit há dois anos e meio. Clique na imagem para ampliá-la
Educador Físico e coordenador da Academia Malhação Belvedere, em Belo Horizonte, Henrique Castro afirma que as grávidas podem e devem malhar. No entanto, faz uma distinção entre as mulheres que já são treinadas e aquelas que, ao descobrir a gestação, resolvem correr atrás do prejuízo. “O ideal é se preparar antes”, afirma. Independentemente disso, a recomendação padrão é que, nos três primeiros meses, as atividades sejam interrompidas ou não sejam iniciadas. “Para as mulheres que já são treinadas, as restrições são bem menores. Quem nunca treinou terá, sim, várias limitações como a questão da carga, postural e exercícios para o abdômen. Até a pessoa criar a consciência corporal, o abdominal é um exercício para se evitar”, pondera.
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Sobre o caso de Lea-An Ellison, o especialista relembra a história da jogadora profissional de basquete que treinou e competiu normalmente durante a gravidez porque não sabia que esperava uma criança. “Mesmo sendo uma pessoa extremamente treinada, ela passou pelo risco de perder o bebê ou de ter uma complicação durante a gravidez”, aponta. -
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Sílvia Cristina tinha 23 anos em 2005 e disputava a final dos Jogos Abertos do Interior pelo São Caetano. Dois dias depois, procurou os médicos do clube porque não estava se sentindo bem. Após exame, teve um 'caroço' encontrado na barriga. Assustada, recorreu a um médico conhecido e, para seu espanto, o 'caroço' era um bebê. A jogadora fazia uso regular de anticoncepcional ininterruptamente e não menstruava. Três dias após a descoberta, nasceu, com sete meses, o filho da atleta.
Para Henrique Castro, o recomendado, mesmo para aquelas que são atletas, é fazer o acompanhamento médico e seguir as orientações do profissional. “Não se pode criticar essa mulher. Às vezes, a gente vê uma pessoa malhando e acha que ela está pegando um peso absurdo. Mas pelo tipo de treinamento dela, não é”, explica.
Henrique Castro diz que uma situação comum de academia - e que ele considera perigoso -, é a aluna que nunca malhou, tentar reproduzir treinamento de artistas ou celebridades grávidas. E alerta: “o que serve para um não serve para outro”.
Apesar da polêmica, Lea-Ann diz que não está preocupado com as críticas: “Minha vida não é sua vida, graças a Deus”.
Lea-An Elisson é mãe de dois filhos, de 12 e 8 anos, e espera o terceiro
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