Os amigos são a família que escolhemos. Por eles, nos tornamos mais generosos e, se a princípio queremos muitos, nada como ter poucos e bons. Epicuro, o filósofo da amizade, ensina que "de todas as coisas que a sabedoria nos oferece para a felicidade da vida, a maior é a amizade". Ao receber o título de amigo, saiba que aceita um laço, que se não é de sangue, é de alma. Encontro compartilhado que tanto divide a gargalhada quanto a "cara amarrada" e, se não o livra da dor, ajuda a carregá-la.

O poder da amizade está na afinidade, descoberta de diversas maneiras e sem planejar. A conquista é pelo coração e se torna verdadeira quando a pessoa é presente na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza… É, ser amigo também exige aliança, pacto, compromisso.

O lado encantado dessa relação é que, ainda que haja cobrança e ciúme, é seguramente a mais verdadeira e genuína. O código de conduta dessa parceria é a autenticidade. O pacto é sempre pela coragem de dizer o que tem de ser dito, em via de mão dupla, ainda que não seja agradável ouvir. E se lhe é dada a liberdade para falar o que outros não têm licença, sinta-se um afortunado.

Na vida real ou na ficção, o lema “amigos para sempre” sobrevive diante desse atestado legítimo de concessões aceito por quem assume a missão de preservar a amizade. Luis Buñel, Federico Garcia Lorca e Salvador Dalí eram inseparáveis. Ben Affleck e Matt Damon venceram juntos dentro e fora da telona. Erasmo e Roberto Carlos se confundem. Wagner Moura e Lázaro Ramos são parceiros de espírito e talento. O que dizer de Cebolinha e Cascão, Fred e Barney, Sherlock Holmes e Watson, Dom Quixote e Sancho Pança, Zé Colmeia e Catatau, Bob Esponja e Patrick Estrela, Menino Maluquinho e Bocão, Carrie Bradshaw, Charlotte York, Miranda Hobbes e Samantha Jones…

No mundo concreto ou imaginário, o fundamental é que todos saibam como tratar e reverenciar a amizade. Inspirados nessas relações, pessoas comuns compartilham histórias de encontros mágicos e verdadeiros. Para a vida toda.