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Com a promessa de ser um produto natural, o Tribulus terrestris tem conquistado muitos malhadores

Profissionais alertam: ainda não há estudos conclusivos sobre a substância

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Revista do CB - Correio Braziliense Publicação:31/10/2013 15:00
Para aqueles imersos no universo das academias de musculação, é comum o consumo de suplementos alimentares que auxiliam em resultados mais rápidos da prática de exercícios físicos. Entre as várias marcas e tipos de suplementos presentes no mercado, aqueles que têm base fitoterápica vêm fazendo muito sucesso entre os atletas. Um dos produtos que tem se destacado é o Tribulus terrestris, com a promessa de aumentar o nível de testosterona do corpo, resultando no ganho de massa muscular, além do aumento da libido.

A nutricionista esportiva Tatiana Mendes alerta, porém, que o Tribulus terrestris ainda não passou por testes laboratoriais conclusivos, portanto não há garantias dos efeitos do produto. “Apesar de ser uma substância usada há séculos, principalmente na Europa, ainda não foram feitos estudos definitivos sobre seus efeitos”, explica Tatiana.

Apesar disso, para a nutricionista, o Tribulus geralmente apresenta resultados positivos, sem causar efeitos adversos. “Isso ocorre porque não se trata do hormônio (testosterona) em si. O produto é um indutor de produção de testosterona e o corpo não produz mais do que precisa”, atesta. Tatiana salienta ainda que a substância não tem o mesmo efeito em todos que a ingerem, é necessário analisar cada caso.

Thiago Figueiredo garante que o Tribulus faz efeito: uso intercalado para potencializar o resultado (Janine Moraes/CB/D.A Press)
Thiago Figueiredo garante que o Tribulus faz efeito: uso intercalado para potencializar o resultado
O estudante Thiago Figueiredo, de 20 anos, faz uso regular do produto com o objetivo de aumentar a massa muscular. “Gosto de usá-lo de forma intercalada. Costumo tomar por cerca de dois meses, depois paro por algum tempo, e volto a tomar.” O estudante, que decidiu aderir ao Tribulus por conta própria, diz que sente uma espécie de tolerância do corpo quando está ingerindo o medicamento por muito tempo. “Gosto de fazer essas paradas porque, depois de um tempo tomando o suplemento, tive a impressão de o efeito diminuir aos poucos. Quando dou uma pausa e volto a tomar, o resultado fica próximo do que era antes.”

De acordo com o endocrinologista Gustavo Francklin, o Tribulus terrestris, ou videira da punctura, ainda não foi testado satisfatoriamente para comprovar algum poder sobre o corpo humano. “A maior parte dos estudos sobre a planta foi feito em animais. Aqueles feitos em humanos tiveram um número muito pequeno de pacientes”, explica o médico. Ainda conforme Francklin, na Austrália, foi realizado um estudo sobre o produto com 45 jogadores de rúgbi, que não apresentaram alterações nas taxas hormonais com o uso do suplemento.

Apesar do alerta dos profissionais, Thiago diz que os efeitos da substância podem ser sentidos facilmente para os que administram o produto de forma correta e se alimentam e se exercitam adequadamente. “Claro, não adianta só tomar e esperar o músculo crescer. Mas fazendo tudo direitinho, o Tribulus ajuda muito nos resultados. Me surpreendeu.” Além disso, Thiago garante que a diferença na libido é facilmente perceptível.

No entanto, a nutricionista Tatiana Mendes adverte sobre a necessidade de procurar um profissional antes de começar a tomar qualquer medicamento. “O mais importante é sempre consultar um profissional da área antes de tomar qualquer substância. Ainda mais uma que ainda não é muito difundida no país, que carece de pesquisas com humanos”, diz.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) adverte que dois laboratórios foram proibidos de vender produtos à base de Tribulus Terrestris. As empresas Sálvia Indústria e Comércio de Cordas Ltda, e Vita Vita Comércio, Indústria, Exportação e Importação Ltda não tinham autorização de fabricação do produto. A agência recomenda ainda que, como qualquer medicamento, a substância seja usada somente com orientação médica ou de um farmacêutico.

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