MMA para crianças divide opiniões, mas conquista adeptos no Brasil
Em alguns países, meninos tornam-se lutadores em miniatura e participam de competições em moldes muito semelhantes aos combates dos adultos. No Brasil, a prática entre os mais jovens ainda não tem fins competitivos e aparece de forma lúdica. Saiba qual é a opinião de praticantes, pais, médicos e professores brasileiros de artes marciais
-
Veja mais fotos
Baby MMA nos EUA e na Rússia -
Veja mais fotos
MMA para crianças - MMA para crianças: academia pioneira
- MMA para crianças: opinião da pediatria e da medicina do esporte
- MMA para crianças: opinião da Federação Mineira de Judô
- Apesar de cada vez mais popular, fisiculturismo para mulheres ainda é alvo de preconceito
- Só para elas: academia lança em BH o Ladies Camp, circuito de movimentos funcionais, militares e de luta
- Krav magá e kombato preparam para situações reais de brigas ou ameaças com armas brancas
- Mulheres podem jogar futebol tão bem quanto os homens, diz estudo
- Introdução de verduras, legumes e frutas na alimentação das crianças deve ser uma batalha diária
- Elogios exagerados podem fazer mal a crianças com baixa autoestima, diz estudo
- Novo hit das academias é condicionar e gastar calorias em tempo recorde
- Estudo da USP afirma que crianças brasileiras são as menos ativas da América Latina
- Em busca do corpo ideal, cresce o uso de substâncias como anabolizantes, suplementos e termogênicos
- Andador é reprovado por mães, médicos e Justiça
- Novo episódio na polêmica de games para crianças alimenta debate sobre prós e contras
- Estudo da USP indica que as roupas usadas pelas crianças são um dos elementos da formação da personalidade
Mas será que essas imagens configuram uma exceção? A prática de MMA pode ser saudável entre as crianças? Se elas são matriculadas em outras artes marciais e atividade físicas, muitas vezes a partir dos 3 anos de idade, qual seria o problema? Fomos até uma das poucas academias brasileiras que oferecem aulas de introdução às artes marciais para menores de 6 anos e introdução ao MMA para alunos entre 6 e 12 anos. Buscamos também a opinião de especialistas para avaliar a competição que é considerada a versão masculina dos concursos de pequenas misses. Você confere tudo agora, nesta reportagem dividida em quatro partes:
MMA para crianças: academia pioneira
MMA para crianças: opinião de médicos pediatras
MMA para crianças: opinião da Federação Mineira de Judô
Veja a galeria de fotos que mostra as disputas de MMA entre crianças norte-americanas e russas
Veja fotos das aulas infantis de MMA no Brasil
Montalvo afirma que o projeto explora as fronteiras da violência infanto-juvenil na sociedade americana após o recente massacre de New Town – em que um jovem de 20 anos entrou atirando em uma escola e matou 26 pessoas, sendo 20 crianças.
Nas fotos, é possível observar que as lutas acontecem sem proteção. As crianças aplicam chutes e técnicas de estrangulamento, acompanhadas de perto por um público empolgado. Os apelidos desses pequenos lutadores variam entre “Viúva Negra”, “Fera” e “Coletor de braços”. É comum que o derrotado caia no choro. Em entrevista à TV americana, o fotógrafo contou que assistiu ao árbitro de uma luta perguntar a um dos pequenos lutadores se ele estava bem e queria continuar. Diante da hesitação da criança, o pai começou a gritar palavras de incentivo para que ele permanecesse no ringue. Outro detalhe: depois de cada combate, as crianças devem se cumprimentar. Quem se recusa, é obrigado pelos pais e juízes.
Montalvo completou que sua impressão sobre o cenário era simples e direta: o espírito ultra-competitivo vem, principalmente, dos pais. “Eles amam seus filhos com todo coração e querem vê-los vencedores sempre. Mas veem a prática também como defesa contra valentões e como futura oportunidade de ganhar milhões. Estima-se que a indústria do UFC movimente 1 bilhão de dólares”, contou o artista.
Além do projeto fotográfico, dois vídeos mostram competições de MMA entre crianças. O primeiro é uma reportagem da TV norte-americana sobre o crescimento do esporte, mesmo após ser banido no estado da Califórnia. O repórter conta a história de Regina Awana, uma pequena lutadora apresentada como a Viúva Negra. Segundo o treinador Chris Manzo, ela é uma “linda e pequenina garota que vai arrancar seu braço e levá-lo para casa” e “o que esses meninos (incluindo o próprio filho) fazem dentro do ringue, muitos adultos não têm coragem”.
O segundo mostra a luta de Minas Avagyan, de 6 anos, e Hayk Tashchyan, de 7, no octógono montado pela Armenian Fighting Championship (ArmFC), da Armênia. Este último provocou revolta entre médicos, organizações não governamentais e também entre atletas de MMA, pela falta de proteção e ‘endeusamento’ dos meninos. Minas vence a luta e comemora simulando o ‘enterro’ do adversário. O próprio presidente do UFC, Dana White, criticou a luta. "Nojento para c...! Os pais deles deviam apanhar com uma vara!!!", escreveu White em um fórum especializado, argumentando que esse tipo de coisa denigre a imagem do esporte que luta para vencer preconceitos.