Ataques de raiva aumentam risco de infarto, aponta estudo
O estudo é o primeiro a confirmar, com base em estatísticas, a relação entre emoções fortes e risco cardíaco
Da redação
Publicação:05/03/2014 08:40Atualização: 05/03/2014 09:31
Pessoas que têm ataques de raiva correm um risco maior de, nas duas horas seguintes, sofrerem um infarto ou derrame, aponta um estudo da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard publicado nesta terça-feira. O estudo é o primeiro a confirmar, com base em estatísticas, a relação entre emoções fortes e risco cardíaco, embora as causas biológicas exatas ainda sejam desconhecidas.
Os resultados levaram em consideração mais de 6 mil eventos cardiovasculares, entre janeiro de 1966 e junho de 2013. Segundo o trabalho, o risco de uma pessoa sofrer um enfarte do miocárdio ou síndrome coronariana aguda nas duas horas subsequentes a um rompante de fúria aumenta quase cinco vezes, em relação aos momentos em que não há abalo emocional. Também foi constatada uma probabilidade três vezes maior de ter um acidente vascular cerebral nessas condições.
Nas duas horas seguintes a um ataque de raiva, o risco de infarto do miocárdio ou síndrome coronária aguda aumenta 4,7%. Já o risco de derrame cerebral aumenta 3,6%, enquanto também sobem as chances de arritmia. Em pessoas com problemas cardiovasculares, o risco é ainda maior.
"Apesar de o risco de sofrer um problema cardiovascular agudo seja relativamente baixo com apenas um ataque de raiva, ele aumenta entre pessoas que têm ataques frequentes", explicou Elizabeth Mostofsky, da Harvard School of Public Health de Massachusetts (Estados Unidos). "Isso é particularmente certo para os que possuem mais fatores de risco ou para os que tenham sofrido ataques cardíacos, derrames ou tenham diabetes", acrescentou.
Segundo as estatísticas dos pesquisadores, em um grupo de 10 mil pessoas com baixo risco cardiovascular que se aborrecem apenas uma vez por mês, registra-se um ataque cardíaco a mais do que a média. Este aumento pode ser de até quatro casos em cada 10 mil pessoas em indivíduos com alto risco cardiovascular. O estudo, publicado pelo European Heart Journal, reúne as conclusões de nove estudos anteriores. Todos tratavam das relações entre a raiva e os episódios cardiovasculares. Os nove trabalhos escolhidos somavam, juntos, 4.546 casos de enfarte, 462 casos de síndrome coronariana aguda, 590 casos de acidente vascular cerebral isquêmico, 215 casos de acidente vascular cerebral hemorrágico e 306 casos de arritmia
No entanto, assinalam, ainda é necessário definir como funciona esta relação, a fim de que os médicos saibam se é melhor seguir um tratamento para reduzir o colesterol ou a pressão, procurar ajuda psicológica, ou uma combinação dos dois tratamentos. Ainda não é possível dizer que a raiva é causa direta dos eventos cardiovasculares. O estudo apenas demonstra que há algum tipo de relação entre os dois elementos. Uma explicação é que o estresse psicológico contribua para o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Com isso, as alterações no fluxo sanguíneo poderiam causar a formação de coágulos sanguíneos - e estimular respostas inflamatórias.
Nas duas horas seguintes a um ataque de raiva, o risco de infarto do miocárdio ou síndrome coronária aguda aumenta 4,7% em comparação com um momento de calma
Os resultados levaram em consideração mais de 6 mil eventos cardiovasculares, entre janeiro de 1966 e junho de 2013. Segundo o trabalho, o risco de uma pessoa sofrer um enfarte do miocárdio ou síndrome coronariana aguda nas duas horas subsequentes a um rompante de fúria aumenta quase cinco vezes, em relação aos momentos em que não há abalo emocional. Também foi constatada uma probabilidade três vezes maior de ter um acidente vascular cerebral nessas condições.
Nas duas horas seguintes a um ataque de raiva, o risco de infarto do miocárdio ou síndrome coronária aguda aumenta 4,7%. Já o risco de derrame cerebral aumenta 3,6%, enquanto também sobem as chances de arritmia. Em pessoas com problemas cardiovasculares, o risco é ainda maior.
"Apesar de o risco de sofrer um problema cardiovascular agudo seja relativamente baixo com apenas um ataque de raiva, ele aumenta entre pessoas que têm ataques frequentes", explicou Elizabeth Mostofsky, da Harvard School of Public Health de Massachusetts (Estados Unidos). "Isso é particularmente certo para os que possuem mais fatores de risco ou para os que tenham sofrido ataques cardíacos, derrames ou tenham diabetes", acrescentou.
Segundo as estatísticas dos pesquisadores, em um grupo de 10 mil pessoas com baixo risco cardiovascular que se aborrecem apenas uma vez por mês, registra-se um ataque cardíaco a mais do que a média. Este aumento pode ser de até quatro casos em cada 10 mil pessoas em indivíduos com alto risco cardiovascular. O estudo, publicado pelo European Heart Journal, reúne as conclusões de nove estudos anteriores. Todos tratavam das relações entre a raiva e os episódios cardiovasculares. Os nove trabalhos escolhidos somavam, juntos, 4.546 casos de enfarte, 462 casos de síndrome coronariana aguda, 590 casos de acidente vascular cerebral isquêmico, 215 casos de acidente vascular cerebral hemorrágico e 306 casos de arritmia
Saiba mais...
Até hoje, os estudos sobre este tema baseavam-se em grupos pequenos e os resultados eram pouco confiáveis, segundo os cientistas. A nova análise não revela, no entanto, as causas biológicas da relação entre a raiva e os ataques cardíacos. Os autores citam estudos anteriores, que mostram que o estresse emocional aumenta a frequência cardíaca e a pressão sanguínea, e que estas alterações podem provocar trombose e estimular uma resposta inflamatória do sistema imunológico.- Cientistas criam capa de silicone que monitora o coração
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No entanto, assinalam, ainda é necessário definir como funciona esta relação, a fim de que os médicos saibam se é melhor seguir um tratamento para reduzir o colesterol ou a pressão, procurar ajuda psicológica, ou uma combinação dos dois tratamentos. Ainda não é possível dizer que a raiva é causa direta dos eventos cardiovasculares. O estudo apenas demonstra que há algum tipo de relação entre os dois elementos. Uma explicação é que o estresse psicológico contribua para o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Com isso, as alterações no fluxo sanguíneo poderiam causar a formação de coágulos sanguíneos - e estimular respostas inflamatórias.
Com Agências