Terapia genética personalizada pode ser opção de tratamento para diabetes tipo 1

Método descrito na Revista Científica Nature pode significar não só o tratamento, mas a cura do diabetes 1 no futuro

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Correio Braziliense Publicação:29/04/2014 15:00Atualização:29/04/2014 14:32
Usando a técnica da clonagem, cientistas de Nova York criaram as primeiras células-tronco embrionárias com dois pares de cromossomos destinadas ao tratamento de diabetes 1. A equipe de Dieter Egli e Mark Sauer, da Universidade de Columbia, descreveu a metodologia na edição on-line da revista Nature. Eles retiraram o núcleo de células adultas da pele e o adicionaram a oócitos não fertilizados, em um processo chamado transferência nuclear de células somáticas. As células-tronco embrionárias foram criadas a partir do material doado por uma paciente de diabetes 1 e um indivíduo saudável.

Em 2011, a mesma equipe anunciou a primeira linhagem de células embrionárias feitas a partir do tecido da pele, usando a transferência celular, com objetivo de produzir estruturas capazes de produzir insulina. Contudo, as células eram triploides, ou seja, tinham três pares de cromossomos, e não podiam ser usadas para novos tratamentos. “Desde o começo, o objetivo desse trabalho é usar a célula do paciente de diabetes 1 para produzir células-tronco que corrijam a doença”, disse, em nota, Dieter Egli.

Passados três anos do primeiro experimento, os cientistas conseguiram, agora, obter estruturas diploides. “Ao reprogramar as células para que atinjam um estado pluripotente e comecem a fabricar células beta, estamos um passo mais perto de tratar pacientes diabéticos com as próprias células produtoras de insulina”, disse.

Cura
Pacientes com diabetes tipo 1 têm deficiência de células beta, as fabricantes de insulina, o que resulta na falta da substância e, consequentemente, em altos índices de açúcar no sangue. Portanto, o método descrito na Nature pode significar não só o tratamento, mas a cura do diabetes 1 no futuro. Como as células-tronco são feitas com o tecido epitelial do próprio paciente, não haveria risco de rejeição.

Os cientistas esclareceram, contudo, que gerar células beta a partir da técnica da transferência somática é apenas um passo para o tratamento. Também é necessário desenvolver estratégias que protejam o organismo dos pacientes contra o mecanismo pelo qual o sistema imunológico destrói essas estruturas por entender, erroneamente, que elas são um agente externo, como um
vírus ou uma bactéria.

De acordo com os pesquisadores, a técnica poderá ajudar no desenvolvimento de terapias personalizadas para muitas outras doenças, como Parkinson, degeneração macular, esclerose múltipla e doenças do fígado. Também tem potencial para reparar ossos danificados. “O resultado técnico e científico traz para mais perto da realidade a promessa da reposição celular no tratamento de um amplo espectro de doenças e condições médicas”, avaliou Rudolph Leibnel, diretor do Centro de Diabetes Naomi Berrie e coautor do estudo.

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