Hipertensão pode ser assintomática
Sinais da patologia cardíaca podem passar despercebidos. Com menos sorte, a morte súbita pode ser a primeira e única evidência, irreparável, de que algo não ia bem com o coração
Revista do CB - Correio Braziliense
Publicação:20/05/2014 08:02Atualização: 20/05/2014 07:47
Às vezes, um primeiro indício de infarto pode ser confundido com uma simples dor de estômago ou uma dor muscular no braço. “Além disso, a aterosclerose coronária (entupimento das artérias por placas de gordura) não é linearmente progressiva. Muitas vezes, a pessoa não tem sintomas e evolui direto para um infarto”, alerta Pedro Farsky, coordenador científico das reuniões de cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
De todos os males que fazem o coração parar de bater, as doenças arteriais coronárias são as que mais afetam esse músculo que manda sangue oxigenado para todo o corpo e, consequentemente, as que mais matam. As artérias são como canos por onde passam o sangue e se há aderência de placas de gordura na parede deles, há interrupção desse fluxo, e o coração pode infartar. Quando isso acontece, parte desse músculo não recebe oxigênio tampouco nutrientes. Assim, necrosa. Se o paciente sobrevive, com sorte retoma a vida depois de uma série de procedimentos modernos e de tomar, para sempre, medicações de controle. Outros não contam o mesmo final feliz. Cerca de 7% das pessoas morrem ao infartarem.
Se não infarta, o coração pode enfraquecer. Com os vasos sanguíneos mais estreitos, o coração recebe menos aporte de sangue e de oxigênio. O indivíduo pode não saber que o coração anda cansado. Só desconfia quando sobe uma escada ou faz algum exercício mais intenso. Um dia, ele simplesmente para de bater. “A insuficiência é uma doença traiçoeira. Ela mata o indivíduo com arritmias fatais”, avisa Fernando Augusto Alves da Costa, diretor do Instituto Paulista de Doenças Cardiovasculares.
A primeira chance de não perder a vida como consequência de um entupimento imperceptível da artéria é rapidamente identificar os sintomas. Por isso, a cardiologista Edna Marques, coordenadora da cardiologia da Secretaria de Saúde do DF defende que todos os médicos, independentemente de sua formação, devem estar aptos a fazer a prevenção de problemas cardíacos e encaminhar, ou no mínimo orientar, o paciente a um especialista. Pensando nisso, em setembro deste ano, a Secretaria de Saúde do DF, em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, vai oferecer um curso de capacitação para médicos da rede e cursos de emergência para os profissionais que atendem nas Upas (Unidades de Pronto Atendimento). A ideia é que eles saibam como ministrar os primeiros socorros aos pacientes que tiverem infartando e, assim, ganharem tempo até chegar a uma unidade especializada nesse tipo de atendimento na rede, que hoje conta com 180 cardiologistas.
Outra forma de monitorar o paciente cardíaco e preservar literalmente os minutos que podem fazer diferença na sua vida é o sistema de telemedicina, implementado na rede do Distrito Federal, há dois anos. “O paciente faz um eletrocardiograma em qualquer posto de saúde do DF e o resultado vai para uma das unidades especializadas em cardiologia, como o Hospital do Gama, o Hospital Regional de Taguatinga ou o Hospital de Base”, explica Edna. Assim, qualquer anormalidade identificada deve ser logo socorrida.
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Quando as medidas preventivas básicas são negligenciadas, é preciso correr contra o tempo e tentar salvar o coração de qualquer sofrimento. O perigo é que os sinais da patologia cardíaca passem despercebidos. E não é difícil que isso aconteça. Não raro, a hipertensão pode apresentar-se assintomática. O comprometimento de veias e artérias do coração nem sempre apresenta sintomas claros. Com menos sorte, a morte súbita pode ser a primeira e única evidência, irreparável, de que algo não ia bem com o coração.- Por que o coração mata tanto?
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Um primeiro indício de infarto pode ser confundido com uma simples dor de estômago ou uma dor muscular no braço
De todos os males que fazem o coração parar de bater, as doenças arteriais coronárias são as que mais afetam esse músculo que manda sangue oxigenado para todo o corpo e, consequentemente, as que mais matam. As artérias são como canos por onde passam o sangue e se há aderência de placas de gordura na parede deles, há interrupção desse fluxo, e o coração pode infartar. Quando isso acontece, parte desse músculo não recebe oxigênio tampouco nutrientes. Assim, necrosa. Se o paciente sobrevive, com sorte retoma a vida depois de uma série de procedimentos modernos e de tomar, para sempre, medicações de controle. Outros não contam o mesmo final feliz. Cerca de 7% das pessoas morrem ao infartarem.
Se não infarta, o coração pode enfraquecer. Com os vasos sanguíneos mais estreitos, o coração recebe menos aporte de sangue e de oxigênio. O indivíduo pode não saber que o coração anda cansado. Só desconfia quando sobe uma escada ou faz algum exercício mais intenso. Um dia, ele simplesmente para de bater. “A insuficiência é uma doença traiçoeira. Ela mata o indivíduo com arritmias fatais”, avisa Fernando Augusto Alves da Costa, diretor do Instituto Paulista de Doenças Cardiovasculares.
A primeira chance de não perder a vida como consequência de um entupimento imperceptível da artéria é rapidamente identificar os sintomas. Por isso, a cardiologista Edna Marques, coordenadora da cardiologia da Secretaria de Saúde do DF defende que todos os médicos, independentemente de sua formação, devem estar aptos a fazer a prevenção de problemas cardíacos e encaminhar, ou no mínimo orientar, o paciente a um especialista. Pensando nisso, em setembro deste ano, a Secretaria de Saúde do DF, em parceria com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, vai oferecer um curso de capacitação para médicos da rede e cursos de emergência para os profissionais que atendem nas Upas (Unidades de Pronto Atendimento). A ideia é que eles saibam como ministrar os primeiros socorros aos pacientes que tiverem infartando e, assim, ganharem tempo até chegar a uma unidade especializada nesse tipo de atendimento na rede, que hoje conta com 180 cardiologistas.
Outra forma de monitorar o paciente cardíaco e preservar literalmente os minutos que podem fazer diferença na sua vida é o sistema de telemedicina, implementado na rede do Distrito Federal, há dois anos. “O paciente faz um eletrocardiograma em qualquer posto de saúde do DF e o resultado vai para uma das unidades especializadas em cardiologia, como o Hospital do Gama, o Hospital Regional de Taguatinga ou o Hospital de Base”, explica Edna. Assim, qualquer anormalidade identificada deve ser logo socorrida.