Exercícios aumentam a longevidade dos ossos

Pesquisa analisou as diferenças entre os ossos de jogadores profissionais de baseball, em especial os arremessadores, ao longo da carreira deles e após a aposentadoria

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Flávia Franco - Correio Braziliense Publicação:28/05/2014 13:00Atualização:28/05/2014 13:45
A lista de benefícios conquistados com as atividades físicas é extensa: melhora do condicionamento, controle da pressão, do diabetes, prevenção de problemas cardíacos …. Constantemente, cientistas adicionam novos atrativos ao cardápio. Como os resultados alcançados recentemente por um grupo de pesquisadores da Universidade de Indiana (EUA). Stuart Warden e uma equipe de colaboradores constataram que praticar exercícios durante a juventude dá longevidade aos ossos durante a velhice.

No estudo, publicado na revista Proceedings, foram analisadas as diferenças entre os ossos de jogadores profissionais de baseball, em especial os arremessadores, ao longo da carreira deles e após a aposentadoria. “Esses atletas são bons modelos para trabalhar porque exercitam um braço mais do que o outro”, explica Warden. Assim, pôde-se comparar os dois membros de cada voluntário durante o envelhecimento. “Conseguimos garantir que os benefícios duradouros não eram causados por fatores genéticos ou fatores sistemáticos, como hormônios e nutrição”, complementa o líder do estudo.

Como os arremessadores utilizam mais um braço do que o outro, tornaram-se modelos ideais para o trabalho científico (sxc.hu)
Como os arremessadores utilizam mais um braço do que o outro, tornaram-se modelos ideais para o trabalho científico
As análises indicaram que em média metade do tamanho do osso e um terço da resistência durante a juventude foram mantidos ao longo da vida. “Esse é um nível de manutenção impressionante, especialmente considerando que os jogadores não exerciam a profissão em mais de 50 anos”, ressalta Warden. Segundo Arnaldo Hernandez, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, a fase de maior ganho de massa óssea se dá durante o crescimento do indivíduo. “Ou seja, na infância e na adolescência, mas isso não significa que não é necessário praticar atividade física na fase adulta”, ressalta. O especialista afirma que dar continuidade aos exercícios aumenta a resistência dos ossos, evitando que eles se tornem mais frágeis e tenham um risco maior de fratura na terceira idade.

Proteção reforçada
Esse aumento não tem a ver com o crescimento do osso, mas da espessura da capa externa dele, chamada cortical. “Quanto mais resistente, mais largo vai ser o osso. O aumento da cortical acontece na fase de crescimento. Depois disso, só fazemos a manutenção para evitar a perda da massa óssea” orienta Bernardo Stolnick, presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Osteometabólicas.

Paulo Araújo, ortopedista do Hospital Santa Luzia, reforça que a importância do estudo norte-americano está no fato de ele trazer constatações de que a perda de massa óssea pode não ser a única causa do desaparecimento da resistência dos ossos na velhice. “A qualidade óssea também relacionada com a força e o tamanho (do osso), sendo que esses atributos podem ser favoravelmente influenciados pela prática de exercícios regulares na juventude.”

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