Doação de ossos pode ajudar muitos pacientes, mas captação é baixa

Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) registrou aumento de 23% no número de doadores de ossos, mas foram apenas 26 captações

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Agência Brasil Publicação:22/03/2014 11:01Atualização:22/03/2014 11:06
O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) registrou aumento de 23% no número de doadores de ossos no Rio de Janeiro no ano passado. Foram 26 captações de ossos que permitiram 286 transplantes, 89% a mais do que em 2012.

Embora as doações venham crescendo ano a ano, o número é baixo de acordo com o ortopedista Rafael Prinz, chefe do Banco de Tecidos do Into, se comparado a outros órgãos, como rim e fígado.

Ele explica que há resistência da família em doar os ossos do paciente falecido, por morte encefálica ou parada cardíaca. “Infelizmente a recusa por esse tipo de doação chega a 50% entre os possíveis doadores. O maior empecilho é o desconhecimento da população sobre os benefícios que esse gesto pode trazer para os doentes”.

Futuros doadores devem expressar, em vida, sua vontade de doar ossos e comunicar à família (Valf/EM/D.A Press)
Futuros doadores devem expressar, em vida, sua vontade de doar ossos e comunicar à família
O ortopedista diz que uma doação pode beneficiar cerca de 30 pessoas. Há casos em que a reconstrução de uma lesão ou até a substituição de um osso inteiro evita a amputação em pacientes com câncer.

Na doação, os ossos dos membros inferiores e superiores são substituídos por material sintético, mantendo a forma e a aparência do doador preservada para o sepultamento. Os ossos das mãos, face e crânio não são retirados em nenhuma hipótese, segundo ele.

Os enxertos ósseos beneficiaram pacientes de dez estados em 2013: Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Ceará. Do total de enxertos, 82% foram para o Rio, Paraná e Santa Catarina, estados que mais utilizaram o serviço no ano passado.

O Banco de Tecidos do Into, criado em 2002, é responsável pela captação, processamento e distribuição de ossos, tendões e meniscos para utilização em cirurgias de transplantes na área da ortopedia e odontologia.

Os futuros doadores devem expressar, em vida, sua vontade de doar ossos e comunicar à família. É preciso ter entre 18 e 70 anos de idade e não ter sido vítima de câncer ósseo, osteoporose ou doença infecciosa transmitida pelo sangue (como hepatite, aids, malária). Não é permitido doar quem, há menos de um ano, tem tatuagem, e fez uso prolongado de corticoides, acupuntura ou recebeu transfusão sanguínea.

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