Estudo indica que cirurgia bariátrica leva a maior taxa de remissão de diabetes

A pesquisa, que será divulgada na edição desta quarta-feira do Jornal da Associação Médica Americana (JAMA), também revelou que o procedimento está vinculado a um número menor de complicações relacionadas com a diabetes nas pessoas que estão severamente acima do peso

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AFP - Agence France-Presse Publicação:11/06/2014 08:06Atualização:11/06/2014 08:32

A cirurgia bariátrica para redução de estômago supera outros tratamentos por conseguir levar pacientes obesos à remissão da diabetes tipo 2, revelou um estudo sueco publicado nesta terça-feira. A pesquisa, que será divulgada na edição desta quarta-feira do Jornal da Associação Médica Americana (JAMA), também revelou que o procedimento está vinculado a um número menor de complicações relacionadas com a diabetes nas pessoas que estão severamente acima do peso.

As descobertas vêm à tona em um momento em que obesidade e diabetes alcançam proporções de epidemia, acarretando um caro problema de saúde. Nos Estados Unidos, mais de 29 milhões de pessoas - ou 9,3% da população - tinha diabetes em 2012, enquanto estimativas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontavam para uma cifra de 26 milhões dois anos atrás.

Tratar a doença e suas complicações relacionadas custaram US$ 245 bilhões em gastos médicos em 2012, uma cifra muito superior aos US$ 174 bilhões de cinco anos antes. Realizada por uma equipe de cientistas chefiada por Lars Sjostrom, da Universidade de Gotemburgo, a pesquisa consistiu em um acompanhamento do Estudo Sueco sobre Indivíduos Obesos.

O tempo de acompanhamento médio foi de 18,1 anos para pessoas que se submeteram à cirurgia e de 17,6 anos para o grupo de controle, com a finalidade de determinar os efeitos de longo prazo dos procedimentos bariátricos, da remissão de diabetes e das complicações vinculadas à diabetes.

Os autores descobriram que a proporção de pessoas com diabetes tipo 2 que fizeram cirurgia bariátrica e estavam em remissão era de 72,3% dois anos depois do procedimento contra 16,4% no grupo de controle. Quinze anos depois, as taxas de remissão de diabetes foram de 30,4% entre os que fizeram a cirurgia, significativamente maior do que os 6,5% de remissão no grupo de controle.

Todos os tipos de cirurgia bariátrica - inclusive o bypass gástrico, bem como procedimentos com bandas ou anéis ajustáveis e não ajustáveis - "foram associados com taxas mais elevadas de remissão em comparação com o tratamento usual", destacou um comunicado que anunciou o estudo.

Além disso, segundo os autores, este tipo de cirurgia também está vinculada com uma incidência menor de complicações micro e macrovasculares, embora tenham alertado que as descobertas precisam de confirmação por meio de testes aleatórios. De acordo com dados dos CDC, divulgados esta terça-feira, uma em cada quatro pessoas com diabetes nos Estados Unidos não sabe que tem a doença.

 

Aumento 'alarmante' de diabéticos deixa Estados Unidos em alerta
Vinte e nove milhões de americanos sofriam de diabetes em 2012, um aumento de 11,5% com relação a 2010, segundo relatório das autoridade sanitárias, considerado "alarmante" e divulgado nesta terça-feira.

Uma em cada quatro pessoas no país sofre de diabetes tipo 2, segundo os Centros Federais de Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). Além dos 29 milhões de adultos afetados pela diabetes - 9,3% da população -, 86 milhões, isto é, um em cada três, é pré-diabético (com um nível maior de glicose no sangue que o normal).

Se não perderem peso e fizerem alguma atividade física, entre 15% e 30% destas pessoas desenvolverão diabetes em cinco anos, advertiram os CDC. A obesidade, que afeta mais de um terço dos adultos americanos, é o gatilho principal da diabetes tipo 2. Os profissionais de saúde falam em uma verdadeira epidemia chamada "diabesidade".

"Estas últimas estatísticas são alarmantes e apontam para a necessidade de intensificar as medidas para reduzir a carga de diabetes no nosso país", insistiu a doutora Ann Albright, diretora da Divisão de Diabetes dos CDC. O diagnóstico de diabetes dobra entre os negros, os hispânicos, os indígenas e os nativos do Alasca, com relação aos brancos não hispânicos, constataram os pesquisadores.

Mas a proporção de adultos nos Estados Unidos que são pré-diabéticos é quase similar entre os brancos (35%), os negros não hispânicos (39%) e os hispânicos (38%). O informe destacou, ainda, que 208.000 menores de 20 anos sofrem de diabetes tipo 1 (juvenil) ou tipo 2.

A diabetes é uma doença grave, caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue. Pode ser mantida sob controle com atividade física, dieta adequada, uso apropriado de insulina e tratamento. Os diabéticos correm um risco maior de sofrer de doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais, insuficiência renal e graves complicações, como perda da visão, amputação dos dedos, pés ou pernas, e inclusive morte prematura, alertou o informe. Segundo os CDC, em 2012, a diabetes e suas complicações associadas representaram US$ 245 bilhões em gastos com cuidados médicos.

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