Leites mais gordurosos evitam o diabetes 2
Pessoas com maior consumo de laticínios ainda que ricos em gordura (oito ou mais porções por dia) têm 23% menor risco de desenvolver o problema metabólico do que aquelas que ingerem uma ou menos porção
Correio Braziliense
Publicação:16/09/2014 09:23
As gorduras alimentares podem afetar o metabolismo da glicose e a sensibilidade à insulina, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento do diabetes tipo 2. Estudos indicam que a substituição da gordura saturada pela monoinsaturadas e pela poli-insaturadas ajuda na prevenção da doença. Isso é, fontes vegetais de gordura seriam uma escolha melhor em comparação com as animais. No novo trabalho, os autores tiveram como objetivo analisar a ingestão dos alimentos mais comuns, classificados de acordo com teor de gordura, e a associação deles com o risco do problema. Eles acompanharam a histórica dietética de 26.930 pessoas com 45 a 74 anos. Durante os 14 anos estudados, identificaram 2.860 casos de desenvolvimento do diabetes.
Na análise mais destrinchada dos derivados do leite, os pesquisadores perceberam que a alta ingestão de creme de leite (calculada como 30ml ou mais por dia) foi associada a uma redução de 15% no risco de desenvolver a doença. O alto teor de gordura do leite fermentado abateu as chances em 20%, quando os maiores consumidores (180ml/dia, cerca de 10% dos consumidores) foram comparados aos não consumidores (60% dos participantes). Em contraste com esses resultados, não houve associação entre a ingestão de laticínios com baixo teor de gordura e o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Ericson acredita que as observações podem contribuir para esclarecer descobertas anteriores sobre as gorduras e suas fontes de alimentos em relação ao diabetes tipo 2. “A diminuição do risco quando há o consumo elevado de lácteos com alto percentual de gordura indica que esse produtos gordurosos estão associados à proteção, pelo menos em parte”, detalha. Os resultados, acredita ele, também teriam impacto no consumo de carne, que foi associado às maiores chances de ter a doença independentemente do teor de gordura da dieta.
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O efeito da gordura no organismo humano depende da origem dela. Uma série de pesquisas científicas mostra que o consumo elevado de carnes vermelhas e de produtos derivados pode levar ao aumento do risco de diabetes 2. Estudos epidemiológicos, porém, indicam que a alta ingestão de produtos lácteos pode ter o efeito oposto e até ser protetora. Segundo trabalho liderado por Ulrika Ericson, do Centro de Diabetes da Universidade de Lund (Suécia), pessoas com maior consumo de laticínios ainda que ricos em gordura (oito ou mais porções por dia) têm 23% menor risco de desenvolver o problema metabólico do que aquelas que ingerem uma ou menos porção. Os resultados foram apresentados ontem, no Encontro Anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD), em Viena, Áustria.- Stent farmacológico protege coração de pessoas com diabetes e será ofertado pelo SUS
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As gorduras alimentares podem afetar o metabolismo da glicose e a sensibilidade à insulina, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento do diabetes tipo 2. Estudos indicam que a substituição da gordura saturada pela monoinsaturadas e pela poli-insaturadas ajuda na prevenção da doença. Isso é, fontes vegetais de gordura seriam uma escolha melhor em comparação com as animais. No novo trabalho, os autores tiveram como objetivo analisar a ingestão dos alimentos mais comuns, classificados de acordo com teor de gordura, e a associação deles com o risco do problema. Eles acompanharam a histórica dietética de 26.930 pessoas com 45 a 74 anos. Durante os 14 anos estudados, identificaram 2.860 casos de desenvolvimento do diabetes.
Na análise mais destrinchada dos derivados do leite, os pesquisadores perceberam que a alta ingestão de creme de leite (calculada como 30ml ou mais por dia) foi associada a uma redução de 15% no risco de desenvolver a doença. O alto teor de gordura do leite fermentado abateu as chances em 20%, quando os maiores consumidores (180ml/dia, cerca de 10% dos consumidores) foram comparados aos não consumidores (60% dos participantes). Em contraste com esses resultados, não houve associação entre a ingestão de laticínios com baixo teor de gordura e o risco de desenvolver diabetes tipo 2.
Ericson acredita que as observações podem contribuir para esclarecer descobertas anteriores sobre as gorduras e suas fontes de alimentos em relação ao diabetes tipo 2. “A diminuição do risco quando há o consumo elevado de lácteos com alto percentual de gordura indica que esse produtos gordurosos estão associados à proteção, pelo menos em parte”, detalha. Os resultados, acredita ele, também teriam impacto no consumo de carne, que foi associado às maiores chances de ter a doença independentemente do teor de gordura da dieta.