Reposição hormonal aumenta risco de surgimento de lúpus
Lúpus é uma doença autoimune caracterizada pela inflamação do tecido conjuntivo
Correio Braziliense
Publicação:13/10/2014 11:09Atualização: 13/10/2014 11:19
Os cientistas do Centro de Estudos de Doenças Autoimunes da Universidade do Rosário, na Colômbia, revisaram mais de 7 mil estudos feitos em todo o mundo, tanto com mulheres saudáveis quanto com pacientes afetadas por lúpus submetidas ao tratamento de reposição hormonal ou que ingeriram anticoncepcionais. “Uma mulher que fizer terapia de reposição hormonal tem 1,96 vez mais o risco de desenvolver lúpus do que uma mulher que não fizer”, explicou Adriana Rojas, uma das integrantes do estudo.
Os pesquisadores, no entanto, alertam que o fato de uma mulher ser tratada com hormônios não quer dizer que ela terá lúpus eritematoso, pois o surgimento dessa doença depende da confluência de fatores genéticos, ambientais e imunológicos. “O tema ainda não está resolvido. É preciso realizar mais estudos que consigam responder se os hormônios têm relação com o desenvolvimento do lúpus ou a exacerbação dele”, disse Angela María Ruiz, também integrante da equipe de pesquisadores.
Focados em avanços que melhorem as terapias para amenizar o lúpus eritematoso, cientistas da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, apostam em um composto retirado de plantas sintéticas, o CDDO, para criar um classe de medicamentos que provoque menos efeitos adversos que as opções atuais. O desenvolvimento do lúpus é uma reação de duas etapas. Primeiro, o sistema imunológico desenvolve anticorpos que atacam o próprio DNA do corpo, em seguida, atacam os rins. Descobrimos que CDDO pode bloquear ambos os passos”, detalha Chandra Mohan, um dos integrantes do estudo.
O composto já foi testado em animais, mas não em humanos. “A parte mais interessante da pesquisa é que o CDDO é originalmente de origem vegetal. Por isso, é relativamente natural e tem menos chance de efeitos colaterais”, diz Mohan. Nos últimos 50 anos, não foram aprovados novos remédios para o tratamento do lúpus. Os pacientes são geralmente tratados com esteroides, quem ao mesmo tempo que atrasam a progressão da doença, aumentam o risco de infecção, causam fraqueza muscular, estreitamento dos vasos sanguíneos e osteoporose.
Sintomas diversificados
Há dois tipos de lúpus: o cutâneo, caracterizado pelas manchas geralmente avermelhadas na pele, principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar; e o sistêmico, quando um ou mais órgãos internos do corpo são acometidos pela doença. Há sintomas comuns à maioria dos pacientes, como febre, emagrecimento, fraqueza e desânimo. E existem aqueles que estão mais ligados à parte do corpo atingida — inflamação da pleura, no caso dos pulmões. Pode correr em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, mas é mais comum em mulheres com idade entre 20 e 45 anos, mestiças e negras. A estimativa é que haja 65 mil pessoas com a doença no Brasil e 5 milhões em todo o mundo.
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Prescrita para aliviar os desconfortos da menopausa, a terapia de reposição hormonal pode aumentar o risco de desenvolvimento do lúpus eritematoso, uma doença autoimune caracterizada pela inflamação do tecido conjuntivo. A relação foi constatada por pesquisadores de uma instituição colombiana e publicada na revista científica Plos One.- Reposição hormonal não funciona em mulheres que não sentem ondas de calor
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Os cientistas do Centro de Estudos de Doenças Autoimunes da Universidade do Rosário, na Colômbia, revisaram mais de 7 mil estudos feitos em todo o mundo, tanto com mulheres saudáveis quanto com pacientes afetadas por lúpus submetidas ao tratamento de reposição hormonal ou que ingeriram anticoncepcionais. “Uma mulher que fizer terapia de reposição hormonal tem 1,96 vez mais o risco de desenvolver lúpus do que uma mulher que não fizer”, explicou Adriana Rojas, uma das integrantes do estudo.
Pesquisadores alertam que o fato de uma mulher ser tratada com hormônios não quer dizer que ela terá lúpus eritematoso, pois o surgimento dessa doença depende da confluência de fatores genéticos, ambientais e imunológicos
Os pesquisadores, no entanto, alertam que o fato de uma mulher ser tratada com hormônios não quer dizer que ela terá lúpus eritematoso, pois o surgimento dessa doença depende da confluência de fatores genéticos, ambientais e imunológicos. “O tema ainda não está resolvido. É preciso realizar mais estudos que consigam responder se os hormônios têm relação com o desenvolvimento do lúpus ou a exacerbação dele”, disse Angela María Ruiz, também integrante da equipe de pesquisadores.
Focados em avanços que melhorem as terapias para amenizar o lúpus eritematoso, cientistas da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, apostam em um composto retirado de plantas sintéticas, o CDDO, para criar um classe de medicamentos que provoque menos efeitos adversos que as opções atuais. O desenvolvimento do lúpus é uma reação de duas etapas. Primeiro, o sistema imunológico desenvolve anticorpos que atacam o próprio DNA do corpo, em seguida, atacam os rins. Descobrimos que CDDO pode bloquear ambos os passos”, detalha Chandra Mohan, um dos integrantes do estudo.
O composto já foi testado em animais, mas não em humanos. “A parte mais interessante da pesquisa é que o CDDO é originalmente de origem vegetal. Por isso, é relativamente natural e tem menos chance de efeitos colaterais”, diz Mohan. Nos últimos 50 anos, não foram aprovados novos remédios para o tratamento do lúpus. Os pacientes são geralmente tratados com esteroides, quem ao mesmo tempo que atrasam a progressão da doença, aumentam o risco de infecção, causam fraqueza muscular, estreitamento dos vasos sanguíneos e osteoporose.
Sintomas diversificados
Há dois tipos de lúpus: o cutâneo, caracterizado pelas manchas geralmente avermelhadas na pele, principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar; e o sistêmico, quando um ou mais órgãos internos do corpo são acometidos pela doença. Há sintomas comuns à maioria dos pacientes, como febre, emagrecimento, fraqueza e desânimo. E existem aqueles que estão mais ligados à parte do corpo atingida — inflamação da pleura, no caso dos pulmões. Pode correr em pessoas de qualquer idade, raça e sexo, mas é mais comum em mulheres com idade entre 20 e 45 anos, mestiças e negras. A estimativa é que haja 65 mil pessoas com a doença no Brasil e 5 milhões em todo o mundo.