Técnica ataca células de câncer diretamente
Pesquisadores desenvolveram um sistema de envio de medicamentos que consiste em %u201Ccasulos%u201D de DNA feitos em nanoescala, que têm o potencial de atingir diretamente as células cancerosas
Correio Braziliense
Publicação:15/10/2014 10:13
“Esse sistema é baseado no DNA, o que significa que é biocompatível e menos tóxico para os pacientes do que os sistemas que usam materiais sintéticos”, observa Zhen Gu, principal autor de um artigo sobre o trabalho, publicado no Journal of the American Chemical Society, revista da Sociedade Americana de Química. Em sua superfície, o nanocasulo tem ligantes (moléculas que se associam a outras) que se unem aos receptores químicos das células cancerosas, fazendo com que ele as identifique facilmente e aja somente nelas, preservando o material sadio.
“Essa técnica tem como alvo específico a célula de câncer e pode carregar muitas quantidades de medicamento, liberando a droga rapidamente depois que entra nela”, conta Gu. “Além disso, como usamos métodos de automontagem de DNA, é um sistema relativamente fácil de se produzir”, conta Wujin Sun, principal autor do artigo e estudante de pós-doutorado no laboratório de Gu.
Cada nanocasulo é feito com uma fita simples de DNA que se auto-organiza para adquirir o formato de uma bola de fios, que mede cerca de 150 nanômetros, o equivalente a um milionésimo de milímetro. O núcleo do casulo contém uma proteína chamada Dnase e a droga anticâncer doxorubicina (DOX). Como a Dnase é uma enzima que normalmente desmontaria o sistema de DNA, ela é revestida por um fino polímero que a retém, como uma espada na bainha.
O casulo contém ligantes de ácido fólico na superfície. Quando ele encontra uma célula cancerosa, essas moléculas se unem aos receptores químicos existentes na superfície da estrutura doente. Isso faz com que a célula seja sugada para dentro do casulo. Uma vez no interior do círculo, o ambiente ácido destrói a bainha de polímero que contém o Dnase. Livre, a “espada”, ou seja, a enzima, rapidamente começa a cortar o conteúdo do casulo, destruindo a célula cancerosa. “Estamos nos preparando para lançar os testes pré-clínicos agora. Estamos muito animados a respeito desse sistema e achamos que ele é promissor para uma variedade de terapias-alvo contra o câncer e outras doenças”, aposta Gu.
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Engenheiros biomédicos da Universidade Estadual da Carolina do Norte e da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, ambas nos Estados Unidos, desenvolveram um sistema de envio de medicamentos que consiste em “casulos” de DNA feitos em nanoescala, que têm o potencial de atingir diretamente as células cancerosas. Ao chegar até as estruturas doentes, o casulo é absorvido pelo organismo e libera a droga diretamente no alvo.“Esse sistema é baseado no DNA, o que significa que é biocompatível e menos tóxico para os pacientes do que os sistemas que usam materiais sintéticos”, observa Zhen Gu, principal autor de um artigo sobre o trabalho, publicado no Journal of the American Chemical Society, revista da Sociedade Americana de Química. Em sua superfície, o nanocasulo tem ligantes (moléculas que se associam a outras) que se unem aos receptores químicos das células cancerosas, fazendo com que ele as identifique facilmente e aja somente nelas, preservando o material sadio.
Concepção artística do casulo do DNA: remédio direto no alvo
Cada nanocasulo é feito com uma fita simples de DNA que se auto-organiza para adquirir o formato de uma bola de fios, que mede cerca de 150 nanômetros, o equivalente a um milionésimo de milímetro. O núcleo do casulo contém uma proteína chamada Dnase e a droga anticâncer doxorubicina (DOX). Como a Dnase é uma enzima que normalmente desmontaria o sistema de DNA, ela é revestida por um fino polímero que a retém, como uma espada na bainha.
O casulo contém ligantes de ácido fólico na superfície. Quando ele encontra uma célula cancerosa, essas moléculas se unem aos receptores químicos existentes na superfície da estrutura doente. Isso faz com que a célula seja sugada para dentro do casulo. Uma vez no interior do círculo, o ambiente ácido destrói a bainha de polímero que contém o Dnase. Livre, a “espada”, ou seja, a enzima, rapidamente começa a cortar o conteúdo do casulo, destruindo a célula cancerosa. “Estamos nos preparando para lançar os testes pré-clínicos agora. Estamos muito animados a respeito desse sistema e achamos que ele é promissor para uma variedade de terapias-alvo contra o câncer e outras doenças”, aposta Gu.