Alunos de escola estadual em Mateus Leme dão lição de solidariedade a pacientes com câncer

Ao todo 110 pessoas, a maior parte mulheres, cortaram pelo menos 12 centímetros dos cabelos

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Márcia Maria Cruz - Estado de Minas Publicação:18/11/2014 11:15Atualização:18/11/2014 13:33
Tainá e dezenas de alunas de escola estadual de Mateus Leme cortaram os cabelos, que serão doados a instituições que confeccionam perucas para pacientes em tratamento  (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Tainá e dezenas de alunas de escola estadual de Mateus Leme cortaram os cabelos, que serão doados a instituições que confeccionam perucas para pacientes em tratamento

Mechas que passavam da cintura foram cortadas em solidariedade a quem perdeu os cabelos devido ao tratamento do câncer. Os cortes significaram muito mais que a redução do tamanho dos fios. As madeixas serão doadas a instituições que confeccionam perucas. “A ideia surgiu de forma espontânea. Não imaginava ter tanta adesão”, disse o professor de biologia Michel Salomão, coordenador do projeto Fio de Esperança. As doações foram realizadas por alunas, professores, funcionárias, mães e até avós dos estudantes da Escola Estadual Elias Salomão, no Bairro Concenza, em Mateus Leme. Ao todo 110 pessoas, a maior parte mulheres, cortaram pelo menos 12 centímetros dos cabelos.

Entre adolescentes, a moda é deixar a madeixa grande. Mas, para as jovens da escola, quanto menor o cabelo, maior era o gesto de solidariedade. A menina Ylanna Prados Fonseca, de 8 anos, foi a primeira a cortar. “É uma forma de trazer alegria para as crianças que não têm cabelo”, afirmou. A mãe, Annaly Resende Rabelo Fonseca Prado, de 37, aproveitou a oportunidade para doar os 15 centímetros cortados há um mês. Os cortes começaram às 9h no pátio da escola. Cada menina que passava pela tesoura era aplaudida. Lorrayne Tavares Oliveira, de 17, cortou cerca de 40 centímetros. Os cabelos, que estavam bem abaixo da cintura, deram lugar ao chanel, na altura do queixo. “Desde janeiro não cortava o cabelo. Fiquei muito feliz de poder participar. É uma forma de demonstrar amor ao próximo”, disse.

Trabalho foi feito por cabeleireiras que aproveitaram um dia de folga para ir até a escola (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Trabalho foi feito por cabeleireiras que aproveitaram um dia de folga para ir até a escola

A maioria dos doadores eram meninas, mas também não faltaram meninos que se solidarizassem, como foi o caso de Victor Cristnni, de 15. “A última vez que cortei foi em 2011, mas agora é por um motivo justo: ajudar as pessoas que não podem mais ter o cabelo natural”, afirmou. O trabalho foi feito por cabeleireiras que aproveitaram um dia de folga para ir até a escola. O Fio de Esperança é a segunda campanha de que participam. “Tenho algumas clientes que fazem quimioterapia. Como percebo que esse tratamento mexe muito com a autoestima delas, costumo lavar e escovar as perucas para elas”, contou Natália Fernanda Cândida, proprietária do salão Chanell SPA e Noivas.


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