Mensagens de texto ajudam pacientes a não esquecer de tomar medicação prescrita
Estudo mostrou que os SMS melhorariam a adesão aos remédios para controle de hipertensão e colesterol, indicados para pessoas em risco de ataque cardíaco e derrame, as mais comuns causas de óbito no mundo
Correio Braziliense
Publicação:09/12/2014 14:00Atualização: 09/12/2014 14:21
Por volta de um terço dos pacientes não toma os medicamentos como deveria, reduzindo enormemente os benefícios potenciais e causando perdas econômicas para os serviços de saúde. Alguns se esquecem de tomar e outros param de ingeri-los porque não estão muito certos em relação aos efeitos e aos riscos do tratamento.
O estudo Interact, conduzido na Ingaterra, envolveu 303 pacientes que receberam prescrição para medicamentos de controle da hipertensão e/ou do colesterol. Eles foram divididos aleatoriamente em dois grupos: o de mensagem de texto, que recebia periodicamente recados em seus celulares, e o de controle, que não recebia os SMS.
Para o primeiro grupo, as mensagens chegaram todos os dias, ao longo de duas semanas; um dia sim e um dia não nos 15 dias seguintes e, então, semanalmente, por um período de seis meses. O texto perguntava se eles já haviam tomado o remédio. Os que não tinham ingerido ou não respondiam recebiam, então, um telefonema, perguntando se precisavam de alguma ajuda. No segundo grupo, 25% dos pacientes pararam de tomar os remédios ou tomaram menos de um terço do necessário, comparado a apenas 9% do outro grupo.
“Uma importante questão em relação aos medicamentos prescritos é o quanto os pacientes falham em acompanhar o tratamento. O resultado desse estudo mostra que mensagens de texto ajudam a prevenir esse problema de forma simples e efetiva. Mais do que uma simples lembrança, o texto fornece uma maneira de identificar pacientes que precisam de ajuda”, observa David Wald, cardiologista e principal autor do estudo. “Implicações para a saúde são consideráveis tanto da perspectiva econômica quanto do bem-estar do paciente. A maior parte das pessoas tem um celular, hoje em dia, e o envio de mensagens de textos deveria ser feito para cada prescrição relevante, prevenindo milhares de infartos e derrames a cada ano. O método não se limita à prevenção das doenças cardiovasculares e poderia ser usado para pacientes em tratamento de outras doenças crônicas”, avalia David Taylor, professor de saúde pública da Universidade Queen Mary de Londres.
Cerca de um terço dos pacientes não toma os medicamentos como deveria
Saiba mais...
Cientistas da Universidade Queen Mary de Londres descobriram que mensagens de texto enviadas para o celular previnem um em seis pacientes de se esquecer de tomar — ou mesmo deixar de ingerir propositalmente — sua medicação prescrita. O estudo randomizado foi publicado na revista Plos One e testou se os SMS melhorariam a adesão aos remédios para controle de hipertensão e colesterol, indicados para pessoas em risco de ataque cardíaco e derrame — as mais comuns causas de óbito no mundo.- Aplicativos prometem facilitar a vida do casal e, até mesmo, apaziguar o climão pós-briga
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Por volta de um terço dos pacientes não toma os medicamentos como deveria, reduzindo enormemente os benefícios potenciais e causando perdas econômicas para os serviços de saúde. Alguns se esquecem de tomar e outros param de ingeri-los porque não estão muito certos em relação aos efeitos e aos riscos do tratamento.
O estudo Interact, conduzido na Ingaterra, envolveu 303 pacientes que receberam prescrição para medicamentos de controle da hipertensão e/ou do colesterol. Eles foram divididos aleatoriamente em dois grupos: o de mensagem de texto, que recebia periodicamente recados em seus celulares, e o de controle, que não recebia os SMS.
Para o primeiro grupo, as mensagens chegaram todos os dias, ao longo de duas semanas; um dia sim e um dia não nos 15 dias seguintes e, então, semanalmente, por um período de seis meses. O texto perguntava se eles já haviam tomado o remédio. Os que não tinham ingerido ou não respondiam recebiam, então, um telefonema, perguntando se precisavam de alguma ajuda. No segundo grupo, 25% dos pacientes pararam de tomar os remédios ou tomaram menos de um terço do necessário, comparado a apenas 9% do outro grupo.
“Uma importante questão em relação aos medicamentos prescritos é o quanto os pacientes falham em acompanhar o tratamento. O resultado desse estudo mostra que mensagens de texto ajudam a prevenir esse problema de forma simples e efetiva. Mais do que uma simples lembrança, o texto fornece uma maneira de identificar pacientes que precisam de ajuda”, observa David Wald, cardiologista e principal autor do estudo. “Implicações para a saúde são consideráveis tanto da perspectiva econômica quanto do bem-estar do paciente. A maior parte das pessoas tem um celular, hoje em dia, e o envio de mensagens de textos deveria ser feito para cada prescrição relevante, prevenindo milhares de infartos e derrames a cada ano. O método não se limita à prevenção das doenças cardiovasculares e poderia ser usado para pacientes em tratamento de outras doenças crônicas”, avalia David Taylor, professor de saúde pública da Universidade Queen Mary de Londres.