Saiba como proteger o felinos e agir em caso de queda
Apesar da capacidade de sobreviver a quedas de grandes alturas, os donos precisam tomar alguns cuidados porque a situação é mais comum do que parece
Revista do CB - Correio Braziliense
Publicação:07/02/2015 10:00Atualização: 03/02/2015 14:19
Foi o que aconteceu com Barriguinha Mole, o gato do estudante Marcus Vieira, 23 anos, que caiu do sexto andar do prédio onde vive há cerca de 10 meses. O susto foi grande, mas ele sobreviveu. O estudante conta que, desde que o bichinho chegou, ele era muito agitado e sempre gostou de ficar na janela. “No começo, eu ficava apreensivo, com medo de ele cair. Depois, vi que ele sempre ficava lá e não tinha problema”, conta.
Até o dia em que Marcus estava mexendo no computador e ouviu um barulho na janela. Quando olhou para o térreo, viu Barriguinha Mole no prédio. O estudante correu para resgatar o gato e conta que o bichinho miava de dor e não conseguia se levantar e andar. “A minha primeira preocupação era se ele tinha quebrado algum osso. Estava com medo de mexer e machucá-lo mais, mas ele mesmo se levantou e foi para debaixo de um banco”, conta. A irmã de Marcus levou o gato ao veterinário e, apesar da queda de seis andares, Barriguinha não tinha fratura externa, mas havia sofrido uma fissura no fêmur e uma outra no osso esterno, perto das costelas. O especialista garantiu que não seria preciso imobilização, mas explicou que o gatinho teria de ficar em repouso.
Depois do acidente, Marcus conta que o bichano mudou: “Ele ficou muito mais quieto, passava o dia deitado ao lado da comida e me preocupei se nunca mais seria o mesmo”. Depois de dois meses, o gato voltou a andar mancando e, um tempo depois, se recuperou por completo. O jovem conta que, hoje, a gatinha corre como antigamente e até voltou a passear pela janela.
Murilo Diniz, 22 anos, estudante de economia, passou por uma situação parecida. Ele mora no sexto andar de um prédio na Asa Sul e tem uma gata vira-lata chamada Pity. Há cerca de quatro anos, quando o apartamento ainda não tinha grades de proteção, ele deu falta da gatinha e suspeitou de que ela havia caído da janela. Depois de procurar pelo bloco, a encontrou debaixo da escada que fica do lado de fora do prédio. Ela miava muito, estava suja e com uma fratura exposta. A mascote havia quebrado a pata traseira e rompido alvéolos no pulmão e precisou usar tala por três meses. “Hoje, ela está zerada e já tem 7 anos”, conta o estudante, aliviado. Depois do trauma, Murilo providenciou a instalação de redes para que o episódio não se repita.
Paraquedista
A veterinária especializada em felinos Leila Sena diz que os gatos não se jogam da janela, mas escorregam. A médica conta que esse tipo de acidente pode acontecer com frequência porque muitos felinos gostam de observar a paisagem e, por isso, passam muito tempo próximo a janelas.
A gravidade das consequências de um acidente depende da forma como o animal cai. A síndrome do gato paraquedista — situação em que, diante da queda iminente, o animal relaxa a musculatura para reduzir o impacto — diz que, quanto maior a altura, menor o dano. A veterinária explica que o sistema nervoso dos gatos é muito rápido, logo, bastam alguns metros para que consigam se virar. O que vai mudar são o impacto e o tipo de dano causados. “Quanto menor a distância, aumentam as chances de eles lesionarem os membros, pois caem em pé. Na queda de locais mais altos, eles tendem a cair de patas abertas e podem sofrer ruptura interna, como no tórax, o que pode levar a hemorragias e a problemas mais graves.”
O tipo de superfície também pode terminar a gravidade do acidente. No asfalto, os riscos são maiores. O impacto é reduzido caso a queda seja amortecida por uma árvore ou uma lona. A veterinária conta que a gata dela caiu do apartamento duas vezes, mas, como um arbusto reduziu o impacto, não sofreu nenhuma lesão.
A principal recomendação da especialista é que os donos evitem deixar os gatos em locais muito altos e sem proteção e, principalmente, utilizem grades ou telas para evitar acidentes. Leila adverte que também é preciso tomar cuidado para os felinos não fugirem depois de sofrerem uma queda. “Quando o gato machuca e tem condição de escapar, ele escapa. Por isso, muitas vezes, os acidentes são fatais, porque eles correm e ninguém consegue segurar”, explica. Na hora do resgate, a primeira atitude deve ser levar o animal a algum hospital veterinário ou a clínicas que atendam emergências. Além disso, é preciso tomar cuidado com mordidas e com a posição durante o transporte, pois eles podem ter sofrido fraturas.
Barriguinha Mole caiu do sexto andar do prédio onde vive com o dono: fissura no fêmur e no osso esterno
Saiba mais...
Os gatos podem não ter sete vidas, como diz a lenda. Apesar da capacidade de eles sobreviverem a quedas de grandes alturas, os donos precisam tomar alguns cuidados para evitar o acidente porque a situação é mais comum do que parece.- De onde vêm os mitos que cercam os felinos? É possível vencer o medo?
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Foi o que aconteceu com Barriguinha Mole, o gato do estudante Marcus Vieira, 23 anos, que caiu do sexto andar do prédio onde vive há cerca de 10 meses. O susto foi grande, mas ele sobreviveu. O estudante conta que, desde que o bichinho chegou, ele era muito agitado e sempre gostou de ficar na janela. “No começo, eu ficava apreensivo, com medo de ele cair. Depois, vi que ele sempre ficava lá e não tinha problema”, conta.
Até o dia em que Marcus estava mexendo no computador e ouviu um barulho na janela. Quando olhou para o térreo, viu Barriguinha Mole no prédio. O estudante correu para resgatar o gato e conta que o bichinho miava de dor e não conseguia se levantar e andar. “A minha primeira preocupação era se ele tinha quebrado algum osso. Estava com medo de mexer e machucá-lo mais, mas ele mesmo se levantou e foi para debaixo de um banco”, conta. A irmã de Marcus levou o gato ao veterinário e, apesar da queda de seis andares, Barriguinha não tinha fratura externa, mas havia sofrido uma fissura no fêmur e uma outra no osso esterno, perto das costelas. O especialista garantiu que não seria preciso imobilização, mas explicou que o gatinho teria de ficar em repouso.
Depois do acidente, Marcus conta que o bichano mudou: “Ele ficou muito mais quieto, passava o dia deitado ao lado da comida e me preocupei se nunca mais seria o mesmo”. Depois de dois meses, o gato voltou a andar mancando e, um tempo depois, se recuperou por completo. O jovem conta que, hoje, a gatinha corre como antigamente e até voltou a passear pela janela.
Murilo Diniz, 22 anos, estudante de economia, passou por uma situação parecida. Ele mora no sexto andar de um prédio na Asa Sul e tem uma gata vira-lata chamada Pity. Há cerca de quatro anos, quando o apartamento ainda não tinha grades de proteção, ele deu falta da gatinha e suspeitou de que ela havia caído da janela. Depois de procurar pelo bloco, a encontrou debaixo da escada que fica do lado de fora do prédio. Ela miava muito, estava suja e com uma fratura exposta. A mascote havia quebrado a pata traseira e rompido alvéolos no pulmão e precisou usar tala por três meses. “Hoje, ela está zerada e já tem 7 anos”, conta o estudante, aliviado. Depois do trauma, Murilo providenciou a instalação de redes para que o episódio não se repita.
Paraquedista
A veterinária especializada em felinos Leila Sena diz que os gatos não se jogam da janela, mas escorregam. A médica conta que esse tipo de acidente pode acontecer com frequência porque muitos felinos gostam de observar a paisagem e, por isso, passam muito tempo próximo a janelas.
A gravidade das consequências de um acidente depende da forma como o animal cai. A síndrome do gato paraquedista — situação em que, diante da queda iminente, o animal relaxa a musculatura para reduzir o impacto — diz que, quanto maior a altura, menor o dano. A veterinária explica que o sistema nervoso dos gatos é muito rápido, logo, bastam alguns metros para que consigam se virar. O que vai mudar são o impacto e o tipo de dano causados. “Quanto menor a distância, aumentam as chances de eles lesionarem os membros, pois caem em pé. Na queda de locais mais altos, eles tendem a cair de patas abertas e podem sofrer ruptura interna, como no tórax, o que pode levar a hemorragias e a problemas mais graves.”
O tipo de superfície também pode terminar a gravidade do acidente. No asfalto, os riscos são maiores. O impacto é reduzido caso a queda seja amortecida por uma árvore ou uma lona. A veterinária conta que a gata dela caiu do apartamento duas vezes, mas, como um arbusto reduziu o impacto, não sofreu nenhuma lesão.
A principal recomendação da especialista é que os donos evitem deixar os gatos em locais muito altos e sem proteção e, principalmente, utilizem grades ou telas para evitar acidentes. Leila adverte que também é preciso tomar cuidado para os felinos não fugirem depois de sofrerem uma queda. “Quando o gato machuca e tem condição de escapar, ele escapa. Por isso, muitas vezes, os acidentes são fatais, porque eles correm e ninguém consegue segurar”, explica. Na hora do resgate, a primeira atitude deve ser levar o animal a algum hospital veterinário ou a clínicas que atendam emergências. Além disso, é preciso tomar cuidado com mordidas e com a posição durante o transporte, pois eles podem ter sofrido fraturas.