Felinos também estão suscetíveis a males cardíacos; atenção com apatia e perda de apetite
Em comparação com os cães, os gatos são bem mais assintomáticos
Revista do CB - Correio Braziliense
Publicação:03/10/2015 10:00Atualização: 28/09/2015 12:42
Os sintomas são bem conhecidos. “Apatia, falta de apetite, respiração ofegante e um ar de cansaço”, detalha Júnior Ortis, veterinário. É importante estar atento a esses sinais. A tosse, por exemplo, não é tão comum em gatos. “Os animais podem ficar inquietos, com a boca aberta e, em alguns casos, com a língua roxa”, afirma Gabriel Jacobina.
Em comparação com os cães, os gatos são bem mais assintomáticos. “Muitas vezes, eles passam a vida toda sem manifestar a doença e têm uma morte súbita”, afirma o veterinário Vitor Benigno, especialista em felinos. Em casos de emergência, leve o bichano imediatamente ao veterinário. Qualquer tentativa de socorro sem conhecimento, inclusive a massagem cardíaca, pode ser fatal. “Na clínica, observamos se o pet tem sopro, dilatação ou outras alterações no coração”, informa Jacobina.
Entre as possíveis complicações, a cardiomiopatia hipertrófica felina é a mais comum. Ela é caracterizada pelo aumento indevido da musculatura cardíaca, comprometendo o relaxamento do órgão. “Está relacionada a fatores genéticos. É uma doença que pode se tornar grave, com episódios de insuficiência, edema pulmonar e até tromboembolismo”, alerta o especialista. O diagnóstico das cardiomiopatias é fechado com a combinação de exames complementares, por exemplo, eletrocardiograma com radiografias, exame físico e hemograma.
Zen, um gatinho sem raça definida, tem 9 meses e é cardiopata. Ele adquiriu uma cardiomiopatia hipertrófica duas semanas após uma cirurgia de castração. O quadro clínico não é comum na idade do felino. “Percebi que o Zen, que sempre foi muito ativo, começou a ficar anormalmente quieto e com a respiração extremamente ofegante”, conta Camila Queiroz, 32 anos, servidora pública.
O gato foi levado ao veterinário, que, inicialmente, suspeitou de uma infecção. Mas o problema era mais grave: a mascote acabou passando por uma cirurgia mais séria. “Zen ficou internado três dias. Depois de dias de tratamento medicamentoso em casa, ele se recuperou e voltou a agir normalmente”, comemora Camila. Há pouco mais de um mês convivendo com a doença, Zen leva uma vida normal. A dona tenta deixar o animal o mais confortável possível. “Ele não pode passar por situações estressantes. Nada de banhos e também não o deixo em hotéis quando viajo”, revela.
Ele toma medicação três vezes ao dia e faz acompanhamento com um especialista. A doença está controlada. Porém, o risco de morte ainda é grande. “A doença pode se complicar e ocorrer tromboembolismo. É como se fosse uma trombose humana. Só que, na veterinária, as complicações são ainda mais severas”, explica Vitor Benigno.
Apesar do coração mais frágil, o gato não tem nenhum outro problema de saúde. “Depois desse episódio, ele teve apenas uma micose no rosto, provavelmente por conta do estresse que passou de descoberta a doença. Foram raspados os pelos do rosto e da barriga”, diz Camila, que é dona também de Lola, uma gata de 7 anos totalmente saudável e que adora brincar com o Zen.
Não se fala em sedentarismo
Pets com problemas cardíacos devem ser acompanhados por especialistas e fazer exames periódicos. O tratamento é medicamentoso. “Alguns diuréticos, antiarrítmicos e dietas hipossódicas completam a prescrição”, ensina o veterinário Gabriel Jacobina.
Diferentemente dos humanos, os problemas cardíacos em gatos nada têm a ver com o sedentarismo. Apesar da predisposição, o animal não nasce com a doença, ele a adquire com o tempo. Por isso, não existe prevenção e o esforço é por realizar um diagnóstico precoce. O animal pode levar uma vida saudável mesmo sendo cardiopata, mas os tutores precisarão ser muito cuidadosos na hora de administrar os remédios. Uma última recomendação: procure não estressar o bichano.
Raças mais sensíveis
Zen deixou sua dona, Camila Queiroz, muito preocupada: diagnóstico de cardiopatia veio depois de uma cirurgia de castração
Saiba mais...
Seu gato pode ter um coração sensível, sabia? As chamadas cardiomiopatias felinas acometem todas as raças, embora algumas apresentem maior predisposição genética. “A maine coon é a mais suscetível. Persa também tem tendência, mas não é tão comum”, explica o cardiologista veterinário Gabriel Jacobina. De acordo com ele, as cardiopatias se manifestam, sobretudo, em gatos de meia-idade e idosos. No caso de filhotes, a doença geralmente é congênita.Os sintomas são bem conhecidos. “Apatia, falta de apetite, respiração ofegante e um ar de cansaço”, detalha Júnior Ortis, veterinário. É importante estar atento a esses sinais. A tosse, por exemplo, não é tão comum em gatos. “Os animais podem ficar inquietos, com a boca aberta e, em alguns casos, com a língua roxa”, afirma Gabriel Jacobina.
Em comparação com os cães, os gatos são bem mais assintomáticos. “Muitas vezes, eles passam a vida toda sem manifestar a doença e têm uma morte súbita”, afirma o veterinário Vitor Benigno, especialista em felinos. Em casos de emergência, leve o bichano imediatamente ao veterinário. Qualquer tentativa de socorro sem conhecimento, inclusive a massagem cardíaca, pode ser fatal. “Na clínica, observamos se o pet tem sopro, dilatação ou outras alterações no coração”, informa Jacobina.
Entre as possíveis complicações, a cardiomiopatia hipertrófica felina é a mais comum. Ela é caracterizada pelo aumento indevido da musculatura cardíaca, comprometendo o relaxamento do órgão. “Está relacionada a fatores genéticos. É uma doença que pode se tornar grave, com episódios de insuficiência, edema pulmonar e até tromboembolismo”, alerta o especialista. O diagnóstico das cardiomiopatias é fechado com a combinação de exames complementares, por exemplo, eletrocardiograma com radiografias, exame físico e hemograma.
Zen, um gatinho sem raça definida, tem 9 meses e é cardiopata. Ele adquiriu uma cardiomiopatia hipertrófica duas semanas após uma cirurgia de castração. O quadro clínico não é comum na idade do felino. “Percebi que o Zen, que sempre foi muito ativo, começou a ficar anormalmente quieto e com a respiração extremamente ofegante”, conta Camila Queiroz, 32 anos, servidora pública.
O gato foi levado ao veterinário, que, inicialmente, suspeitou de uma infecção. Mas o problema era mais grave: a mascote acabou passando por uma cirurgia mais séria. “Zen ficou internado três dias. Depois de dias de tratamento medicamentoso em casa, ele se recuperou e voltou a agir normalmente”, comemora Camila. Há pouco mais de um mês convivendo com a doença, Zen leva uma vida normal. A dona tenta deixar o animal o mais confortável possível. “Ele não pode passar por situações estressantes. Nada de banhos e também não o deixo em hotéis quando viajo”, revela.
Ele toma medicação três vezes ao dia e faz acompanhamento com um especialista. A doença está controlada. Porém, o risco de morte ainda é grande. “A doença pode se complicar e ocorrer tromboembolismo. É como se fosse uma trombose humana. Só que, na veterinária, as complicações são ainda mais severas”, explica Vitor Benigno.
Apesar do coração mais frágil, o gato não tem nenhum outro problema de saúde. “Depois desse episódio, ele teve apenas uma micose no rosto, provavelmente por conta do estresse que passou de descoberta a doença. Foram raspados os pelos do rosto e da barriga”, diz Camila, que é dona também de Lola, uma gata de 7 anos totalmente saudável e que adora brincar com o Zen.
Não se fala em sedentarismo
Pets com problemas cardíacos devem ser acompanhados por especialistas e fazer exames periódicos. O tratamento é medicamentoso. “Alguns diuréticos, antiarrítmicos e dietas hipossódicas completam a prescrição”, ensina o veterinário Gabriel Jacobina.
Diferentemente dos humanos, os problemas cardíacos em gatos nada têm a ver com o sedentarismo. Apesar da predisposição, o animal não nasce com a doença, ele a adquire com o tempo. Por isso, não existe prevenção e o esforço é por realizar um diagnóstico precoce. O animal pode levar uma vida saudável mesmo sendo cardiopata, mas os tutores precisarão ser muito cuidadosos na hora de administrar os remédios. Uma última recomendação: procure não estressar o bichano.
Raças mais sensíveis
- Maine coon
- Persa exótico
- Ragdoll
- British shorthair