Software acerta em 86% sintomas da doença arterial coronariana
Programa de computador ajuda profissionais de saúde a abrir mão de recursos invasivos em pacientes com sintomas da doença
Jefferson da Fonseca - Estado de Minas
Publicação:03/03/2015 14:00Atualização: 03/03/2015 15:02
A DAC ocorre quando uma ou mais das maiores artérias na superfície do coração tornam-se estreitas ou bloqueadas, reduzindo o fluxo sanguíneo que abastece com sangue rico em oxigênio o músculo do coração. A doença pode levar a dor no peito (angina), ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e morte. É causada por um crescimento de depósitos gordurosos e ceráceos na parte interna das artérias – depósitos feitos de colesterol, cálcio e outras substâncias do sangue. Esse crescimento é chamado de “placa aterosclerótica” ou simplesmente “placa”. Os depósitos de placa podem obstruir as artérias coronarianas e torná-las rígidas e irregulares – o que é chamado “endurecimento das artérias”.
Em terras brasileiras, programa de computação parecido vem sendo desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Computação Científica em parceria com o Instituto de Cardiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O cirurgião cardíaco Marcelo Sávio, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), destaca que as inovações tecnológicas têm papel fundamental no auxílio do trabalho pela vida. “A cirurgia cardíaca é uma especialidade relativamente nova – são 50 anos. Nos últimos tempos, as intervenções no coração agregaram muitas tecnologias. A comunidade médica recebe muito bem um programa assim, complementar no tratamento do paciente”, diz.
Com o cruzamento de dados a partir de uma tomografia computadorizada, o HeartFlow FFR-CT tem a capacidade de fornecer o valor do fluxo fracionado de reserva (FFR) – informação capaz de determinar a extensão de um bloqueio no coração ou numa artéria coronária. Com o auxílio do novo programa, o profissional de saúde utiliza a estimativa apurada – juntamente a outros dados clínicos do paciente – para determinar a probabilidade de que o FFR esteja abaixo do limite aceito. A partir do resultado, sabe-se se vai ser necessário o cateterismo cardíaco para uma avaliação mais precisa. Em muitos casos, a intervenção pode ser descartada – o que é um alívio para o paciente.
Os dados apresentados para corroborar a segurança e eficácia do HeartFlow FFR-CT incluíram estudos clínicos que compararam as medições do software (FFR-CT) para valores de FFR apurados diretamente pelo cateterismo cardíaco em pacientes com suspeita de doença coronariana – todos os pacientes, portanto, submetidos aos dois procedimentos. Os resultados mostraram que o programa foi capaz de identificar corretamente 84% dos bloqueios que exigiam a intervenção invasiva. Para os casos livres de intervenção, o índice de acerto chegou a 86%.
EFICIÊNCIA
Para o cardiologista Gilberto Correa, há 51 anos acompanhando os avanços da tecnologia a serviço da saúde, o software para o auxílio do cálculo dos valores do FFR é muito bem-vindo. O médico ressalta que são muitas as tentativas, com as inovações tecnológicas, para que os procedimentos no tratamento da DAC sejam cada vez menos invasivos e mais eficientes.
“Qualquer possibilidade, de eficiência comprovada, de procedimento menos invasivo nos pacientes com sintomas da doença arterial coronariana tem grande importância. A dor no peito, a angina, que tem a ver com angústia, é intolerável. Se o novo método, de forma indireta, trouxer bons resultados, vai ser muito bom para o paciente”, considera Gilberto Correa, que, além de professor, já esteve à frente das sociedades mineira e brasileira de cardiologia. Segundo o médico, o método não invasivo é uma ferramenta a mais para os profissionais mais atentos aos riscos e benefícios dos procedimentos invasivos coronarianos.
O QUE É DAC?
A doença arterial coronariana (DAC) ou aterosclerose coronariana é caracterizada pelo estreitamento dos vasos que suprem o coração em decorrência do espessamento da camada interna da artéria devido ao acúmulo de placas. A irrigação do coração é denominada circulação coronariana. São duas as artérias principais: a coronária direita e a coronária esquerda. A cardiopatia coronariana é a doença mais comum na sociedade americana. Mais de 1 milhão de norte-americanos sofrem um infarto e mais de meio milhão morrem anualmente. No Brasil, são cerca de 300 mil a 350 mil infartos anuais.
No Brasil, são mais de 300 mil óbitos por ano
Saiba mais...
Uma das principais causas de morte para homens e mulheres no mundo é a doença arterial coronariana (DAC), também conhecida como doença cardíaca coronária. No Brasil, são mais de 300 mil óbitos por ano, segundo o Ministério da Saúde. A DAC causa uma distribuição inadequada de sangue ao músculo cardíaco. Um programa de computador, que já está sendo comercializado nos Estados Unidos, é força de esperança para tempos menos sofridos. Trata-se do HeartFlow FFR-CT. O software é um facilitador para os profissionais de saúde, que podem abrir mão de recursos invasivos em pacientes com sinais e sintomas da doença.A DAC ocorre quando uma ou mais das maiores artérias na superfície do coração tornam-se estreitas ou bloqueadas, reduzindo o fluxo sanguíneo que abastece com sangue rico em oxigênio o músculo do coração. A doença pode levar a dor no peito (angina), ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e morte. É causada por um crescimento de depósitos gordurosos e ceráceos na parte interna das artérias – depósitos feitos de colesterol, cálcio e outras substâncias do sangue. Esse crescimento é chamado de “placa aterosclerótica” ou simplesmente “placa”. Os depósitos de placa podem obstruir as artérias coronarianas e torná-las rígidas e irregulares – o que é chamado “endurecimento das artérias”.
Em terras brasileiras, programa de computação parecido vem sendo desenvolvido pelo Laboratório Nacional de Computação Científica em parceria com o Instituto de Cardiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O cirurgião cardíaco Marcelo Sávio, membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV), destaca que as inovações tecnológicas têm papel fundamental no auxílio do trabalho pela vida. “A cirurgia cardíaca é uma especialidade relativamente nova – são 50 anos. Nos últimos tempos, as intervenções no coração agregaram muitas tecnologias. A comunidade médica recebe muito bem um programa assim, complementar no tratamento do paciente”, diz.
Com o cruzamento de dados a partir de uma tomografia computadorizada, o HeartFlow FFR-CT tem a capacidade de fornecer o valor do fluxo fracionado de reserva (FFR) – informação capaz de determinar a extensão de um bloqueio no coração ou numa artéria coronária. Com o auxílio do novo programa, o profissional de saúde utiliza a estimativa apurada – juntamente a outros dados clínicos do paciente – para determinar a probabilidade de que o FFR esteja abaixo do limite aceito. A partir do resultado, sabe-se se vai ser necessário o cateterismo cardíaco para uma avaliação mais precisa. Em muitos casos, a intervenção pode ser descartada – o que é um alívio para o paciente.
Os dados apresentados para corroborar a segurança e eficácia do HeartFlow FFR-CT incluíram estudos clínicos que compararam as medições do software (FFR-CT) para valores de FFR apurados diretamente pelo cateterismo cardíaco em pacientes com suspeita de doença coronariana – todos os pacientes, portanto, submetidos aos dois procedimentos. Os resultados mostraram que o programa foi capaz de identificar corretamente 84% dos bloqueios que exigiam a intervenção invasiva. Para os casos livres de intervenção, o índice de acerto chegou a 86%.
EFICIÊNCIA
Para o cardiologista Gilberto Correa, há 51 anos acompanhando os avanços da tecnologia a serviço da saúde, o software para o auxílio do cálculo dos valores do FFR é muito bem-vindo. O médico ressalta que são muitas as tentativas, com as inovações tecnológicas, para que os procedimentos no tratamento da DAC sejam cada vez menos invasivos e mais eficientes.
“Qualquer possibilidade, de eficiência comprovada, de procedimento menos invasivo nos pacientes com sintomas da doença arterial coronariana tem grande importância. A dor no peito, a angina, que tem a ver com angústia, é intolerável. Se o novo método, de forma indireta, trouxer bons resultados, vai ser muito bom para o paciente”, considera Gilberto Correa, que, além de professor, já esteve à frente das sociedades mineira e brasileira de cardiologia. Segundo o médico, o método não invasivo é uma ferramenta a mais para os profissionais mais atentos aos riscos e benefícios dos procedimentos invasivos coronarianos.
O QUE É DAC?
A doença arterial coronariana (DAC) ou aterosclerose coronariana é caracterizada pelo estreitamento dos vasos que suprem o coração em decorrência do espessamento da camada interna da artéria devido ao acúmulo de placas. A irrigação do coração é denominada circulação coronariana. São duas as artérias principais: a coronária direita e a coronária esquerda. A cardiopatia coronariana é a doença mais comum na sociedade americana. Mais de 1 milhão de norte-americanos sofrem um infarto e mais de meio milhão morrem anualmente. No Brasil, são cerca de 300 mil a 350 mil infartos anuais.