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Pesquisa francesa associa implante de silicone nos seios a câncer raro no sistema linfático

Com as evidências da pesquisa, o governo francês estuda a proibição de próteses mamárias no país

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Estado de Minas Publicação:19/03/2015 10:44Atualização:19/03/2015 10:49
Com descoberta de tumor, França estuda proibir implantes nos seios (Erica Gaillard/Reuters)
Com descoberta de tumor, França estuda proibir implantes nos seios
Implantes nos seios podem causar um tipo raro de tumor no sistema linfático, segundo estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer (INC) da França. Os cientistas revelaram a incidência de uma nova doença, o “linfoma anaplásico de grandes células associado a um implante mamário (LAGC-AIM)” e querem que esse tipo de câncer seja incluído na classificação de doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS). Com as evidências da pesquisa, o governo francês estuda a proibição de próteses mamárias no país.

De acordo com o relatório do INC francês, existe uma relação “claramente estabelecida entre o surgimento dessa doença e o uso de um implante mamário e esse tipo de câncer não foi diagnosticado em nenhuma mulher sem próteses nos seios”.

Segundo os oncologistas franceses, o risco desse linfoma nas mulheres com implantes mamários é 200 vezes maior do que na população feminina em geral. Entretanto, de acordo com o médicos, a frequência dessa complicação médica é muito baixa – desde 2011, 18 mulheres desenvolveram esse tipo de câncer no país, com um óbito, revela o INC.

O jornal Le Parisien revelou ontem que a Agência Nacional de Segurança do Medicamento (ANSM) vai organizar uma reunião de peritos em até 10 dias para determinar ou não a proibição. “Se tivermos de chegar a bani-los, iremos”, afirmou o diretor-geral adjunto da ANSM, François Hébert. A descoberta de novos riscos envolvendo próteses mamárias ocorre cinco anos depois de o escândalo das próteses da marca PIP – fabricadas com gel de silicone não autorizado para fins médicos e com aditivos de combustível – chocar o país.

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